Imagem de Lucius
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Lucius

Nota do Voxel
60

O desperdício de uma boa proposta diabólica [vídeo]

Gameplay BJ


Personagens movidos por ideais mesquinhos são algo relativamente raro na indústria de games. Afinal, o mais comum é encontrar aquele sujeito que “parece, mas não é” — o anti-herói, cuja complexidade psíquica normalmente oculta alguém tão moral quanto o Super-Homem ou o He-Man.

Bem, mas esse é exatamente o caso de Lucius. O pequeno protagonista do jogo homônimo não parte em nenhuma vendeta. Ninguém assassinou os seus pais de forma brutal para que ele, cegado pela raiva, passasse a matar de formas horrendas boa parte das pessoas que dividem com ele o mesmo teto. Na verdade, o pai e a mãe do menino não poderiam ser mais carinhosos e atenciosos.

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De fato, a Shiver Games não se vale de nenhum tipo e disfarce ou caminho oblíquo aqui. Lucius é simplesmente controlado pelo próprio Diabo para matar de forma sanguinolenta uma longa fila de vítimas tão desonestas, glutonas e asquerosas quanto qualquer ser humano pode facilmente ser. Afinal, o menino é o resultado direto de um pacto feito por seu avô em busca de sucesso e dinheiro.

Se isso tudo soa bem? Com certeza. Se a indústria andava precisando desesperadamente de uma desenvolvedora com liberdade criativa suficiente para desenvolver algo tão incrivelmente controverso? Sem sombra de dúvida. O problema é quando a coisa toda é colocada para funcionar...

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Lucius é mais um daqueles casos típicos em que uma ideia genial não é acompanhada pela parte mais técnica da coisa toda. São bons nacos de história, visões artísticas ímpares e uma boa pá de sacadas espertas temperadas com o salitre de uma engine tosca, de texturas defeituosas e de uma inteligência artificial digna do grupo das leguminosas. Mas, é claro, vale olhar tudo isso mais de perto.

Lucius é um caso absolutamente típico de uma ideia mal aproveitada. Com certeza a indústria de games necessita desesperadamente de propostas “imorais” que nascem da mais pura liberdade criativa — algo que se vê nas telas dos cinemas há muito tempo.

O problema é que a parte técnica aqui simplesmente não convence. Quer dizer, embora seja revigorante encontrar um protagonista tão irremediavelmente maligno e perturbador quanto uma criança possessa pelo Diabo, quando Lucius os objetos começam a atravessar paredes (sem intenção prévia) ou quando algumas texturas vergonhosas aparecem... Fica realmente difícil manter o pique.

Talvez o melhor seja tentar “ler” na proposta da Shiver Games um sinal de novos tempos — embora essa seja uma proposta bastante moralista, é verdade.

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