Imagem de F.E.A.R. 2: Project Origin
Imagem de F.E.A.R. 2: Project Origin

F.E.A.R. 2: Project Origin

Nota do Voxel
83

Medo e calafrios? Sim, mas não tanto quanto no primeiro jogo.

Vença os seus próprios medos. Esse é o principal lema de Project Origin, que tenta continuar o estrondoso sucesso do primeiro F.E.A.R. com ainda mais sangue e terror. De modo semelhante ao que ocorre com a franquia Doom, o segundo game da série de FPS (jogos de tiro em perspectiva de primeira pessoa) da Monolith oferece sequências interessantes de sustos, banhos de sangue e muitos calafrios.

Ainda assim, há quem diga que as diferenças entre os dois F.E.A.R. são irrisórias e não justificam o desenvolvimento de um segundo título. Conforme o Baixaki Jogos está prestes a mostrar aos usuários, há alguns itens realmente marcantes, mas mesmo aspectos gráficos deixam bastante a desejar, levando em consideração que as expectativas eram fortes em torno de Project Origin.


Fórmula mágica da série: tiroteios e terror

Para quem nunca teve a oportunidade de jogar o primeiro game distribuído pela Warner Bros. Entertainment, Project Origin é uma excelente escolha de FPS que aborda uma temática impactante de terror, suspense e medo.

Mas, para quem já é bastante familiarizado com F.E.A.R., o segundo jogo não faz uma abordagem plena do potencial da série. É claro que os típicos sustos e calafrios ocorrem frequentemente, mas a história, estranhamente insossa aos olhos de muitos fãs, deixa a desejar em certos aspectos e diminui um pouco a grandeza da franquia. Em algumas ocasiões, é possível prever o que acontecerá adiante.

A Alma do jogo

Enfim, para não estragar a surpresa que pequenos momentos oferecem de forma muito interessante, basta afirmar que o jogador encarna a pele de Michael Becket, um sargento de uma equipe de forças especiais. A missão inicial é capturar Genevieve Aristide, presidente da terrível corporação denominada Armacham Technology.

É claro que o enredo não está de todo ruim, pois a Monolith teve o cuidado (e o bom senso, diga-se de passagem) de evitar um "erro" que muitos gamers encontraram no primeiro título: ciclos de repetição na jogabilidade. Desta vez, o jogador é colocado gradativamente dentro do suspense que paira sobre a história de Project Origin, e, assim que Becket avança na trama, novas surpresas são apresentadas com estrondo, mas de forma variada.

Jogabilidade combinando perfeitamente com a atmosfera

Imersiva é uma boa palavra para descrever a experiência com F.E.A.R. 2. A ambientação (mesmo entrando em contraste com o cenário estranhamente linear e, algumas vezes, previsível) é espetacular e pode facilmente fazer o jogador pular da cadeira várias vezes em poucos minutos.

Para isso, deve-se observar que a inteligência artificial do jogo entra em harmonia com a jogabilidade do modo single player. Não é a melhor IA do mundo dos videogames, porém, mesmo no nível Normal de dificuldade, alguns desafios interessantes são oferecidos aos jogadores.

Os inimigos, cada vez mais astutos e esquivos, são capazes de utilizar vários objetos no cenário como opções de cobertura de fogo. Aliás, o próprio jogador tem a possibilidade de mexer em alguns móveis — como mesas — e se proteger dos tiros inimigos. Mas esse sistema não é tão eficaz e nem um pouco atraente, fazendo com que, na maioria das vezes, os jogadores prefiram enfrentar "abertamente" os oponentes utilizando apenas as paredes e outros tipos de cobertura fixa dos ambientes.

Não há cobertura de fogo contra este bicho

A jogabilidade de F.E.A.R. 2 também oferece o famoso elemento encontrado no primeiro jogo: "slow motion" (ou "bullet time"). O efeito que deixa tudo em câmera lenta é útil em situações específicas ou quando há uma quantidade demasiadamente grande de inimigos mais fortes que o comum. Ainda assim, esse tipo de auxílio também não é estritamente necessário para que o gamer avance na trama sem grandes empecilhos.

