Imagem de Harry Potter e o Enigma do Príncipe
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Harry Potter e o Enigma do Príncipe

Nota do Voxel
46

O game que acompanha o filme desaponta até mesmo os mais otimistas dos fãs.

Mais um filme, mais um game. A bilionária franquia Harry Potter chega novamente às plataformas do mundo todo, acompanhando desta vez o sexto ano do bruxo na escola de magia de Hogwarts. Porém, é mais uma daquelas que não fazem justiça à fonte de onde surgiram, devido a uma enorme falta de imaginação e esforço por parte dos desenvolvedores em realizar algo digno da marca.

Você é Harry Potter, vá salvar o mundo

Este é mais ou menos o espírito da coisa. Quando você começa a jogar o game, os acontecimentos começam a se desenrolar rapidamente de forma completamente desconexa. Uma hora você está na casa da família Weasley, em outra no trem para Hogwarts e depois no terreno da escola. Tudo sem ligação e com apenas algumas cenas aleatórias sendo mostradas.

Massacrado pelos desenvolvedores

Se você não leu o livro ou viu o filme ainda, está lascado. Não vai entender absolutamente nada do que você está fazendo, nem o porque. É absolutamente ridículo, ao ponto de você se perguntar o que está acontecendo. Você é mandado a alguns lugares como forma de ensinar as atividades que você repetirá através do game – mais sobre isso adiante – só que o título é tão curto que isto é uma grande parte dele.

Isto, somado ao fato de que você terá que percorrer a escola para chegar aos lugares específicos, faz com que você passe bem pouco tempo em atividades realmente divertidas. O que é uma pena, já que a estrutura do castelo e dos terrenos adjacentes é bastante interessante e imponente.

Jogabilidade medonha

O lado bom é que não há tempo de carregamento em momento nenhum, o que significa que você pode perambular à vontade sem ter de esperar. Além disso, o level design parece ter fielmente reproduzido o cenário do filme, com uma boa profundidade de vista e locais bonitos – mesmo se os gráficos não são lá essas coisas, como exporei mais para frente.

Corra, Forrest, corra! O lado ruim é que o jogo coloca uma tarefa simples e tosca para tentar aumentar a longevidade do curtíssimo título – em torno de seis horas, grande parte dela passada a ver animações mal-feitas (a boca de alguns personagens nem abre quando eles falam). Qual é ela? Coletar brasões. Uns grandes, que devem ser alcançados com magias ou andando por cima deles e outros pequenos que devem ser retirados de pontos brilhantes do mapa.

Por que isto é ruim? Porque você passa o jogo inteiro procurando estes pontos e não presta atenção no cenário, na paisagem, nos detalhes do castelo e nos outros personagens que compõem o mundo. Podiam ter deixado a tela inteira preta com pontos coloridos que seria a mesma coisa.

Harry se move de maneira totalmente truncada e artificial – é horrivelmente incômodo encontrar paredes invisíveis constantemente e obstáculos minúsculos que ele não pode transpor de forma alguma: nem pulando, nem escalando, nem nada. Totalmente contrário ao que um adolescente faria quando deparado com algo semelhante.

A pior parte é mudar a direção do personagem, fazê-lo virar-se. É tão incômodo e travado que chega a dar raiva. A coisa mais fácil de acontecer é travar-se em algum diminuto defeito do cenário e ficar uns dez segundos tentando sair dali. Falhas realmente incômodas.

As atividades de Harry

Ao contrário dos livros, você só tem uma aula: poções. Também participa do quadribol e duela aleatoriamente alunos pela escola, sem sofrer reprimendas – algo totalmente contrário à filosofia exposta nos livros. Estas três atividades são as únicas que você realizará através do jogo todo, com algumas raríssimas exceções: uma delas era uma missão em que você devia acender fogos de artifício espalhados pela escola.

Misturando... Ao fazer poções, você terá uma espécie de mini game onde deve colocar ingredientes em um caldeirão, chacoalhá-los, misturá-los e esquentá-los. E fazê-lo dentro de um limite de tempo. Não é nada difícil, o único problema sendo a perspectiva ruim que torna difícil acertar o caldeirão algumas vezes. As receitas mais simples já são entediantes, as mais complexas são totalmente chatas.

No quadribol, o único controle é o mouse. Harry voa sozinho, como se estivesse em um trilho, e você deve mover-se para os lados, para cima e para baixo para passar por dentro de estrelas, até finalmente agarrar o pomo. Totalmente monótono e sem graça, não há um mínimo de dificuldade para apimentar as coisas.

A diversão do jogo inteiro vem na forma dos duelos. Eles parecem bastante simples no início, quando você possui poucos feitiços, mas se tornam mais interessantes em seguida. O jogador deve lançar magias no oponente e desviar ou bloquear as que vêm em sua direção em tempo real, podendo utilizar um cenário parcialmente destrutível como cobertura. Mas eles são tão poucos e fáceis que não chegam a ser lá estas coisas.

Fora isso, você percorrerá a escola utilizando atalhos bastante convenientes que são liberados conforme você progride. No entanto, quando você tem a sensação de que está familiarizado com o ambiente e tem a vontade de utilizá-lo de forma completa, o jogo termina. Bastante frustrante.

Harry Potter, mas nem tanto

Da perspectiva gráfica, o jogo é bem fraco. Existem inúmeras falhas e os personagens são quase quadriculados. Embora sejam razoavelmente parecidos com seus respectivos atores, as vozes não são as mesmas do filme para muitos deles – o que é fácilmente perceptível, em alguns em particular: Belatrix e Harry.

O jogador faz esta cara em vários momentos do game

Massacrando a história e a jogabilidade em nome da facilidade, o game acaba por falhar miseravelmente no quesito essencial: proporcionar diversão. Obviamente, fanáticos pela franquia irão achar alguma, mas o público em geral não tem porque considerar este título para nada: nem mesmo para conhecer a trama sem assistir aos filmes ou ler os livros, pois o game não o faz.

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