Imagem de Hellboy: The Science of Evil
Imagem de Hellboy: The Science of Evil

Hellboy: The Science of Evil

Nota do Voxel
30

Hellboy envergonha os seres das trevas com sua péssima atuação nos consoles de nova geração.

Hellboy despenca para as profundezas do inferno.É triste escrever sobre um jogo como Hellboy: The Science of Evil. Qualquer fã de videogames e de histórias em quadrinhos poderia esperar tanto desse jogo que adoraria analisá-lo, observando cada mero detalhe. A equipe Baixaki Jogos também pensava assim... Até começar a jogar.

Hellboy é provavelmente o super-herói mais politicamente incorreto que as histórias em quadrinhos conhecem. Desde seu nascimento, sua vida foi muito diferente do comedido Clark Kent e seu alter-ego, Superman, assim como de muitos outros heróis encaixados no estereótipo de bondade e benevolência.

Quem assistiu o primeiro filme do herói, que fez sucesso nos cinemas de todo o mundo em 2004, já conhece parte do início da saga deste herói demoníaco, para os que não conhecem, o Baixaki Jogos explica.

Das trevas contra as trevas...

Hellboy chegou ao mundo real nos últimos meses da Segunda Guerra Mundial, quando o famosíssimo mago negro Grigori Rasputin — que existiu na vida real e foi conselheiro do Kaiser russo antes da revolução de 1917 —, acessorado por nazistas interessados em mudar o rumo da guerra, invocou a aparição do monstrengo.

Durante a invocação, surge uma enorme bola de fogo e, de dentro dela, aparece uma criatura bizarra, de pele vermelha, com rabo, chifres e um braço direito absurdamente desproporcional ao esquerdo, feito de uma espécie de rocha vermelha.

Entretanto, logo após a invocação, o exército dos Aliados chegou ao local, matando todos os participantes do ritual e levando consigo a criatura invocada. Devido ao seu formato assustador, muito similar ao de um demônio, a criaturinha, que na época era um bebê, foi apelidada Hellboy, ou garoto do inferno, em inglês.

A destrutibilidade de Hellboy não é tão grande quanto se esperava. O garoto foi levado pelo exército dos Estados Unidos em uma base aérea do Novo México, sendo treinado para trabalhar na divisão especializada em pesquisa e defesa paranormal, cuja principal função é estudar ocultismo e combater ataques desta gama no país.

Apesar de ter vivido os primeiros dias de sua vida em total sigilo, devido às ações barulhentas do herói, logo o exército estadunidense foi forçado a reconhecer sua existência, afirmando que sua função era defender o mundo das artes das trevas.

Por isso, em 1952 a ONU concedeu ao monstrengo o título de “humano honorário”, criado especialmente para ele. Desde então Hellboy age abertamente, e é conhecido como o maior investigador paranormal do mundo.

Uma grande oportunidade jogada diretamente na lata de lixo

Com um enredo incrível como este e inúmeras opções de histórias já prontas para oferecer aos jogadores, os desenvolvedores da Krome Studios deram uma imensa bola fora ao desenvolver Hellboy.
Gráficos de PS2 num título da nova geração.
O jogo simplesmente não tem um enredo lógico: o jogador é lançado no meio de um cemitério repleto de mortos vivos e só tem uma opção: mata-los até encontrar a saída do local. No meio do caminho, depara-se duas vezes com uma bruxa, que pode ser combatida em seu terceiro encontro.

Entretanto, poucos tiros — não mais que cinco ou seis deles — já são suficientes para aniquilar a monstra voadora. Ao escapar do cemitério, Hellboy sofre um ataque do qual não consegue desviar, e então começa o carregamento da segunda fase de jogo.

Durante a tela de carregamento, uma única frase aparece na tela: Hellboy se assustou com a máscara. Que o fez lembrar de um evento ocorrido há 25 anos. Após carregar o jogo, a introdução do segundo nível apresenta Hellboy caindo de pára-quedas numa floresta, e na tela uma mensagem anuncia que você está em Okinawa, Japão, vinte e cinco anos no passado.

Essa é toda a conexão presente entre os seis níveis de Hellboy, que podem ser concluídos em cerca de 6 horas por um jogador de nível médio. O que é uma grande pena, já que com um bom enredo, Hellboy poderia render uma grande aventura nos videogames de nova geração.

Jogabilidade infernal

A jogabilidade de Hellboy: The Science of Evil pode ser resumida com uma expressão bastante forte que, no entanto, a definirá por completo: nada mais que uma cópia barata da série Devil May Cry.

Além de buscar imitar descaradamente o jogo desenvolvido pela Capcom, os designers da Krome Studios nem sequer foram capazes de copiar direito! O protagonista conta com uma arma de fogo (a famosa pistola com tambor de 6 balas do herói) e um braço gigante que serve como arma branca.

É possível ainda pegar certos objetos do cenário, além de algumas armas de seus adversários, usando-os com o mesmo propósito da espada de Dante. Infelizmente, porém, os combos são pouquíssimos e a durabilidade das armas de seus adversários em sua mão, muito curta.
Hellboy envergonha os seres das trevas em seu novo jogo.
Como se não bastasse, num dos golpes especiais, em que Hellboy agarra seu adversário quase morto pela gola, joga-o sobre sua perna e quebra seu pescoço com as mãos (é, parece divertido ao ler, mas não se anime!), é comum encontrar terríveis falhas gráficas, que levam o jogador a repetidamente segurar o personagem não pelo pescoço, mas pelo meio do peito.

Deixando os golpes de lado e partindo para a experiência como um todo, repetitividade mantém-se como o melhor descritivo. São sempre os mesmos monstros, que variam pouquíssimo dentro de um mesmo nível.

Em cada fase, é claro que os adversários mudam, seguindo o folclore da região que serve de cenário, mas ainda assim a constância dessas mudanças, aliadas à linearidade forçosa do jogo fazem a jogabilidade de Hellboy perder ainda mais pontos.

Não parece, mas é um jogo da nova geração

A limitação nos combos ou no enredo não são os únicos podres do título publicado pela Konami (uma vergonha para a empresa, diga-se de passagem). A trilha sonora do jogo é terrível: não faz a menor conexão com o clima de terror e é extremamente repetitiva.

Qualidade gráfica? Talvez o jogo seja capaz de competir nesse quesito contra algum game lançado para o PlayStation 2. As texturas são probres, a modelagem é extremamente falha e a iluminação e cores escolhidas não condizem em nada com o enredo, pretensamente assustador, que Hellboy deveria carregar em seu nome.

Em suma, os quesitos técnicos de Hellboy são tão devastadores quanto quaisquer outros, jogando o jogo ainda mais abaixo no nível de qualidade esperado para um título pertencente a uma franquia tão famosa e bem vista.

Um jogo dos infernos!

Como é visível diretamente nos prós e contras dessa análise, o jogo não agradou nem um pouco a equipe Baixaki Jogos. Por toda a análise, fica evidente o descontentamento causado por Hellboy: The Science of Evil.

Mas o pior de tudo não é a qualidade péssima do jogo. Mais que isso, o que nos desapontou de imediato foi a decepção com o título, do qual esperava-se uma qualidade digna da franquia Hellboy, ou ainda de jogos publicados pela Konami.
O que é que há, velhinho?
É esse o motivo de uma nota tão baixa para o jogo. Além de seu mérito próprio para uma análise tão enfurecida, é importante alertar os gamers de que Hellboy: The Science of Evil, é um título para se passar bem longe.
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