Um arriscado passo em busca de renovação [vídeo]
Videoanálise
Em uma guerra, é a ousadia que separa os heróis dos soldados comuns. É a coragem de quebrar o protocolo, ignorar ordens e fazer aquilo que você considera certo e necessário. É arriscar.
E mesmo sem colocar as mãos em armas, foi o que Epic Games fez com Gears of War: Judgment. Depois de encerrar a trilogia de Marcus Fenix e pôr um fim na guerra contra os Locusts, a empresa decidiu trazer um novo capítulo para a popular franquia, saciando a vontade dos fãs de revisitar aquele universo. Todos queriam conhecer o futuro de um dos heróis mais marcantes do Xbox 360.
No entanto, a empresa decidiu não só contrariar as expectativas ao trazer um prequel da série como ainda deixou seu protagonista de lado, colocando outro personagem para comandar a história. Para isso, voltamos ao início da guerra no planeta Sera e acompanhamos os primeiros anos após o Emergence Day sob a perspectiva dos membros do Esquadrão Kilo, liderados pelo então tenente Damon Baird.
Só que essa não foi a única novidade. O que realmente surpreendeu e deixou muita gente desconfiada é que, além da aposentadoria de Fenix, Judgmente seria o primeiro título da série produzido por outro estúdio. A Epic confiou à People Can Fly a responsabilidade de dar vida a uma de suas maiores criações. Uma aposta alta, arriscada, mas felizmente certeira.
Se você ainda tinha dúvidas de que a People Can Fly conseguiria manter o nível de qualidade dos jogos produzidos pela Epic, Gears of War: Judgment é a prova de que boas ideias se sustentem independente da mão que as conduz. O jogo é excelente, trazendo tudo aquilo que os fãs esperavam de uma sequência.
Além disso, o título acerta exatamente onde God of War: Ascension falhou. Judgment volta no tempo e apresenta fatos anteriores à trilogia original que aprofundam a personalidade de personagens já conhecidos e traz novos rostos que expandem o universo da série de maneira significativa. Paduk e Sophia são mais do que apenas máquinas de matar Locusts, mas peças que ajudam o jogador a entender a realidade de Sera durante e depois as Pendulum Wars.
Com isso, a produtora conseguiu não só entregar um excelente jogo, mas também deixou aquele universo muito mais rico e ainda renovou muito outros elementos da mecânica e da própria narrativa. No fim das contas, Judgment mostra que reinvenção e ousadia andam lado a lado e, por mais arriscado que tenha sido abandonar a figura de Marcus Fenix, ir além do personagem abre as portas para novas histórias e um novo futuro para COG — e para toda a série.
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Nota do Voxel