Imagem de Dustforce
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Dustforce

Nota do Voxel
75

Desafio, irritação e me diga aonde você vai, que eu vou varrendo

Se Super Meat Boy tivesse um toque de Outland e fosse equipado com uma vassoura para limpar o chão, ele seria Dustforce — e é bom reforçar que este game não está sendo acusado de ter copiado os demais, mas a comparação serve apenas para contextualizar algum desavisado que ainda não ouviu falar no título da Hitbox.

Ele é uma coleção de desafios que honra todo o gênero plataforma e, como todo bom game desse tipo, vai causar alguns bons momentos de irritação aos jogadores. Isso nem sempre é ruim, pois, se a azucrinação não decorre de bugs (como é o caso de Dustforce), indica um título desafiador, que vai exigir muito de quem joga.

Quando você se acostuma com os controles e consegue captar bem o funcionamento de cada função realizada pelos botões do controle, fica pronto para enfrentar tudo o que vem pela frente. No geral, Dustforce combina um ambiente de jogo diversificado e um visual agradável, então confira nossa opinião completa na análise abaixo.

Dificuldade e irritação na medida certa

Jogos muito fáceis acabam sendo enjoativos, pois não criam desafios; jogos muito difíceis também, pois acabam mais tirando a paz do jogador do que divertindo de fato. Dustforce está no meio de ambas as classificações, porque apresenta um nível de desafio na medida certa e garante bons momentos (alguns mais irritados do que outros) diante do seu console.

São quatro ambientes de jogo que trazem diferentes desafios. Além disso, as fases presentes dentro de cada cenário também criam obstáculos distintos para o jogador, ora exigindo mais, ora menos. Em suma, aos poucos você aplica todos os recursos possíveis dos personagens e usufrui de absolutamente tudo o que Dustforce pode oferecer.

Os desafios começam antes mesmo de você entrar em uma fase, pois para encontrá-la é preciso muitas vezes descobrir o locai em que ela está. Nem sempre as fases são acessíveis e facilmente identificáveis, fazendo com que você quebre a cabeça em alguns momentos para encontrar uma porta nova.

Variedade é a lei

Como dito ali em cima, Dustforce conta com quatro grandes ambientes, sendo eles uma mansão, uma floresta, uma cidade e um laboratório. Apesar de todos apresentarem estruturas semelhantes, afinal você faz basicamente a mesma coisa em todos, cada um guarda suas peculiaridades.

Além do aspecto visual de cada cenário ser obviamente diferente do outro, as fases dentro de cada local acabam criando exigências específicas. Assim, o laboratório terá alguns desafios diferentes da floresta, por exemplo, destacando o cuidado dos desenvolvedores em não deixar Dustforce se tornar repetitivo.

A variedade fica ressaltada também na quantidade de personagens com os quais você pode jogar: quatro ao todo, sendo que dois utilizam uma vassoura, um está com um par de espanadores e, por fim, o último faz uso de um aspirador de pó.

Recompensas equilibradas

A forma como Dustforce coloca as recompensas diante de você também é algo interessante. Aqui você realiza combos conforme vai varrendo, o que ajuda nos resultados ao final de cada fase — quando um conceito é exibido para avaliar o seu desempenho. Além disso, a sua performance terá como prêmio chaves para abrir novas portas dentro do jogo.

Nesse ponto há uma característica interessante: desempenhos perfeitos darão uma nova chave a cada fase, mas, se você não vai tão bem, apenas acumula porcentagem para uma nova conquista, então basta ser mediano em várias fases para chegar a 100% e ganhar uma chave.

Em suma, o jogo consegue ser produtivo e, mesmo com bom nível de dificuldade, vai liberar acesso a todas as fases, cedo ou tarde. Claro que nem sempre é simples passar de um novo cenário, mas você provavelmente vai entrar em todos eles depois de algum tempo de jogo.

Bom também para quem vê

O Dustforce tem visual estilo cartoon e animações muito bem elaboradas, destacando a parte gráfica do jogo como uma das principais. Os cenários e os personagens são bem desenhados e não decepcionam em nenhum momento, mesmo estando tudo em 2D. O movimento dos protagonistas e também das sujeiras sendo recolhidas incrementam ainda mais a experiência de jogo.

PS Vita ou PS3, pra mim tanto faz

Outro detalhe interessante do Dustforce é oferecer a mesma jogatina independente da plataforma escolhida. O game, que já estreou nos PCs há um par de anos, chegou aos consoles da Sony (exceto o PS4) de forma exatamente igual. Isso pode ser considerado positivo, especialmente por oferecer multiplayer cruzado entre o PS3 e o Vita.

Multiplayer... Cadê?

O Dustforce oferece multiplayer e você pode inclusive desafiar, do PS3, aquele seu amigo que trouxe um PS Vita para a jogatina. Mas, infelizmente, nossas tentativas de experimentar o modo de jogo online e com outros jogadores deste game foi frustrado por motivos de: não havia desafiantes.

Existe a opção de procurar por um jogo existente, o que não obteve nenhum resultado, e também a de criar um game próprio, mas ninguém apareceu para uma varreção. O modo “ad hoc”, que usa conexão à mesma rede para jogos locais, acaba sendo a solução para que o desafio aconteça com cada gamer em um console diferente.

Trilha sonora ZzzZz

A trilha sonora de Dustforce abusa de batidas eletrônicas, algo que abre um leque imenso de possibilidades, certo? Nem sempre. Neste caso, em diversas fases distintas a impressão que se tem é a de que você está ouvindo sempre a mesma música. Isso se torna um problema maior ainda à medida que você empaca em uma fase.

Além de não apresentar grandes variações (salvo quando você encontra alguns locais escondidos dentro de uma fase, então um estilo de música totalmente diferente vai começar a tocar), a trilha sonora executada dentro de uma fase é curta, ocasionando em várias repetições em determinados momentos.

Pode até parecer um pouco exagerado, mas as músicas de Dustforce são os pontos mais decepcionantes do game. Não sempre, mas em alguns momentos dá vontade de colocar a televisão no mudo e ligar o som (algo bastante fácil de ser feito, na verdade) para aproveitar melhor este belo jogo.

Honrando o gênero plataforma

Desafios aos montes e um excelente visual em 2D são características suficientes para fazer de Dustforce um ótimo game. O jogo chegou aos consoles de forma triunfal, abusando da não linearidade (pois você pode concluir as fases e os ambientes do jogo na ordem em que preferir) e da variedade em vários aspectos.

As falhas podem ser marcantes, mas não são significativas, especialmente a questão da trilha sonora. O multiplayer problemático acaba pesando um pouco mais, porém também pode ser relevado, pois o jogo oferece várias alternativas para a diversão utilizando apenas o bom e velho modo de jogador único.

Jogos indie de plataforma têm alcançado bastante destaque no mercado nos últimos anos, com nomes de grande destaque como The CaveBraid — além dos dois já citados no começo deste texto. Dustforce não reinventa o modelo, mas se aproxima dos grandes nomes da categoria ao oferecer um ambiente diversificado e com diversos obstáculos nos quais você gastará algumas horas jogando.

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Pontos Positivos
  • Excelente nível de desafio
  • Visual 2D estilo cartoon e com ótimas animações
  • Ambiente de jogo diversificado
Pontos Negativos
  • Trilha sonora enjoativa
  • Multiplayer com poucos jogadores