Imagem de Ford Mustang: The Legend Lives
Imagem de Ford Mustang: The Legend Lives

Ford Mustang: The Legend Lives

Nota do Voxel
46

As lendas dos automóveis não aparecem como verdadeiros mitos neste simples jogo para PS2.

É difícil criar um jogo de corrida? Com certeza. As nuanças dos carros, a maneira como os veículos serão dirigidos e as ambientações são os pilares da reprodução virtual de corridas emocionantes. Trazer à tona marcas como Ferrari, Lamborghini e Mustang é algo que muitos arriscam fazer, mas poucos têm sucesso. A 2K Games, infelizmente, não escapou dessa filosofia.

Simples e... Fraco. Em comparação com grandes jogos como Gran Turismo 4 e Burnout 3, Ford Mustang: The Legend Lives pecou em diversos sentidos. Os desenvolvedores da Eutechnyx não conseguiram reproduzir as ditas lendas das pistas com o efeito desejado, fazendo com que o produto final ficasse extremamente simples, fraco e nada emocionante. O mesmo vale para a versão do console Xbox (o original).

Proposta ótima, resultado ruim

Como o próprio nome do game sugere, a proposta de The Legend Lives é incorporar as monstruosidades clássicas da Mustang a um jogo de corrida de forma estarrecedora. Não é o que aconteceu, mas, ainda assim, há uma boa variedade de veículos a serem escolhidos. São quase 36 modelos criados desde 1965 até 2005. Ou seja, 40 anos de pura velocidade.

Mas tanto a representação gráfica dos veículos quanto o sistema físico do jogo pecam fortemente. Muitos chegam a comparar The Legend Lives com games arcade desenvolvidos muitos anos antes do surgimento do título. Como a tendência é evoluir cada vez mais, o game da Eutechnyx nadou contra a corrente e criou um jogo decepcionante.

Carros mal feitos derrapam nas pistas. Sim, decepcionante, pois este é um daqueles games cujos carros são aparentemente "feitos de borracha". A jogabilidade arcade contrasta de forma ridícula com os bólidos da Ford Mustang. A sensação transmitida é que o carro controlado está flutuando e derrapando na pista, sendo que bater de frente com um muro não causa nenhum estrago ao veículo. Bater de lado contra o muro pode auxiliar os jogadores a realizar curvas mais elaboradas em alta velocidade.

Os demais quesitos não são de todo ruim. Aceleração, velocidade máxima e freios atuam de maneira razoável, mas simplesmente não evitam o fato de que controlar os carros do jogo é algo ruim e desgostoso. A diversão não aparece dentro das pistas.

Simples, até demais

Como os desenvolvedores tentaram apenas injetar a velocidade nas veias dos fãs de Mustangs a qualquer custo. Bem, não a qualquer custo, pois o game é demasiadamente simples. Dessa forma, o entretenimento surge apenas entre os próprios corredores e os demais veículos.

O sistema de pontos obtidos dentro de uma corrida funciona com base nessa interação entre os carros e também em outros itens, tais como terminar a volta em questão na primeira colocação. Passar raspando por carros "normais" que estão na contramão também rende bons pontos.Apaga este farol, mané!

A parte ruim é que qualquer batida faz com que o jogador perca os pontos adquiridos. Dessa forma, os malucos concorrentes tendem a dirigir quase inconseqüentemente, batendo na traseira do carro do jogador e fazendo com que ocorram giros exagerados do veículo, capazes de comprometer toda a prova.

Além de não oferecer um sistema de danos veicular, The Legend Lives não apresenta nenhum tipo de modificação dos famosos automóveis. Assim, as máquinas se tornam completamente inalteráveis, já que nenhum, absolutamente nenhum tipo de peça pode ser comprada ou alterada. Do começo ao fim, os carros são os mesmos.

Emoção por um tempo curto

Os movimentos radicais dos carros que ganham pontos para o jogador (como dirigir sobre duas rodas, derrapar nas curvas — "powerslides" — e outros) oferecem uma emoção temporária. As corridas ocorrem de forma dinâmica e rápida, algo que tenta salvar os pontos ruins do jogo sem sucesso, pois tudo acaba sendo repetitivo.

Jogabilidade tão decepcionante quanto os gráficos. É curioso constatar que os desenvolvedores anunciaram 22 ambientes de corrida variados. Mas o que ocorre de verdade é que todos são derivados uns dos outros. Assim, é possível afirmar que, nas primeiras horas de jogo, há a chance de conhecer praticamente todos os ambientes disponibilizados em The Legend Lives.

A parte central do game seria, supostamente, o modo Career. No entanto, a carreira do jogador é apenas vencer todas as corridas para desbloquear novas pistas e novos carros. E é apenas isso! Não há como elogiar esse modo de jogo fraco e decepcionante.

Além do Career, há os modos Quick Race (escolher uma pista e correr de forma rápida), Time Attack (vencer o tempo proposto) e Eliminator. Como não há chances de atualizar peças dos carros, arranjar patrocinadores e administrar o dinheiro em nenhum dos quatro modos, nada impressiona.

Um dos pequenos alívios na experiência com o game é a possibilidade de disputar com outros corredores. O modo multiplayer atiça um pouco o espírito competitivo dos jogadores. Apesar de haver apenas duas formas de competição (Quick Race e Catch-Up Race) e apenas dois jogadores poderem competir nas pistas, é possível se divertir um pouco come esse modo.

Recursos técnicos deploráveis

Ford Mustang foi criado apenas para o Xbox original e para o PlayStation 2. Infelizmente, os usuários do console mais famoso da Sony podem facilmente ter acessos de raiva ao jogar a versão do PS2. As delineações são completamente serrilhadas em quase todos os objetos presentes nas pistas, com a inclusão dos próprios carros.

Além disso, o Baixaki Jogos pôde experimentar algumas quedas de quadros por segundo (FPS, na sigla em inglês), o que prejudicou fortemente a experiência. Tentando reproduzir uma alta quantidade de detalhes, os desenvolvedores falharam e acabaram ilustrando o jogo com visuais brutos, mal feitos e feios. Para muitos, isso é imperdoável, considerando o potencial do PS2.

Uma embalagem bonita para um jogo podre.

E um item enervante é a obrigação que o jogador tem de assistir a um pedaço do replay das corridas após terminá-las. Não há como escapar disso, sendo que deve-se cortar manualmente o replay para pular essa parte. A interface, em geral, não é nada satisfatória.

Fácil de jogar e brutalmente repugnante, Ford Mustang: The Legend Lives é indicado apenas para os principiantes em jogos de corrida. E mesmo aqueles que se enquadram nessa categoria podem facilmente se decepcionar com o tipo de emoção encontrada.
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