Imagem de Dragon Quest Swords: The Masked Queen and the Tower of Mirrors
Imagem de Dragon Quest Swords: The Masked Queen and the Tower of Mirrors

Dragon Quest Swords: The Masked Queen and the Tower of Mirrors

Nota do Voxel
67

Uma nova perspectiva para uma tradicional franquia de RPGs.

Muitos jogadores acreditam piamente que a série Final Fantasy é a franquia de RPG mais famosa que existe – fato confirmado apenas no mundo ocidental —, entretanto, no Japão quem domina as paradas é a série Dragon Quest.

Os jogos da franquia não só é a de maior sucesso, como são considerados os responsáveis por redefinirem o gênero RPG, oferecendo uma jogabilidade simples, mas que trazia toda a dinâmica própria dos jogos de role playing game. Atualmente, a franquia conta com mais de trinta títulos, sendo muitos sequer chegaram ao mercado ocidental e alguns ainda estão em desenvolvimento.

No ocidente, a série ficou mais conhecida pelo nome Dragon Warrior e sofreu muito com as censuras, por conta do seu tratamento de temas religiosos em algumas passagens da saga.

O primeiro título a mostrar o poder da franquia ao mercado estadunidense foi Dragon Quest VIII: Journey of The Cursed King, lançado originalmente em 2005 o jogo foi muito bem recebido principalmente por conta de sua qualidade gráfica e pela diversão proporcionada.

Agora, a nova versão para o Nintendo Wii traz uma série de elementos novos a franquia além de aproveitar a dinâmica de um popular derivado da linha Dragon Quest, os periféricos Kenshin Dragon Quest — um mini-game cujo controle era uma espada que transmitia os movimentos do jogador para a tela.


Espadas pra que te quero

Apesar de Dragon Quest Swords: The Masked Queen and the Tower of Mirrors estar classificado como um RPG ele enquadra-se melhor na categoria on-rail slasher — uma variação do estilo de jogos de tiro como Time Crisis e Resident Evil: Umbrella Chronicles, que apresentam perspectiva em primeira pessoa e movimentação limitada.

Assim, o jogador vai percorrer os diferentes níveis (todos muito lineares) — ocasionalmente escolhendo entre diferentes caminhos de uma bifurcação — encarando batalhas (sempre nos mesmos pontos do cenário) até chegar a um confronto com o grande chefe da fase.

Certamente o ponto alto do jogo é o seu sistema de combate. Apesar da curva de aprendizado exigir algum esforço do jogador, assim que você dominar os comandos vai poder apreciar um sistema incrivelmente divertido e envolvente.

O manejo da espada é tão natural quanto gesticular com Wii remote (oferecendo suporte tanto para destros como para canhotos), sendo que o controle assimila os giros sobre o eixo do controle, portanto corte diagonais, verticais e horizontais devem ser executados com perfeição, apontando o controle diretamente para tela, sem incliná-lo para os lados.
Oh galera, dá pra ver minha casa daqui!

Depois de se acostumar com estas peculiaridades, o jogador poderá se divertir com os combates, principalmente quando conseguir executar toda uma fileira de inimigos com um único golpe. Além disso, os "master strokes", golpes especiais movidos a energia mágica, utilizam movimentos singulares que trazem tremenda satisfação ao jogador tanto em termos de controle como em termos de efeito.

Tudo que é bom dura pouco

Infelizmente nem tudo são pérolas em Dragon Quest Swords. Alguns problemas acabam debilitando um pouco o desempenho do título. Primeiramente vale se destacar que o não há nenhum suporte para outros periféricos, limitando-se somente ao Wii remote, nem mesmo o Nunchuk é utilizado.

Outro problema é o sistema de combate que exige que o Wii Remote seja controlado em uma posição perfeitamente horizontal, apontando para a tela (como se guerreiros realmente segurassem suas espadas desta forma).

Um ponto que joga contra a franquia é a duração do título, algo entre sete e dez horas, muito aquém do que os fãs de RPG estão acostumados. Fato que acaba se refletindo na trama, superficial e pouco interessante.

Como de costume

Os fãs da tradicional desenvolvedora japonesa Square Enix já estão bem habituados com as proezas gráficas da empresa. A habilidade singular da “Squenix” de extrair o máximo de cada plataforma vem desde seus primeiros trabalhos ainda no saudoso SNES e crescendo de forma exponencial enquanto migrava pelo PS2 e GameCube.

Em Dragon Quest Swords a produtora dá outra amostra de seus dotes. Mesmo não se tratando de um título exuberante, ou a ponto de rivalizar outros grandes jogos do Nintendo Wii (como Metroid e Super Mario Galaxy) o jogo parece e roda de acordo com suas pretensões, sem causar embaraço para o console.


Os modelos estão bem definidos e a estética é condizente com a franquia. Os personagens não são nada revolucionários, mas conseguem imprimir sua marca com muito estilo. Os monstros são bem produzidos, apesar de sofrerem com a repetição e grande parte das variações são simples troca de cores.

Na mesma entoada

Outro ponto forte da Square Enix são os seus efeitos e trilhas sonoras e Dragon Quest Swords justifica a fama. A música é boa e consegue criar uma atmosfera envolvente, capaz de evocar sentimentos conforme as cenas apresentadas.

A faixa mais freqüente, o tema dos combates, é instigante e não se torna repetitiva. Os efeitos de som estão condizentes com a obra e acompanham até mesmo os efeitos gráficos mais floreados.

Além disso, o jogo também conta com um belo trabalho de voz, trazendo dublagens de alguns dos diálogos presentes no trama. Os dubladores entregam as linhas de forma convincente e conseguem reproduzir diferentes sotaques, garantindo assim uma boa diversidade aos personagens.

Comprar ou não comprar, eis a questão

No final das contas Dragon Quest Swords: The Masked Queen and the Tower of Mirrors é um jogo bom, sem qualquer grande atrativo, mas que em nenhum momento traz qualquer forma de má reputação ao console da Nintendo.

Seus gráficos estão em par com as possibilidades técnicas, sem forçar o hardware da plataforma, os efeitos sonoros condizem com toda a estrutura do jogo e o mais importante de tudo, a sua jogabilidade é interessante e bem envolvente.

O ponto que acaba comprometendo todo o jogo é justamente a impressão de que em nenhum momento ele almeja mais do que apresenta. As possibilidades com o título eram muito maiores do que o produto final apresenta.

A ausência de um modo multiplayer real — a única opção de jogo multiplayer resume-se a um mini-game no qual os jogadores se revezam no controle — contribui para essa falta de profundidade do jogo.

Então, comprar ou não comprar? Na verdade isso vai depender muito do gosto do freguês. Se você está procurando por um on-rails slasher de longa duração, você provavelmente vai gostar deste título, mas caso o seu objetivo seja um verdadeiro RPG é melhor procurar um pouco mais na prateleira.
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