Imagem de Fuel
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Fuel

Nota do Voxel
58

Uma proposta ambiciosa que tinha tudo para dar certo. Tinha.

Mas, infelizmente, não deu. A Codemasters, inovadora como sempre, teve a ideia de apresentar um jogo de proporções épicas. E, como a especialidade da empresa é o gênero corrida, esperava-se que Fuel despontasse como um dos melhores jogos de velocidade de todos os tempos. Para a tristeza de muitos, não foi bem isso o que aconteceu.

Seguindo a linha da série de longas-metragens Mad Max, a premissa do game é a seguinte: embarque em um mundo desolado com veículos espetaculares, tentando vencer as corridas e os desafios para adquirir combustível (em inglês, "fuel"). Com combustível, tudo é possível.


O diferencial de Fuel em relação aos demais títulos de corrida offroad é a vastidão do mundo a ser explorado. São mais de 5.000 milhas quadradas (mais de 13.000 quilômetros quadrados) de desolação. Correndo pelos cenários, o jogador é capaz de encontrar novos desafios e paisagens "deslumbrantes".

Livre pelo mapa... Até demais

A liberdade em jogos com cenários limitados sempre foi criticada pelos gamers e críticos. Mas é difícil pensar em um game no qual a liberdade exagerada poderia ser um ponto negativo. Isso acontece em Fuel. O mundo é tão grande que os desenvolvedores não conseguiram preenchê-lo com atividades suficientes para manter os jogadores presos ao game.

A imagem é boa. Já o game... Tudo bem, nas partes iniciais do cenário o corredor tem muito o que fazer. Só que, se você decidir encarnar um espírito mais "aventureiro" e partir para a exploração, cuidado. Às vezes, muitos minutos são necessários para que um mero desafio seja encontrado. E, se não houver combustível suficiente para participar daquela etapa, o jogador deve voltar à desolação onde estava ou retornar ao menu principal.

Em outras palavras: a base do jogo não foi construída de forma sólida. A inovação da proposta da Codemasters apanhou feio para si mesma. De que adianta uma quantidade absurda de quilômetros quadrados de ambientes abertos se não há o que fazer neles?

Portanto, é comum voltar ao menu inicial e experimentar os demais modos de jogo. Embarcar nos Challenges (desafios) ou nas corridas do modo Career (carreira) é mais satisfatório do que vagar sem rumo pelos cenários pós-apocalípticos do game.

De modo geral, problemático

Por mais que existam pequenos detalhes interessantes durante as corridas de Fuel, fazer os adversários comerem poeira não é tão divertido quanto o esperado. A inteligência artificial deixa a desejar, mesmo que o jogador eleve o nível de dificuldade do jogo. Sem um forte pilar de desafio, os desenvolvedores da Asobo não conseguiram convencer ao criar as corridas de Fuel.


Enfim, há etapas de vários tipos. Em certas corridas, o gamer deve passar por uma série de checkpoints — pontos demarcados na pista — e, ao mesmo tempo, garantir a liderança. Há ocasiões em que é necessário fugir de um helicóptero. Na maioria das vezes, procurar por atalhos é uma das melhores formas de atingir o sucesso.

Visto que certos veículos são difíceis de serem controlados, o jogo conta com uma interface opcional de indicação do caminho. Na parte superior da tela, portanto, é possível visualizar uma série de flechas que o corredor deve seguir para chegar ao seu destino naquele momento. É claro que atalhos sempre são bem-vindos, mas cuidado para não deixar de passar em um checkpoint.

Há momentos em que os competidores controlados pela inteligência artificial são um tanto ingênuos. Na maior parte das ocasiões, os concorrentes permanecem atrelados à pista, sem senso de criatividade para atrapalhar o jogador. Também não é raro encontrar algum corredor preso a um objeto do cenário.

Outro ponto ruim da IA é o desequilíbrio comportamental em uma mesma corrida, principalmente nos níveis de dificuldade mais elevados. Por exemplo: alguns competidores deixam o jogador passar de forma inacreditavelmente fácil, mas momentos depois conseguem atingir velocidades alucinantes, mesmo com veículos regulares (em teoria).

O tempo é seu inimigo neste desafio Os desafios por tempo são os que mais podem causar problemas aos fãs de corrida. Primeiramente, o controle desajeitado de alguns veículos atrapalha bastante em um primeiro contato com esse tipo de desafio. Em segundo lugar, várias tentativas são necessárias para que o jogador ache os melhores caminhos para atingir as maiores velocidades possíveis e encurtar o tempo.

Nenhum destaque

Será que os recursos técnicos são capazes de salvar este game? O Baixaki Jogos acredita que não. Visualmente, uma série de falhas faz com que o gamer esqueça rapidamente o belo panorama geral que o jogo oferece logo de início. Mesmo a versão para computadores não satisfaz o olhar dos jogadores mais críticos.

Os modelos dos carros são relativamente interessantes, mas não trazem nenhum diferencial de peso em relação a outros games parecidos com Fuel. O que mais causa calafrios maléficos é a falta de um polimento geral. Surgimento abrupto de texturas e objetos (os infames "pop-ins"), superfícies mal desenhadas e efeitos de animação nada convincentes contribuem para um visual fraco.

A jogabilidade é um pouco mais satisfatória na versão para consoles do que no PC. Só que, em todas as versões de Fuel, controlar os veículos é extremamente simples. O único cuidado que o gamer precisa ter faz referência ao estado do automóvel durante a corrida. Tente não bater em tudo o que você encontra pelo caminho e o botão de Reset não precisará ser pressionado.

Quer participar de corridas com outros jogadores através da internet? Tudo bem, mas saiba que embarcar no modo de mundo aberto — Free Ride — com outros gamers não é lá essas coisas. São muitos poucos corredores que arriscam encontrar outros pilotos nesse modo online. Os demais modos de corrida online são um pouco divertidos, mas o frequente atraso na conexão ("lag") pode prejudicar fortemente as experiências.


As sutilezas do game (como a versatilidade da câmera, as manobras que o piloto faz em certas rampas, os efeitos de lama e água no corredor e na tela) não salvam o conjunto. O jogo da Codemasters poderia ser muito melhor se o desenvolvimento fosse um pouco mais intenso e cuidadoso.

Quanto aos sons, não há muito o que reclamar. Apesar de não haver um realismo espetacular no barulho dos motores e na ambientação sonora de modo geral, esta parte do jogo não oferece uma qualidade deplorável. As músicas contribuem para a abordagem "radical", mas, infelizmente, não salvam Fuel de ser um título decepcionante.


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