Imagem de Final Fantasy Anniversary Edition
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Final Fantasy Anniversary Edition

Nota do Voxel
75

Uma nova maneira de se jogar o velho Final Fantasy.

20 anos definitivamente não é pouco tempo, sobretudo quando se leva em conta os avanços na indústria de jogos. Entretanto, em 20 anos também se cria muita história, sobretudo quando se tem nas mãos algo com a relevância de um Final Fantasy. E disso a Square Enix sabe muito bem.

Assim sendo, é natural que uma franquia assim tão significativa evolua. Mas também é natural que ela deixe para trás uma legião de fãs saudosistas, fãs que com certeza estariam dispostos a gastar alguns trocados — alguns bons trocados — para poder relembrar um antigo clássico devidamente remodelado (“remaquiado”, a bem da verdade) para uma das novas plataformas da atualidade: no caso, o PlayStation Portable.

Fale a verdade, fazia um bom tempo que você não via uma formação dessas, hein?
Verdade seja dita: Final Fantasy Anniversary Edition não é um jogo realmente novo; isso em nenhum aspecto. Também é verdade que avaliar um clássico com uma boa idade nas costas, comparando com RPGs modernos como Dungeon Siege seria quase uma covardia. Assim sendo, antes de mais nada, tenha uma coisa em mente: Final Fantasy I é, em última estância, um jogo de 1987, embora venha com algumas boas novidades e possa agora ser jogado em alta resolução na límpida tela do PSP.

Talvez uma das poucas adições realmente significativas seja o calabouço extra, vindo diretamente de Dawn of Souls, um remake lançado para Game Boy Advance de alguns anos atrás. É claro que o pacote para GBA também vinha com Final Fantasy II. Infelizmente os extras pararam no calabouço mesmo e quem quiser estender o seu saudosismo a FF II terá que desembolsar mais algumas verdinhas por um título à parte.

A “velha escola” de RPGs

E não são apenas os gráficos que denunciam a avançada idade de FF. Tudo no jogo transpira a velha escola de RPGs, começando pela história. Após passar por uma tela inicial onde se pode escolher as classes dos integrantes da equipe (Fighter, Thief, Black Belt, Red Mage, White Mage e Black Mage), os nobres e oportunos heróis ficam sabendo que são, na realidade, a última esperança de um mundo condenado pelas forças das trevas — lembre-se, era 1987.

Ei, você aí! É, você mesmo. Quer salvar o mundo?

Era sobre eles, os quatro guerreiros aleatórios que você acabara de criar, que a antiga profecia se referia: “Quando a escuridão encobrir o mundo, quatro Guerreiros da Luz deverão aparecer”. É isso aí, você passa a controlar os “Guerreiros da Luz”, um grupo com a hercúlea incunbência de salvar todo o mundo, começando pela filha do rei local que foi seqüestrada por um proficiente espadachim.

E é isso, a partir daí, você e o seu nobre grupo estarão praticamente por conta. Você pode inclusive rumar imediatamente para o norte, afim de acabar com o temível vilão, resgatar a princesa e ficar com a glória. Entretanto, FF é de uma época em que os jogos não mostravam muita compaixão por jogadores um pouco menos... habilidosos.

Assim sendo, caso você não gaste algum tempo evoluindo os membros do grupo através das clássicas batalhas aleatórias e juntando dinheiro para comprar armas e armaduras, provavelmente a sua carreira de caçador de recompensas épico será bem curta; não obstante o fato de FF para o PSP ter sido consideravelmente facilitado.

Jogabilidade clássica


FF praticamente inventou a forma de se jogar RPGs em consoles. Entretanto, isso já foi há um bom tempo. Assim sendo, espere encontrar uma fórmula bastante simplista em relação às técnicas encontradas em jogos mais recentes. Quer dizer, simplista, mas nem por isso menos enxuta e bem estruturada. Você pode atacar, disparar magias ou utilizar itens e também fugir quando a coisa ficar meio feia.

