Imagem de Happy Feet
Imagem de Happy Feet

Happy Feet

Nota do Voxel
47

O pinguim dançarino erra os passos no Nintendo Wii.

Para quem não assistiu à animação de longa metragem Happy Feet, o filme conta a história de um pinguim imperador. Esta raça de pinguins escolhe seus parceiros através do canto deles, e tem característica monogâmica (um só parceiro) para cada período de reprodução.

É hora de começar sua jornada como pinguim da BroadwayHappy Feet conta a história de um pinguim imperador incapaz de cantar: seu canto era terrível, e incapaz de atrair qualquer fêmea que fosse. No entanto, Mumble, o protagonista, era um exímio sapateador. É aí que a história deixa de lado a infantilidade e ganha um cunho profundamente filosófico.

O filme apresenta a briga de um indivíduo que se recusa a seguir os padrões de uma sociedade extremamente dogmática.
Quando a quantidade de peixes começa a diminuir devido à caça exagerada na região dos pólos, os líderes da colônia a que Mumble pertence julgam que seu comportamento incomum causou a ira do “Grande Guin”, um ser caracterizado no filme como sendo o deus dos pinguins.

Mumble, porém, percebe que algo externo está afetando a chegada dos peixes ao local onde seu grupo se alimenta, e após ouvir relatos de uma “espécie alienígena” (os seres humanos) que vive nos entornos de sua região, Mumble decide enfrentar a fé cega de seu povo, que o exila da colônia por seu comportamento subversivo e descobrir o que realmente vem afetando a cadeia alimentar dos pinguins imperador.

O enredo fala de superação, auto-estima e decisão para atingir os objetivos traçados, e serve como uma boa lição tanto para as crianças como para seus pais. Agora que já demos uma breve introdução no enredo do jogo, voltemos ao enfoque principal desta análise, que é o jogo de Happy Feet para o Wii.

Passos fora de ritmo no Wii


Para quem não conhece, este é Mumble, o pinguim imperador dançarinoA história do filme é surpreendente e transforma um enredo aparentemente bobo em um filme que prende a atenção de espectadores de todas as idades por seu contexto aprofundado. Porém, isso não faz a versão para Wii do jogo lançado após o filme muito melhor.

Para dizer a verdade, a versão para Wii de Happy Feet é um verdadeiro desastre. A movimentação do personagem possui uma sensibilidade ruim, o que é, sem dúvida alguma, a pior falha que um jogo do Nintendo Wii poderia sofrer.

Num console onde quase tudo é controlado através de movimentação, jogar sem sensibilidade nos movimentos do Wii Remote é simplesmente um pesadelo. Outro ponto que irrita jogadores mais exigentes é a baixa diversificação nos minigames do jogo: no total são apenas três tipos de minigames espalhados em cerca de 40 ou 50 níveis de jogo.

Para realizar a crítica da experiência interativa do jogo, dividiremos este nos três minigames disponíveis e então analisaremos todos separadamente. Vamos começar então pelo minigame que mais marca a experiência, que é a dança.

Todos os minigames possuem três classificações: medalha de ouro, de prata e de bronze, e vai depender de seu desempenho para você saber qual delas conseguirá. A forma de calcular tal desempenho varia muito de nível para nível: em alguns ela é calculada por tempo, em outros por itens coletados e, nos minigames de dança, o cálculo é feito pelo percentual de acertos.

movimentos exagerados, mas divertidos


Não há nada de muito negativo na dança de Happy Feet. O jogador vai precisar perder uma vez, e então terá aprendido perfeitamente como se dança no jogo. Essa primeira vez que o jogador perde tem apenas um motivo: a sensibilidade do controle é muito baixa, e até você perceber que precisa fazer movimentos bruscos para as quatro direções disponíveis (cima, baixo, esquerda e direita), vai levar algum tempinho.

Os minigames de dança são, de longe, os mais divertidos.

As músicas que você pode dançar são, em sua maioria, as mesmas do filme, com a diferença que no jogo você pode também dançar I Will Survive, um clássico do ritmo disco dos anos 80. Só o que deixa um pouco a desejar neste minigame é a qualidade sonora e os gráficos, mas levando em conta que o jogo é desenvolvido para crianças de 5 a 9 anos, aproximadamente, tais quesitos passam desapercebidos.

Um mergulho descoordenado

É aqui que a coisa fica feia para Mumble. Neste minigame, a experiência torna-se simplesmente um verdadeiro pesadelo. A câmera automática possui uma movimentação terrível, a sensibilidade do controle é baixa e, para piorar, os movimentos de Mumble na tela são absolutamente bruscos.

A falta de sensibilidade, que permeia todos os três minigames, alia-se aqui aos outros dois problemas sérios enfrentados pelos jogadores neste minigame: a câmera move-se de maneira muito confusa, faz curvas bruscas e não deixa uma pista clara da direção que o personagem irá tomar em algumas bifurcações.

Quanto à movimentação tosca do pinguim, o resultado é uma falha terrível na experiência: nestes minigames subaquáticos, o principal objetido é passar pelas correntes de bolhas de ar — que lhe concedem mais oxigênio —, além de coletar camarões e passar por checkpoints e vórtices que simulam correntes, onde o personagem ganha um “boost” de velocidade.

