Imagem de Age of Empires: Mythologies
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Age of Empires: Mythologies

Nota do Voxel
85

Os heróis dos mitos encontram o seu caminho em um interessante título híbrido.

Por algum motivo insondável, existe hoje uma superabundância de títulos baseados em turno para o DS, mas, em contrapartida, há um lapso considerável quando o assunto são os RTS — estratégia em tempo real. Complementando esse cenário, também uma das franquias mais consagradas do estilo andava meio negligenciada no DS (cujo último título foi Age of Empires: The Age of Kings, de 2006).

Bem, pode-se dizer que Age of Empires: Mythologies aparece para corrigir o segundo hiato, mas não o primeiro. Diferentemente da versão para PC, as suas batalhas motivadas pelas divindades aqui não vão ocorrer em tempo real, mas através de um estilo híbrido, que traz muita coisa de AOE, mas também muita coisa das clássicas batalhas estratégicas em turno do DS — como Advance Wars, por exemplo.



Entretanto, o que poderia virar uma escorregada, acabou realmente gerando um produto digno de nota. Embora não seja assim tão semelhante à versão maior para PC, Mythologies aqui traz o que de melhor foi inaugurado pela franquia em termos de estratégia, organização econômica e disparates divinos.

Já a mudança para as batalhas em turno — continuando o legado de Age of Kings — consegue conferir nova dimensão estratégica ao jogo. É claro que um pouco do dinamismo de AOE acabou se perdendo no processo, mas o resultado final acaba certamente valendo a pena.

A bem da verdade, o que você encontra aqui se parece muito com os clássicos lançados na época de ouro do Super Nes, ou mesmo do PC, onde dúzias de unidades, classes, possibilidades de desenvolvimento econômico e uma boa dose de magia garantem uma experiência profunda por horas a fio. Novamente, também é respeitada a fórmula: complexo o suficiente para puristas, mas não inacessível a neófitos.


Evolução e expansão... com a graça dos deuses!

Em Age of Empires: Mythologies, você poderá escolher entre três diferentes culturas: Grécia, Egito e Noruega. A ideia aqui não vai muito além dos objetivos consagrados de AOE: levar o legado da sua civilização através das eras, suprimindo qualquer ameaça inimiga. A diferença é que, além de levar em conta tropas poderosas e organização territorial, a sua estratégia deverá incluir um novo fator: as divindades.

Evolução, expansão e estratégia Uma vez escolhida a sua civilização, cabe escolher qual será o deus maior, o patrono. Para os gregos, aparecem Zeus, Poseidon e Hades. Os egípcios contam com Rá, Isis e Set. E, finalmente, os noruegueses podem escolher entre Odin, Thor e Loki. Cada um dos deuses ainda trará junto consigo o seu panteão, composto de diversas divindades menores (como Atena, no panteão de Zeus).

Cada deus conta ainda com um poder específico, que pode ser utilizado apenas uma vez por partida. Mas, calma, isso vale para cada divindade. Assim sendo, mesmo que você já tenha gastado o estrondoso e destruidor raio de Zeus, ainda poderá contar com as benesses curativas de Atena.

Entretanto, isso só será uma possibilidade caso a sua civilização sobreviva até a próxima era, que é alcançada mediante pesquisas e acúmulo de riquezas (comida, ouro e poderio divino). Alcançada a nova era, basta abarrotar o panteão com mais um deus, e uma nova magia devastadora se fará disponível.

A escolha de deuses específicos também garante figuras mitológicas específicas (como o minotauro), além de áreas distintas para se pesquisar nos santuários das suas cidades — as pesquisas “divinas” sempre terão ligação com os poderes de um deus em particular. Será possível manter 4 divindades no total, uma para cada era: Arcaica, Clássica, Heróica e Mítica. Também o limite populacional da sua civilização será aumentado com o passar das eras.

Mãos a obra

Salvo pela adição divina e pelas batalhas em turno, estruturar uma civilização para alcançar a vitória continua bastante semelhante à fórmula básica de AOE. Você terá um centro da cidade, onde poderá criar aldeões. Esses aldeões serão a força de trabalho básica dentro do jogo, construindo todo tipo de estruturas, como quartéis, estábulos, academias de arqueiros, etc.

Além de fornecer estruturas para o aumento do seu poderio militar, os aldeões também garantirão que não faltem duas das matérias primas essenciais para que se faça qualquer coisa dentro do jogo: ouro e comida. O terceiro elemento, o poder divino, é acumulado mediante a construção de santuários.

Divindades: uma dimensão estratégica a mais Controlar as suas tropas em campo será algo bastante semelhante à fórmula de Civilization: Revolution. Em cada turno, você poderá mover uma unidade através de uma quantidade específica de casas, e ainda executar uma ação (como um ataque). Elementos no terreno como florestas e colinas ainda podem alterar dramaticamente o andamento de uma batalha, permitindo emboscadas e pontos com visão privilegiada.

O resultado das batalhas é então determinado por um esquema estilo “pedra-papel-tesoura”. Levando em conta as classes de combatentes dentro do jogo, é algo como “infantaria leve derrota cavalaria, que derrota arqueiros, que derrotam a infantaria leve”. Essa estrutura pode mesmo ser decisiva no campo de batalha, conferindo ainda mais um elemento estratégico ao jogo.

Para uma partida single player, você poderá desenvolver uma das bem estruturadas campanhas do jogo, ou simplesmente se digladiar em uma batalha rápida contra o computador ou contra um amigo via Wi-Fi. Para ganhar uma batalha, há duas possibilidades: derrotar o seu inimigo convertendo construções e guerreiros a pó. Ou acumulando pontos de vitória mediante a construção de símbolos religiosos (no caso dos noruegueses, esses pontos são obtidos conforme os inimigos são derrubados no campo de batalha).

Em relação à jogabilidade, talvez um único “porém” devesse ser observado. Em casos de cerco, quando vários oponentes ocupam espaços bastante próximos, o outrora belo gráfico do jogo acaba degenerando em um amontoado indistinto de arcos, pernas de cavalo e machados, tornando realmente difícil identificar cada estrutura.

Riqueza e diversidade tática

Age of Empires: Mythologies realmente impressiona. Sobretudo se você levar em conta que se trata de um jogo para um portátil, com consideráveis restrições de espaço. A diversidade cultural e tática é grande, as possibilidades de desenvolvimento são bastante variadas e mesmo os gráficos fazem um bom trabalho. É claro, como todo bom jogo de DS, o som acaba ficando um tanto repetitivo depois de algum tempo, mas, a julgar pela quantidade de conteúdos, é perfeitamente possível relevar isso.



Dessa forma, embora ainda não tenha sido dessa vez que o DS encontrou a fórmula clássica de Age of Empires (o RTS mesmo) em todo o seu esplendor, trata-se de uma ótima adaptação, que funde em um único título muito do que de melhor se encontra em AOE, com o sumo das batalhas em turno que mais fortemente definem o portátil.


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