Imagem de Fossil Fighters
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Fossil Fighters

Nota do Voxel
64

Um pokémon com fósseis e picaretas (a ferramenta, é claro)

Hei, amigo! Nem o seu cabelo é totalmente original. Sonic que o diga!Com quase quatro décadas da existência de uma indústria de games, é natural que nem todo mundo consiga reinventar a roda constantemente, a fim de trazer algo realmente inovador; uma experiência nova. Entretanto, alguns títulos realmente forçam a barra ao copiar descaradamente os sucessos de outros jogos, nitidamente pegando rebeira no sucesso de outros — embora alguns realmente consigam acrescentar algo novo a uma experiência prévia, como God of War em relação à fórmula original de Devil May Cry.

Mas o que se pode dizer quando uma empresa plagia a sua própria ideia? Bem, esse é exatamente o caso de Fossil Fighters, título desenvolvido pela RED Entertainment e publicado pela Nintendo, e que bebe exatamente da mesma fonte dos consagrados Monstros de Bolso. Com algumas modificações aqui, remaquiagens ali, o que se tem é um Pokémon cover: colecionar monstros para colocá-los em competições.

É claro que existem diferenças, sobretudo em relação à natureza dos monstros aqui. A propósito, eles não são propriamente monstros, mas dinossauros. Ok, também não são dinossauros: o nome correto é “vivossauros” — já que provavelmente ninguém esperaria que um brontossauro disparasse “jabs” e outros golpes de boxe.

Para ser justo, a concepção por trás da trama é até relativamente original. Você vai desencavar fósseis de dinossauros, vai limpá-los, juntar as partes — pernas, braços, torso e cabeça —, e levar para a máquina maravilhosa de um sujeito chamado Dr. Diggins (nome sugestivo, não?) a fim de revivê-los.

A diferença é que, em vez de colocá-los em um parque temático para esvaziar bolsos de turistas, você vai utilizar essas maravilhas genéticas para brigar em campeonatos. Uma vez nos campeonatos, surge um dos poucos pontos interessantes do game: as possibilidades táticas — tanto no arranjo da sua equipe de vivossauros, quanto nas possibilidades de disposição destes em uma arena bastante estratégica.

O problema é que, além do inegável caráter derivativo da ideia, todo o jogo transpira um desenvolvimento quase amador, sobretudo em relação ao acabamento gráfico. De fato, chega a ser difícil acreditar que se trata de um jogo da própria Nintendo. São “glitches” por toda a parte, movimentações grosseiras por parte dos personagens e, por fim, diálogos que certamente se beneficiariam de uma revisão.

Tudo isso organizado em um ritmo de jogo que oscila constantemente entre a falta de objetivos concretos e o tédio absoluto. Não obstante, alguns momentos ainda conseguem ser genuinamente divertidos. Notadamente, nos momentos em que se deve limpar os fósseis, e também durante as batalhas — que aqui são bem menos constantes do que em Pokémon.

Pense em Fossil Fighters como uma cópia descarada de Pokémon... feita pelos próprios criadores de Pokémon! Embora isso alivie um pouco o lado moral da coisa, fato e que você dificilmente vai encontrar aqui algo que valha a pena abandonar Ash, Pikachu e Cia.

Sim, existem alguns elementos originais e até divertidos — como o minigame para limpar fósseis —, mas todo o resto acaba caindo irremediavelmente em um clima repetitivo e maçante. Aliás, acaba sendo realmente uma pena, principalmente a julgar pelo caráter tático das batalhas. Quem sabe uma releitura genuinamente “first party” (feita pela própria Nintendo)? Quem sabe.

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