Magias. Ataques em turnos. Milhares de gêmeos idênticos. Quanta nostalgia! Trata-se do usual mecanismo em turnos, onde cada grupo escolhe a ação a ser tomada pelos seus integrantes e o alvo de cada movimento. O que, contudo, acaba minando um pouco a estratégia de um turno é o fato de não se poder escolher a ordem dos atacantes; isso é completamente aleatório. Ou seja, você ainda vai perder magias de sono em um único inimigo, ou mesmo disparar magias de defesa quando estas já não são mais tão úteis assim.

Assim como acontecia em remakes mais antigos, Anniversary Edition também corrige o problema dos ataques perdidos. Em FF I original, caso se dirigisse o ataque de um determinado personagem a um inimigo, e esse inimigo tombasse antes de receber o dito ataque, o seu movimento era completamente perdido. Agora, caso um vilão perca a boa oportunidade de levar um golpe por estar morto, outro será — aleatoriamente, é claro — definido como novo alvo.

Em relação ao sistema de magias, é aquilo que qualquer fã da série já deve estar bem acostumado. Cada mago terá acesso a três tipos de magia em cada nível, sendo que se pode descartar uma determinada magia para abrir espaço para uma outra mais funcional quando for necessário. Maniqueísta por definição, FF traz magias brancas e pretas, para cura e ataques, respectivamente. Alguns magos poderão ter magias dos dois tipos.

Afora isso, é aquela coisa: compre novas armas, novas armaduras e adquira novos itens e magias na cidade mais próxima. Em relação aos equipamentos, o jogo ainda traz um prático botão que equipa os personagens de forma otimizada, para que não seja necessário equipar item por item.

Ah, os encontros aleatórios!

Claro, um RPG clássico não seria um RPG clássico sem os encontros aleatórios. Para os mais novos que talvez não tenham pegado a era dourada dos RPGs, vai aí uma breve descrição: são aqueles momentos em que se está vagando um tanto sem rumo pelos descampados do jogo e surge, sem prévio aviso, um inimigo ou mesmo vários inimigos combinados como que saídos do puro éter.

É claro que ter três ou quatro encontros em um minúsculo espaço de tempo, quando se está tentando economizar energia para entrar em uma masmorra, não é muito agradável. Entretanto, esses combates aleatórios vão servir também para suprir duas necessidades básicas: dinheiro e pontos de experiência.



E, quer saber? Caso você realmente pretenda seguir pela aventura principal de FF sem ter maiores problemas, é bom gastar algum tempo fortalecendo o grupo e garantindo subsídios para poções que restauram a energia e antídotos para algum eventual envenenamento.

Além disso, caso o grupo entre um tanto arrebentado pelos portões da cidade mais próxima, provavelmente será também necessário pagar por uma noite na hospedaria ou mesmo pelos serviços do sumo sacerdote local, que é capaz de reviver um companheiro caído... por um bom preço. Basicamente? Junte dinheiro. Acumule XP.

Muito mais bonito

Mesmo correndo o risco de ofender algum purista de plantão, é inevitável mencionar: FF Anniversary está, sem sombra de dúvida, muito mais bonito. Basta comparar o remake com o original: aquele possui gráficos muito mais polidos, texturas renovadas e um ambiente muito menos quadriculado e também muito mais rico em detalhes. Infelizmente, ainda não se pode movimentar os personagens na diagonal. Ponto para os puristas.

A trilha sonora também não faz feio, trazendo as melodias, que já são velhas conhecida dos jogadores, totalmente reelaboradas para produzir sons nada menos do que cristalinos, apesar de ainda serem sintetizados.

Os famosos monstros de FF também ganharam um visual bem mais limpo e convincente, como o lendário dragão de seis cabeças. Ainda é possível conferir o visual e as informações de cada monstro vencido utilizando o bestiário.

O novo velho Tiamat.

Enfim, melhores gráficos, uma nova masmorra e um som renovado. Entretanto, o mesmo jogo. Desnecessário dizer que Final Fantasy Anniversary Edition visa mais os fãs de carteirinha da série. Aquele fã apaixonado de longa data que adoraria ver o seu amado FF original rodando totalmente reformulado com a boa resolução da tela do PSP. Não que não seja uma boa oportunidade para alguns jogadores mais novos ficarem conhecendo a origem de uma franquia com o peso de Final Fantasy.
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