Imagem de Cities in Motion
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Cities in Motion

Nota do Voxel
80

Quem diria que um sistema de transportes poderia ser tão complexo?

Jogos estilo tycoon trazem uma falha óbvia de apelo para jogadores de primeira viagem. Para usar uma analogia publicitária, enquanto que um título de ação representa um belo outdoor ou um anúncio de página inteira de um jornal, uma proposta de administração e gerenciamento de recursos seria apenas um anúncio de pé de página.

Em outras palavras, um mapa atulhado de miniaturas mais ou menos detalhadas jamais será tão instantaneamente chamativo quanto explosões, tiros, espadas flamejantes e deuses gregos revoltosos.

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Entretanto, jogos como Cities in Motion são uma prova de que, em alguns casos, vale mesmo a pena desconsiderar o parco apelo visual de jogos do gênero a fim de se entranhar em uma mecânica de jogo complexa, cheia de reviravoltas e superlotada do que se poderia chamar de “adrenalina administrativa”.

Senão, compare a sensação de assistir ao seu protagonista tombando diante de um chefe imenso à impressão resultante da bancarrota iminente de uma empresa de transportes construída à custa de trabalho duro e um enorme montante de dinheiro virtual. A diferença aqui é que um “continue” ou uma “vida” não convencerá os seus credores a conceder mais tempo para botar as coisas em ordem.

De fato, é difícil não se envolver com a proposta da Paradox Interactive. Embora a ideia de se tornar um magnata dos transportes não seja propriamente original — algo já materializado por Tranport Tycoon, por exemplo —, a riqueza de detalhes presente em um ambiente eminentemente orgânico traz um realismo que é um verdadeiro presente para qualquer gamer mais interessado em cérebro do que em músculos.

Ok, é verdade. Isso pode não transparecer diante da sinopse: criar linhas de ônibus, metrô, bonde, barco e helicóptero para suprir as necessidades logísticas de uma cidade em franca expansão. Só que essa impressão muda... Constantemente.

E o motivo para isso salta à vista muito rapidamente: não basta construir linhas de transporte e assistir passivamente ao crescimento exponencial da sua empresa. Não é assim que as coisas são,  e qualquer (bom) simulador ensina isso mais cedo o mais tarde.

Basicamente, enquanto constrói linhas de ônibus, distribui trilhos do novo bonde e projeta uma nova estação para o seu metrô, a economia mundial pode flutuar, exigindo um congelamento temporário no valor das passagens, cortes nos salários — o que nem sempre é recebido com sorrisos —e uma diminuição da frota. Isso enquanto você se preocupa com aquela nova campanha publicitária e os pedidos para novas linhas. Um universo de detalhes.

Apesar de algumas derrapadas aqui e ali, é fácil perceber que Cities in Motion é fruto de uma equipe particularmente afeita a jogos de simulação de transporte — conforme declaração de uma representante da Paradox Interactive.

Além de ser provavelmente um dos jogos mais belos do estilo, o ambiente orgânico no qual a sua empresa deve sobreviver traz consigo um realismo e um senso de comprometimento que realmente convencem. Isso porque absolutamente tudo aqui está interligado: uma nova linha de bonde em local pouco planejado causará engarrafamentos, salários baixos para os funcionários farão cair a reputação da companhia (que perderá usuários), uma campanha publicitária mal planejada pode consumir dinheiro sem gerar qualquer tipo de retorno, etc.

As cidades em continuo desenvolvimento e expansão acrescentam ainda uma nova dimensão à equação típica dos jogos de gerenciamento. Afinal, assim como em qualquer empreendimento, haverá uma parte da realidade que simplesmente não pode ser controlada, mesmo nas mãos de um excelente administrador.

Enfim, se você for um fã de jogos de administração e gerenciamento de recursos, há uma manobra econômica que pode ser facilmente incentivada aqui: a aquisição de Cities in Motion. Depois é só sentar e assistir o império que foi criado. Quer dizer, sem se esquecer das flutuações da economia, da taxa de desemprego, do reajuste nos preços dos combustíveis, das campanhas publicitárias...

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