Imagem de Crazy Taxi: Fare Wars
Imagem de Crazy Taxi: Fare Wars

Crazy Taxi: Fare Wars

Nota do Voxel
58

Corridas de táxi insanas, mas sem muita diversão.

A fama precede a série Crazy Taxi. Mas, mesmo tentando relembrar a enorme diversão que era jogar os títulos antigos (repletos de muita emoção e características arcade), a continuação do famoso nome não teve o mesmo sucesso. Crazy Taxi Fare Wars está longe de exibir o mesmo brilho que os games originais possuíam.

Os títulos Crazy Taxi e Crazy Taxi 2 estão presentes em Fare Wars. Algumas adições foram realizadas (como multiplayer via o recurso ad-hoc do PSP e possibilidade de escutar faixas MP3 presentes na memória do console), mas o sucesso do passado não está nem de longe englobando esse game para o pequeno portátil da Sony.


Superficial é a palavra que melhor ilustra o estilo de jogo de Fare Wars. A espantosa capacidade de hardware do PSP não abraça os recursos do game, fazendo com que a pobreza esteja fortemente retratada no cenário global do jogo. Nostalgia é algo que não aparece nesse game, e mesmo os inexperientes em matéria de Crazy Taxi irão encontrar uma fraca experiência caso brinquem com esse título.

Pegue seu táxi e corra o mais rápido que puder

Tanto em Crazy Taxi quanto em Crazy Taxi 2, o objetivo é o mesmo: escolher um de quatro taxistas diferentes e dirigir através da cidade, recebendo clientes e “entregando-os” a seus respectivos destinos. Talvez não pareça ser grande coisa, mas isso é a alma da série: correr de maneira insana para fazer o máximo de dinheiro possível.

Nos dias de glória da série, dirigir como um maníaco e arrebentando tudo no caminho era uma das coisas mais divertidas dentro do universo dos games de corrida. Mesmo em Fare Wars, há algumas das características boas dos velhos tempos. Os passageiros, por exemplo, ficam felizes quando o táxi passa raspando por outros veículos, fazendo com que dinheiro extra entre no bolso do gamer.

Slash é um dos taxistas malucos em Fare Wars. Os carros parecem ser feitos de borracha, pois rebatem em tudo que aparece na tela, tanto nos outros automóveis quanto nas paredes das construções. Os famosos drifts (derrapagens) são encontrados no game. Em Crazy Taxi 2, há a possibilidade de realizar uma espécie de turbo e combinar com os pulos do táxi, em prol de alcançar lugares mais altos e desviar de obstáculos.

O tráfego é um dos elementos que colaboram fortemente para dificultar algumas provas específicas encontradas no jogo. Além disso, os limites de tempo aumentam a adrenalina do jogador, pois desafiam o gamer a entregar seus passageiros e cumprir os objetivos das etapas em velocidade extrema, dirigindo o táxi de maneira quase frenética.

Legal, mas...

O game, infelizmente, deixa muito a desejar em diversos aspectos. Comparando o título com outros jogos de corrida do estilo arcade, a pobreza no tema central é evidente. Correr pela cidade e carregar passageiros pode ser divertido por um certo tempo, mas logo o jogador consegue enxergar que não há nada mais que isso para fazer no game.

Logo, algumas horas de jogo irão entreter o jogador, mas não muito mais do que isso. Experimentando o Arcade Mode das etapas, o gamer possui pouco tempo para entregar os passageiros, mas pode ganhar mais tempo ao fazê-lo rapidamente. Modos por tempo previamente especificado também aparecem, mas, como o resto do game, não conseguem segurar a atenção do jogador por bastante tempo, mesmo porque em Fare Wars há problemas decepcionantes em quesitos de jogabilidade.

Alguns jogadores constataram que Crazy Taxi 2 possui controles piores em relação ao seu antecessor. Mas, em Fare Wars, lidar com os comandos é ruim em ambos os títulos. Dirigir nunca foi tão simples e ao mesmo tempo tão enervante.

