Imagem de Frostpunk
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Frostpunk

Nota do Voxel
90

Frostpunk prova que a 11-Bit sabe muito bem como fazer jogos marcantes

Frostpunk

Desenvolvido pela mesma equipe responsável por This War of Mine, Frostpunk é um game que trata de temas semelhantes, mas em um cenário mais fictício e abrangente. Em um século XIX alternativo, você lidera um grupo de sobreviventes que foge de Londres em meio ao que parece ser a chegada de uma nova Era Glacial.

Sua única esperança nesse cenário é um grande reator baseado em carvão, que fornece o calor necessário para que as pessoas não congelem nesse cenário. Como a existência humana não depende somente de uma boa temperatura, o jogador também vai ter que oferece habitação, segurança e comida para seus habitantes — tudo isso enquanto lida com mudanças climáticas imprevisíveis e revoltas que podem surgir do nada.

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O que torna Frostpunk diferente de outros games de gerenciamento de recursos é o tom político que ele adota. Para que sua sociedade funcione bem, é preciso escolher quais leis ela deve seguir e estar pronto a lidar com o resultado delas: proibir o trabalho infantil, por exemplo, pode trazer paz de espírito, mas diminui o número de trabalhadores disponíveis em um primeiro momento.

Conforme você avança no jogo, essas decisões se tornam mais difíceis e vão tocar diretamente naquilo que o jogador acredita como o certo. Em certo ponto é preciso decidir se a força ou a espiritualidade vai guiar as esperanças de sua cidade, e em ambos os cenários o abuso da força e do autoritarismo se torna bastante tentador — por mais que as implicações humanas duvidosas por trás de suas decisões fiquem muito evidentes.

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Sobrevivência desafiante

O que mais me atraiu em Frostpunk não foi seu lado político, mas o fato de ele ser um game que é desafiador em toda a sua duração. Demorei 8 horas para terminar o cenário principal (há dois ligeiramente diferentes disponíveis logo de cara), e em nenhum momento tive 100% de certeza que estava tomando as decisões certas.

Nos momentos em que eu me considerava seguro, com boas reservas de carvão, madeira e aço, e uma produção de comida balanceada, o game fez questão de apresentar um desafio que fugia ao que eu podia fazer: dissidentes ameaçavam deixar a cidade. E lá fui eu gastar todas as minhas economias (e criar novas linhas de produção) para evitar que isso acontecesse e minhas chances de sobrevivência fossem destruídas.

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Pena que muitas dessas reviravoltas que ajudam o game a se tornar interessante só funcionam da primeira vez que acontecem. Em uma segunda jogatina, você já vai ter certa segurança em relação ao que pode acontecer, algo que diminui o “fator surpresa” tão prazeroso que Frostpunk apresenta na primeira vez que você encara seus desafios (algo que, diga-se de passagem, também afetou um pouco This War of Mine).

No entanto, o fator mais problemático de Frostpunk é sua interface: caso você não domine as teclas de atalho do game, se prepare para ter dificuldades em encontrar as construções especiais que surgem depois de certo tempo. Todos os prédios têm um design próprio, mas o fato de todos compartilharem a mesma cor cinzenta e a presença constante de efeitos de fumaça e partículas faz com que seja difícil diferenciá-los rapidamente, especialmente quando sua cidade já atingiu um tamanho considerável.

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Indie que vale o investimento

Tal qual aconteceu com This War of Mine, a 11-Bit Studios conseguiu fazer com que Frostpunk seja um game que tema algo a dizer. Embora não explore tanto os conflitos humanos quando o jogo que tornou o estúdio famoso, o título consegue fazer você se sentir culpado por suas escolhas, mesmo quando sabe que elas foram “para o melhor” e que a alternativa também não era muito agradável.

Galeria 1

 

Frostpunk tem seus defeitos, mas foi bom o suficiente para conseguir me prender durante horas em frente ao PC com o desejo de fazer o melhor possível para lutar contra elementos que sempre jogavam contra mim. Excelente para quem procura algo diferente no mundo dos gerenciadores de recurso e jogos de sobrevivência, o game merece fazer parte da coleção de quem procura por experiências marcantes e que deixam você pensando no que fez dias após as missões e desafios chegarem ao fim.

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Pontos Positivos
  • Bastante desafiador
  • Sabe balancear novos desafios com as chances de ser bem-sucedido
  • Não esconde seu tom político e sabe bem o que quer dizer
Pontos Negativos
  • Interface torna difícil visualizar alguns elementos importantes
  • Fica menos impactante depois da primeira jogatina