Imagem de Batman: Arkham Origins - Cold Cold Heart
Imagem de Batman: Arkham Origins - Cold Cold Heart

Batman: Arkham Origins - Cold Cold Heart

Nota do Voxel
65

Dejà vu abaixo de zero

Sejamos francos: por mais que Batman: Arkham Origins mantenha a fórmula criada pela Rocksteady intacta, a falta de criatividade faz com que a aventura do Homem-Morcego seja um enorme dejà vu. Tinha tudo para ser uma ótima história de origem, mas ele se limita a ser uma tentativa de emular seus antecessores.

E Cold Cold Heart, a primeira grande expansão da campanha do game, era a oportunidade ideal da Warner de retirar essa má impressão, mesmo que minimamente. No entanto, o que podia ser uma pequena redenção tropeça nos mesmos erros e repete as mesmas situações do passado.

Feliz Ano Novo

A nova história se passa pouco tempo após os acontecimentos vistos na campanha principal. Depois do incidente com o Coringa e os demais vilões na noite de Natal, Batman não é mais uma mera lenda urbana e Gotham se divide entre temer e admirar o vigilante mascarado.

E é exatamente durante um breve suspiro de paz que surge uma nova ameaça. Em Cold Cold Heart, como o título já sugere, conferimos o primeiro encontro entre o Cavaleiro das Trevas e o vilão Mr. Freeze, que surge durante um evento beneficente com uma rápida demonstração de seu poder congelante.

É claro que essa pegada de contato inicial entre herói e vilão rendem bons momentos. Batman não sabe o que esperar do adversário e nem como lidar com o tipo de ameaça que ele oferece, tendo de cruzar Gotham em busca de ferramentas que o ajudem a entender as motivações e as habilidades do novo inimigo.

Por outro lado, nada disso é realmente inédito, o que faz com que o DLC seja bem menos interessante do que poderia ser. O passado e as razões para que Freeze abrace o crime foram muito bem explorados em Arkham City e são simplesmente repetidos uma vez mais por aqui, sem qualquer adição mais significativa. Até mesmo a interferência do Pinguim passa por uma reprise.

Mas até aí tudo bem. Afinal, não há como os produtores criarem algo totalmente novo sem ignorar o cânone dos quadrinhos — o que torna esse dejà vu aceitável. O que não dá para relevar, porém, é recriar o confronto com o vilão criogênico nos mesmos moldes do jogo de 2011.

A batalha final contra Mr. Freeze em Cold Cold Heart segue exatamente a mesma mecânica apresentada pela Rocksteady em Arkham City. Como o personagem utiliza uma armadura resistente e em baixas temperaturas, o Homem-Morcego precisa adotar estratégias diferentes para se aproximar e causar algum tipo de dano no inimigo. Então você deve usar elementos do cenário para criar a oportunidade ideal.

Trata-se da mesma lógica, só que muito menos criativa. No jogo anterior, você era obrigado a usar todo seu arsenal para atacar Freeze de formas variadas. Já em Cold Cold Heart, você pode repetir a mesma ação algumas vezes e, ainda assim, garantir a vitória. Uma tática certeira, mas muito menos inteligente e pouco digna da maior mente de Gotham City.

Um novo uniforme

Se a história não é o grande atrativo deste DLC, o que nos resta? Para não fazer com que o extra fosse uma simples extensão da campanha, a Warner adicionou novas armas ao arsenal do herói para justificar as novidades. E a mais marcante delas é a estreia do traje de ambientes extremos, usado pelo Cavaleiro das Trevas para sobreviver às baixas temperaturas criadas pelo vilão.

Só que, apesar de ter um visual bem legal — lembrando um pouco a armadura usada por Azrael nos quadrinhos —, ela não acrescenta nenhum diferencial significativo. Ok, ela é capaz de derreter paredes de gelo e liberar o acesso a determinadas áreas. Mas o que mais?

Além de ajudá-lo a lidar com as baixas temperaturas, a mudança de uniforme ainda garante algumas missões extras para quem quer ir um pouco além das duas horas de história oferecidas pelo DLC. De resto, tudo é exatamente como antes. O bat-rangue térmico não serve para muita coisa além de descongelar pequenos objetos e as luvas de calor funcionam da mesma forma como as manoplas elétricas da campanha principal.

Nada de mais

E, no final das contas, Cold Cold Heart é um DLC que vale a pena ser visitado? Se você é um fã incondicional do Batman e não se importou com as repetições apresentadas em Arkham Origins, não há do que se arrepender. No entanto, para quem procura algo realmente novo e que acrescente à mitologia do herói, o extra só confirma aquilo que já tinha deixado a desejar.

O triste é ver que a Warner, apesar de todas as críticas em torno da falta de criatividade do último game, simplesmente não aprendeu e repetiu os mesmos deslizes. Nada em Cold Cold Heart é novo e essa sensação de que estamos diante de algo velho não empolga em momento algum.

Isso não quer dizer que ele seja ruim. Longe disso. Assim como o game principal, ele segue a cartilha corretamente, mas não consegue tornar isso interessante, se limitando a simplesmente reprisar o acerto dos outros. Do mesmo modo que seu vilão, Cold Cold Heart é um DLC gelado e sem alma. Uma pena.

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Pontos Positivos
  • É sempre bom voltar para Gotham
Pontos Negativos
  • Pouco criativo
  • Repete situações vistas nos jogos anteriores
  • Não acrescenta em nada à série ou à campanha principal