O resultado final? É sem dúvida a pior parte do jogo todo. Você vai sempre rezar para o próximo minigame não ser debaixo d’água, acredite! E se o jogador levar em conta que a proposta do minigame não era tão ruim assim, podemos considerar uma pena os desenvolvedores terem dado uma atenção tão pequena a este trecho do jogo.

Corrida de barriga no gelo!


Talvez este seja o minigame mais divertido do jogo. Aqui, Mumble deve correr de barriga no gelo, desviando de montes de neve, cristais de gelo e outros empecilhos no meio do caminho. Existem diversos tipos de superfície: gelo liso, que é azul, a neve, obviamente branca, e pedras, que possuem tons de cinza e preto.

Gelo liso dá mais velocidade a Mumble, neve estabiliza sua velocidade e pedras, bem como os montes de neve e cristais de gelo nos quais ele pode bater, desaceleram o pinguim. Portanto, seu objetivo é passar o maior tempo possível no gelo liso, pois dessa forma sua velocidade será maior e você terá maiores chances de terminar em primeiro lugar.

Existem algumas variações dele: numa você deve correr contra o relógio, passando por checkpoints para aumentar seu tempo. Na outra, aposta uma corrida e seu objetivo é chegar em primeiro lugar, batendo ainda o recorde de tempo. A terceira variação exige que você faça o menor tempo possível coletando todos os itens que o jogo exige. Quanto mais itens coletar, melhor é sua pontuação.

Trilha sonora fraca para a adaptação de um musical

Bem, Happy Feet é um desenho animado musical, portanto, era de se esperar que a trilha sonora do jogo tivesse uma boa qualidade. No entanto, as falhas sonoras são até mais comuns que as gráficas em Happy Feet, e o que é mais estranho é o fato de o jogo conter músicas que não estão presentes no filme.

I will survive! hey hey!
Um exemplo disso é a música I Will Survive, um clássico do Disco Music nos anos oitenta que simplesmente não está presente no filme e aparece magicamente no jogo. Talvez isso se deva ao fato de I Will Survive ser tachada, atualmente, como uma música cômica, e ver um pinguim dançando este clássico é ridiculamente hilário.

Em alguns momentos, o jogo fica em total silêncio por um bom tempo, o que causa uma certa confusão no jogador, que provavelmente irá atribuir o silêncio a alguma falha no som de sua televisão. Quando você estiver se dirigindo para a televisão, para descobrir o que acoteceu, BUM! O som volta do nada.

Uma falha desta estirpe já seria inaceitável num jogo comum, quem dirá num game musical, que tem todo o seu foco no ritmo e na música. A dança dos personagens também não é das melhores, com modelagem e movimentação bastante pobre.

Texturas indignas do Wii


Já é sabido dos donos do Nintendo Wii que os títulos lançados para o console não contam com gráficos de última geração (e muitas vezes, nem de penúltima!). Este é o caso de Happy Feet: o jogo apresenta uma experiência gráfica praticamente abominável.

Quem dera o jogo realmente tivesse esse gráfico!As texturas do jogo são extremamente chapadas, resultando em um visual que se assemelha a alguns jogos do PlayStation, e não estamos falando aqui de PlayStation 2, é PS One mesmo! Não é exageiro. A textura da superfície da água, por exemplo, apresenta uma qualidade simplesmente inaceitável.

Ainda assim, somos obrigados a dar o braço a torcer para os desenvolvedores. Eles estão certos: focar em gráficos num jogo voltado para um público que simplesmente não costuma dar sua atenção a este aspecto do jogo, preocupando-se simplesmente com a diversão oferecida pelo título realmente é desnecessário.

No entanto, como bons observadores, é impossível não criticarmos este aspecto do jogo. Se um gamer mais exigente lê esta análise elogiando o visual do jogo e então, ao jogar, percebe as baixa qualidade gritante no título, nós, do Baixaki Jogos, perdemos a credibilidade perante este jogador.

Se você é fã de Mumble! Vale a pena jogar

No fim das contas, Happy Feet não é lá o pior jogo do Nintendo Wii. Levando em conta o foco do jogo que, como já foi dito, são crianças entre 5 e 8 anos, o título apresenta uma experiência bastante interessante.

Se você é fã de Happy Feet e gosta de jogar videogame só pela diversão, sem olhar para quesitos mais sérios, Happy Feet pode representar uma diversão muito boa para você. Talvez o maior problema do jogo, se este for o seu caso, é a durabilidade: como são poucos minigames e a dificuldade deles é baixa, a maioria dos jogadores deverá enjoar depois de poucas horas jogando.

Agora, se você gosta de dar atenção para jogos sérios, com temática mais adulta, nós só perguntamos uma coisa: você realmente acreditou que valia a pena dar atenção ao jogo do filme Happy Feet? Não é menosprezar o filme ou mesmo o jogo, mas, convenhamos que definitivamente este não é o tipo de título que um jogador mais observador jogaria!
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