Imagem de James Cameron's Avatar: The Game
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James Cameron's Avatar: The Game

Nota do Voxel
53

A sensação épica de Avatar vai por água abaixo

Não sei porque eu ainda tento dar crédito às pequenas coisas de certos jogos, em uma tentativa vã de encontrar algo que valha a pena considerar como divertido. Talvez seja minha paixão por games ou mesmo uma consideração inata pelo esforço realizado por desenvolvedores mundo afora — mas o fato é que eu sempre tento enxergar o lado bom dos títulos, por piores que eles sejam. Mas tem aqueles que insistem em me deixar na mão.

O filme Avatar, de James Cameron, foi uma superprodução. Aliás, foi além disso, revolucionando a forma de enxergarmos o 3D nas telonas e impressionando a todos com sua qualidade visual e artística — mesmo que a história esteja longe de ser das mais originais. Com isso em mente, antes mesmo de começar a jogar eu esperava que os jogos revivessem o sentimento épico do filme... Ledo engano.

Nas plataformas que testamos (PS3, X360, Wii), o jogo simplesmente pareceu um típico jogo associado a filme, com o objetivo de divulgar este último sem qualquer tipo de cuidado com a qualidade e a diversão. Erros crassos e descaso gritante com elementos-chave do que é visto nos cinemas transformaram aqueles que poderiam ser os pioneiros da jogabilidade 3D em algo realmente tosco.

Para os poucos que não estão familiarizados com o universo de Avatar, aqui vai uma breve descrição: os seres humanos estão tentando estabelecer uma missão de mineração em uma lua chamada Pandora, na qual eles entram em conflito com o meio-ambiente em si, que é extremamente hostil, e os povos nativos do local, chamados de Na’vi.

O filme conta a história de alguns dos humanos que acabam se envolvendo com os nativos e simpatizando com sua causa, já que os humanos estão causando enorme destruição do ecossistema. Os games, porém, possuem uma narrativa que envolve apenas alguns poucos dos indivíduos vistos na telona, possuindo protagonistas completamente diferentes.

Mas aí mora um problema: quem se importa com esses protagonistas desconhecidos? Qual é seu impacto no universo de Pandora, já que no filme os personagens principais “resolvem tudo”? E qual é a interação entre todas essas tramas diferentes? Perguntas que, infelizmente, ficaram sem resposta mesmo após jogarmos.

Na versão para o PS3 e X360, o escopo é maior do que o de outras plataformas — como o Wii, por exemplo. O jogador começa a partida como um humano especialista em sinais eletrônicos que possui um avatar, mas eventualmente deve escolher de que lado ficará: dos nativos Na’vi ou da companhia de mineração humana.

O próprio conceito do game é mais abrangente, já que existe uma liberdade um pouco maior de movimentação pelos mapas, um tamanho maior desses últimos e missões mais elaboradas. No entanto, nada que o faça se destacar ou mesmo honrar o nome da franquia que carrega; nada de “uau” ou “caramba” na hora de verificar os elementos que compõe este título.

Não. Não há o que discutir, o jogo não chega nem aos pés do filme e não reproduz a experiência visual épica que tomou os cinemas de assalto. Nenhum fã que se preze irá gostar de ver o que foi feito com a superprodução cinematográfica de James Cameron em sua adaptação para os games, e gamers mais fanáticos em geral considerarão o título como uma piada de mau gosto.

Não consigo imaginar que ninguém que se preze e se informe antes de comprar ou alugar um título acabe adquirindo Avatar: The Game, mas é bom reforçar: este jogo em nada reflete a qualidade do filme Avatar.

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