Imagem de Inversion
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Inversion

Nota do Voxel
55

Um suporte medíocre para uma nova mecânica de jogo

Em um cenário devastado pela guerra, você trilha o seu caminho por entre escombros e nuvens de poeira. Eventualmente, criaturas alienígenas naturalmente hostis eclodem da terra, pesadamente armadas e pouco dispostas a dialogar. Ainda bem que você possui um arsenal igualmente pesado — contando, entre outros itens, uma “metranca” adornada por objeto cortante. E, então? Gears of War? Não, tente novamente.

Com a enxurrada de títulos que atualmente lota o horizonte da indústria de games, é natural esperar alguma repetição. Afinal, inventar a roda nem sempre é a melhor saída. O problema é quando algo sai como cópia escarrada de um material preexistente. No caso de Inversion, é realmente difícil atravessar a história clichê que embala um herói genérico sem reconhecer uma tentativa débil de aproveitar o caminho aberto à foice pelas desventuras de Marcus Fenix.

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Mas é verdade que, desde o início, o carro-chefe da desenvolvedora Saber Interactive jamais foi qualquer pretensa inovação de mecânicas TPS (tiro em terceira pessoa) ou um enredo original. A própria capa do jogo faz questão de evidenciar: o ponto alto aqui deveria ser a possibilidade razoavelmente original de brincar com as leis da gravidade, alterando canários e fazendo com que inimigos estupefatos flutuem ou grudem no chão — invariavelmente tornando-se alvos mais fáceis.

O problema aqui é semelhante àquele enfrentado por diversos títulos cuja existência se justifica por uma demonstração técnica. Assim como Fracture existia unicamente porque alguém precisava de um jogo para mostrar a inovadora ideia de fazer morros e buracos com uma arma em punho, Inversion serve como simples pedestal para as mecânicas gravitacionais da Saber.

E a coisa fica ainda mais séria quando se coloca em perspectiva a dita “inovação” de arremessar vilões para o ar ou para a terra. Afinal, “trocando em miúdos”, Inversion não parece fazer nada muito diferente do que Mass Effect, Dead Space e tantos outros já fizeram — pelo menos em grande parte dos seus detalhes.

Isso posto, há que se reconhecer, entretanto: há alguns elementos aqui que mostram uma boa dose de potencial a explorar. Além disso, é provável que o modo multiplayer garanta diversão por algumas horas. Vamos aos detalhes.

Inversion padece do mesmo mal de tantos outros jogos arquitetados como um suporte para uma mecânica/tecnologia supostamente inovadora. Basicamente, o que há aqui é algumas ideias genuinamente novas envolvendo a ação da gravidade... Tudo embalado por uma “inspiração” em Gears of War que beira o descaramento.

Quer dizer, pode ser realmente interessante e surpreendente experimentar trocas de perspectiva — chão que vira teto, teto que vira parede etc. —, e com certeza a ideia de alterar a gravidade ao bel prazer tem seu valor (embora não seja propriamente original).

O problema é que, se por um lado você não tem a liberdade que gostaria para moldar os cenários, de outro há mecânicas truncadas e um desfile inacreditável de clichês e superficialidades. É verdade que o modo multiplayer, embora desbalanceado, pode ser divertido... Mas há opções bem melhores por aí — sem sombra de dúvida.

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