Imagem de Grow Up
Imagem de Grow Up

Grow Up

Nota do Voxel
80

Simpático, Divertido E Crescendo Em Direção À Lua

Grow Home é um game indie muito simpático que conquistou os jogadores com mecânicas inteligentes e um mundo colorido e divertido. Durante sua apresentação na E3 2016 – o maior evento do segmento no ano –, a Ubisoft anunciou a continuação desse título que se tornou o querido de muitos que tiveram a oportunidade de experimentá-lo. Assim, o público passou a conhecer oficialmente o Grow Up, a sequência da aventura de BUD.

O game foi mais uma vez desenvolvido pela Ubisoft Refletions, estúdio que tem em seu portfólio vários títulos "AAA", mas que aposta na série "Grow" como o seu representante indie. Caso você não se lembre, o primeiro jogo foi resultado de testes com animação procedural e nasceu como uma brincadeira que acabou se transformando nesse belíssimo game independente.

Grow Up foi anunciado no mês de junho, durante a E3 2016, e foi oficialmente lançado em agosto do mesmo ano. O título está disponível para PlayStation 4, Xbox One e PCs.

Mesma mecânica, planeta diferente

Grow Up segue uma premissa muitíssimo semelhante ao de Grow Home. Dessa vez, em vez de ser enviado para um local para exploração, o personagem BUD (sigla para Botanical Utility Droid) acaba sendo projetado para um planeta depois que sua nave – chamada de MOM – colide com uma lua.

Grow Up

Depois do impacto, várias partes da nave se espalham por esse planeta, deixando claro o seu objetivo principal: coletar todos esses artefatos e restabelecer o funcionamento da MOM. Dessa vez, o ambiente é maior e muito mais variado, com paisagens diferentes para serem apreciadas e exploradas.

O continuação de Grow Home não se limite a uma única ilha e ao crescimento vertical da chamada Power Plant – uma planta que tem a capacidade de crescer ao se conectar com algumas ilhas flutuantes. Agora, temos vários pontos a serem explorados, mas todos com o mesmo objetivo: fazer essa estrutura gigante crescer e levar BUD para mais perto de seu alvo, que é uma parte perdida da nave.

Em sua essência, Grow Up é uma continuação direta de Grow Home com exatamente as mesmas mecânicas, o que nem de longe é algo ruim. A jogabilidade e a necessidade de escalar várias estruturas ainda existem nesse game, o que é complementado por uma série de novidades, como a possibilidade de gerar algumas plantas e novas habilidades que BUD pode adquirir durante a aventura.

Novidades bem-vindas e outras sem utilidade alguma

Uma das adições mais interessantes ao game são novas formas de explorar o mundo. Com o tempo, isso se mostra extremamente necessário, uma vez que estamos falando de um planeta muito maior do que aquele que conhecemos no primeiro game, o que favorece o espírito de exploração dos jogadores. Um bom exemplo é a capacidade de BUD se transformar em uma pequena bola, o que facilita a movimentação, já que o personagem é propositalmente desengonçado.

Grow Up

Outra novidade, embora estivesse presente em Grow Home de certa forma, é o aprimoramento do jetpack do personagem. Quem experimentou o primeiro game sabe como é útil poder contar com uma ajudinha extra na hora de subir uma gigantesca estrutura e estar prestes a cair a qualquer momento. Em Grow Up, aliar o propulsor com a asa delta é uma das melhores estratégias para se explorar esse vasto mundo cheio de coisas novas a serem descobertas.

Grow Up

Todas essas melhorias de BUD ainda estão bloqueadas até que o jogador consiga reunir uma certa quantidade de cristais que estão espalhados pelo mapa. Porém, dessa vez, a distribuição das habilidades está muito mais inteligente, incentivando a busca por mais cristais até terminar todos os upgrades.

Com relação à possibilidade de germinar algumas plantas depois de escaneá-las, temos a seguinte análise: trata-se de uma função interessante, mas que não tem utilidade alguma. Durante a jogatina, essa possibilidade praticamente não foi utilizada, transformando-se apenas em uma coleção de plantas que podem ser usadas ocasionalmente – leia-se "nunca". Tudo o que você pode fazer com elas pode ser substituído por algo mais simples ou mais rápido. Portanto, não há convites para usar essa nova ferramenta.

Em Grow Up também temos a visão do POD, uma espécie de drone que gera uma imagem aérea do planeta. Essa é outra novidade muito bem-vinda se considerarmos a vastidão do planeta, sendo possível encontrar pontos de interesse e até marcar um determinando local para achá-lo mais tarde. Mesmo assim, o lugar ainda é um pouco confuso – muito por causa do gráfico simples que a Ubisoft Reflections resolveu adotar –, o que acaba gerando muita confusão. Não foram raros os momentos em que fiquei perdido momentaneamente no mapa.