Como um todo, a jogabilidade é satisfatória, apesar de, por padrão, oferecer uma combinação estranha de comandos no teclado e no mouse. Por exemplo: o jogador que está acostumado com Counter-Strike, Call of Duty ou outros games famosos de tiro deve ter um pouco de paciência e configurar novamente as opções de controles para se movimentar e atirar com maior facilidade.

Cabelos em pé? Sem dúvida

Sinistro... Sons de arrepiar os cabelos constituem um importante pilar quando o assunto é recursos técnicos de Project Origin. Acordes sortidos de instrumentos variados, sons diferenciados e barulhos assustadores formam um conjunto espetacular, assustando os desprevenidos de maneira parecida com o que acontece na maioria dos longas-metragens famosos de terror, como O Chamado.

Toda vez que alguma criatura maligna (como os "specimens", humanóides banhados de sangue que correm com braços e pernas rapidamente à procura de vítimas) irrompe na tela, é difícil se manter parado na cadeira. As alucinações de Becket — em parceria com as falhas constantes do equipamento e com as explosões de vários lugares próximos — fazem de Project Origin um jogo aterrorizante.

Portanto, se o jogador não quiser escutar os sons do game, perde-se todo o sentido da atmosfera. Jogar F.E.A.R. 2 sem som é como jogar Gears of War sem atirar: não há graça nenhuma. Acompanhar a respiração ofegante de Becket perante o perigo não tem preço.

O nível visual do jogo, entretanto, não acompanha a grande qualidade sonora apresentada. A principal impressão que Project Origin causou é que poderia haver uma espécie de "polimento gráfico", bastante necessário em vista de algumas animações pobres e texturas fracas.


Como um todo, não há do que reclamar dos gráficos do game, pois ficou claro que a Monolith não queria causar um "fenômeno dos visuais gráficos". Mas, observando atentamente certos efeitos de iluminação e animações malfeitas de vários objetos em colisão, é possível afirmar que os desenvolvedores poderiam ter trabalhado os visuais de Project Origin com um pouco mais de atenção.

O famoso "grain filter" (filtro de granulação da imagem, "borrando" um pouco os objetos) é aplicado em grande quantidade em F.E.A.R. 2. Aliás, até demais. Uma das poucas experiências únicas no segundo game é montar em grandes robôs mecanizados e disparar projéteis explosivos, aniquilando tudo e todos. Ainda assim, os visuais de explosões e destruição são recheados com filtros pesados de granulação.

No mais, sem grandes destaques

Retirando o modo principal do jogo (single player), não há muito o que afirmar a respeito das novidades da sequência. Há uma seção interessante no menu principal do game denominada Awards. Nesse caso, é possível visualizar as conquistas atingidas pelo jogador com os diversos tiroteios presenciados durante os combates.

Multiplayer sangrento, mas não tão bom quanto o modo single player Outro componente indicado na tela inicial de F.E.A.R. 2 é o modo multiplayer. Também não apresentando nenhuma grande inovação, o modo multiplayer deixa a desejar em vários aspectos. Além de não haver muitos jogadores brincando com Project Origin no modo online, os tipos de jogo não oferecem formas de diversão expressivas aos fãs.

A principal falha do modo multiplayer é a falta dos modos "slow-motion" que, no primeiro game, fazem os gamers se divertirem em arenas online de forma muito interessante. Há apenas os típicos Deathmatch, Team Deathmatch, Conquest (e derivados), Capture the Flag e dois modos chamados Failsafe e Armored Front.

Enquanto Failsafe perde bastante para a jogabilidade multiplayer de outros bons FPSs online, Armored Front traz à tona um dos maiores diferenciais do jogo: combate mecanizado. Dessa forma, os jogadores são encaminhados para combates violentos com o auxílio de robôs potentes. O resultado? Muita, mas muita destruição.

Para muitos, a experiência com F.E.A.R. 2: Project Origin foi ligeiramente decepcionante. Para o Baixaki Jogos, a experiência foi, no mínimo, interessante. Ainda assim, deve-se levar em consideração que a continuação traz muito pouco do esplendor mostrado no jogo original. Para os verdadeiros fãs de F.E.A.R., o segundo game é uma parada obrigatória, mas é uma tolice constatar que Project Origin causa o mesmo impacto que o primeiro título devido à escassa quantidade de inovações de peso.
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