A diversão de antigamente se extingue um pouco nesse game. Realizar as famosas derrapagens (drifting) é complicado, no sentido chato de fazer. A produção do jogo, nesse ponto, está horrível. Em alguns momentos, parece que seu carro está sendo “sugado” por algumas partes do cenário ou por outro veículo, o que mostra extrema pobreza no desenvolvimento da jogabilidade de Fare Wars. Isso fica ainda mais realçado no momento em que o jogador está percorrendo esquinas ou tentando desviar do tráfego iminente.

Os games originais realizados para a plataforma Dreamcast parecem ser um sonho distante perto do que é exibido no game do PSP. A sensação de estar correndo de forma lenta e “socada” é extremamente forte no andamento do jogo, principalmente em Crazy Taxi 2. Mesmo o contador de tempo conta os segundos mais devagar do que o relógio da vida real.

Pobre em diversos aspectos

Não há muitas grandes diferenças entre os games originais e Fare Wars. Graficamente e sonoramente falando, tudo é bastante parecido. Algumas trilhas sonoras de estilo pop/punk foram alteradas, mas todo o conjunto ainda está mais decadente em relação aos divertidos games do passado.

Poucas peculiaridades aparecem, como minigames e modos multiplayer. Os minigames estão exatamente os mesmos em relação aos títulos originais, ou seja: explodir balões com seu carro no menor tempo possível, dirigir em pistas estreitas, brincar de boliche ao tentar derrubar o maior número de pinos de boliche, entre outros.

Cada um desses pequenos jogos é bastante envolvente, fazendo com que o gamer possa perder a cabeça tentando superar as etapas, que ficam gradativamente mais difíceis à medida que o jogador avance. O problema? Algumas delas ficam exageradamente complicadas com os controles confusos, então a neurose e o stress podem ser despertados facilmente no gamer.

Você deve ser louco o bastante para levar os passageiros a tempo.

O modo multiplayer consiste em um esquema simples de modos de corrida, como disputas por tempo. O item ad-hoc que aparece no game oferece ao jogador competições diretas com um amigo, nas quais o objetivo é superar o outro na “coleta e entrega” de passageiros.

Um aspecto interessante no modo multiplayer é que, caso o jogador encarne um espírito altamente competitivo, pode atrapalhar o veículo oponente com seu carro, fazendo com que muitas vezes o passageiro do adversário seja perdido.

No geral, competir com outro player é praticamente experimentar o jogo principal com um taxista adversário. Infelizmente, o suporte é somente para dois jogadores, o que limita um pouco a diversão multiplayer. Modo online? Também não consta em Fare Wars.

O que terminou de cavar a cova de Fare Wars foram os bugs absurdos presentes no visual do jogo. Em alguns momentos, o gamer pode presenciar falhas tremendas, como fato de o asfalto simplesmente sumir e reaparecer alguns metros adiante, como se parte do cenário não tivesse sido renderizada anteriormente. Além disso, boa parte do visual que aparece no horizonte demora para ser processado, prejudicando a imagem do game como um todo.

Em Fare Wars, quase não há a nostalgia esperada.

Criar sua própria trilha sonora é interessante, mas as músicas presentes nos menus do game não podem ser alteradas, sendo que muitas vezes o jogador poderá ficar nervoso com a repetição das mesmas faixas e se sentirá na obrigação de abaixar ou desligar o volume das músicas. A personalização é feita utilizando faixas MP3 ou WMA dentro da memória interna do PSP. Observação: as músicas devem realmente permanecer na pasta raiz MUSIC do console, caso contrário o jogo simplesmente não reconhece as faixas.

Com o lançamento no PlayStation Portable, a Sega fez com que o nível de jogo de Crazy Taxi e Crazy Taxi 2 caísse terrivelmente. Os fãs da famosa empresa podem se decepcionar facilmente ao não encontrar a nostalgia esperada nesse game.

A impressão gerada por Fare Wars foi que, quem já conhece a série, consegue facilmente se decepcionar, e quem não conhece, indaga: por que será que Crazy Taxi foi tão famoso assim no passado?
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