Porém, a adição mais interessantes com certeza são os desafios que temos espalhados pelo mapa. Se considerarmos que Grow Up é um jogo de apenas três a cinco horas de gameplay, é muito interessante ver que a desenvolvedora se preocupou em aumentar um pouco mais o tempo de jogatina. Isso também ajuda o jogador a explorar algumas partes do planeta em que geralmente nunca pisaria, aumentando um pouco o tempo de jogo. Nada que vá acrescentar mais três horas de jogatina, mas é um começo.

Grow Up

Gráficos e trilha sonora simpáticos

A proposta de Grow Up é propositalmente simples. O game não quer que os polígonos tenham alta definição, mas que representem a simplicidade e a proposta independente do título. O foco é essencialmente a jogabilidade e a implementação de novas mecânicas e habilidades para o personagem.

Porém, mesmo assim podemos deixar um elogio para a parte visual do game. Grow Up tem uma aparência simpática e que desarma os críticos que procuram apenas gráficos realistas. Isso também pode ser dito da trilha sonora, que apresenta faixas marcantes e que se complementam muito bem com cada parte do cenário. A música principal ainda é a mesma do primeiro título da série, o que gera um sentimento de nostalgia para quem fechou Grow Home.

Nem tudo são flores

Embora tenha aprimorado vários aspectos do game e oferecido novidades interessantes, Grow Up ainda mantém o principal problema de seu antecessor: uma câmera confusa e que frequentemente atrapalha totalmente a jogabilidade. Já que o "ponto de vista" do jogador também precisa "desviar" de objetos sólidos, com frequência temos a câmera indo e vindo em direção ao personagem.

Isso sem falar nos momentos em que a câmera demora para acompanhar a movimentação durante os voos assistidos pelo jetpack, o que acontece com certa frequência à medida que o game avança. É extremamente frustrante ter que reiniciar uma investida a uma grande ilha porque a sua câmera não o ajudou na hora de ganhar impulso.

Grow Up

Outro problema que constatamos foram os frequentes bugs em que BUD ficava simplesmente preso em determinados objetos. Em algumas ocasiões, foi preciso reiniciar o game para que o personagem começasse a aventura novamente a partir de outro ponto. Sabe aquele momento em que o herói se funde a uma pedra ou outro objeto qualquer? Sim, estamos falando dessas ocasiões.

Vale a pena?

Grow Up é um game com uma proposta simples, mas que surpreende pela simpatia e mecânica interessante de jogabilidade. Esses eram exatamente os ingredientes de seu antecessor e que foram muito bem reaproveitados aqui.

Ainda temos o mesmo gráfico com cores sólidas e um estilo bastante "quadradão" que até lembra um pouco Minecraft (guardadas as devidas proporções e propostas). Mas a identidade é algo que fica bastante clara em Grow Up, especialmente quando você se vê escalando algumas estruturas colossais e que demandam alguns minutos até que cheguemos ao topo.

Os inconvenientes desse título não chegam a estragar a experiência. As ocasiões em que os bugs com BUD aconteceram puderam ser resolvidas em apenas alguns segundos, mas é preciso levá-las em consideração. A inclusão de recursos não muito úteis – o caso da utilização das plantas após escaneá-las – é outro detalhe que não compromete o jogo, mas destaca a falta de planejamento para cada parte do game.

Grow Up

Entretanto, Grow Up se mostra mais maduro ao incluir funcionalidades que prolongam a vida do jogo. Esse é o caso dos desafios, que permitem ao jogador continuar com o título aberto mesmo depois de encontrar todas as peças da nave MOM. É claro que isso ainda não é o suficiente para aumentar em várias horas o aproveitamento do game, mas são passos importantes para aprimorar a jogabilidade e o valor entregue pelo título.

No final das contas, Grow Up dá aquilo que muitos títulos falham em oferecer: uma diversão descompromissada e que agrada por causa da experiência proporcionada por causa do conjunto da obra. Jogadores que fecharam Grow Home vão se sentir felizes ao verem a continuação da história de BUD e quando perceberem que a Ubisoft Reflections vai cuidar bem dessa nova franquia. Com certeza teremos uma continuação desse belo game.

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Pontos Positivos
  • Jogabilidade fácil de aprender
  • Mapa maior e com mais variedade de ambientes
  • Mecânicas de exploração aprimorada
  • Desafios prolongam o jogabilidade
Pontos Negativos
  • Bugs recorrentes com o personagem
  • Algumas mecânicas não possuem utilidade