Imagem de Metal Gear Solid V: Ground Zeroes
Imagem de Metal Gear Solid V: Ground Zeroes

Metal Gear Solid V: Ground Zeroes

Nota do Voxel
80

A cobra vai fumar... Mas somente por alguns minutos

Videoanálise

Depois de tanto mistério, notícias, imagens, entrevistas e trailers, o tão aguardado Metal Gear Solid V: Ground Zeroes finalmente chegou. O novo game de Hideo Kojima é um prólogo do que acontecerá em The Phantom Pain, sendo um título que pretende introduzir o jogador na trama do grande jogo que está prometido para 2015.

O mais novo episódio da série MGS coloca o jogador no controle do lendário Big Boss ainda em suas épocas de glória. A missão de Ground Zeroes acontece antes de o protagonista ir para o hospital, perder um braço, ganhar um chifre e encontrar os personagens que foram mostrados nos vídeos de The Phantom Pain.

A proposta aqui é apenas dar um gostinho do que vem por aí, e você provavelmente já está sabendo que o jogo é muito curto. De qualquer forma, estamos falando de um título da Kojima Productions, portanto sempre devemos esperar o melhor.

Adquirimos a versão do PlayStation 4 para conferir essa primeira missão e ter uma ideia da qualidade gráfica que veremos no próximo game. Se você está na dúvida sobre a compra do jogo, veja nossas considerações antes de tomar uma decisão.

Resgatando velhos conhecidos

Quem acompanha a série Metal Gear Solid sabe bem que o Kojima não faz questão alguma de seguir a ordem cronológica. Tanto é que o terceiro jogo da série (Snake Eater) se passa em 1964 e o quarto jogo (Guns of the Patriots) se passa em 2014.

Justamente por conta dessa atitude inteligente, Kojima tem muita história para contar e preencher esses 50 anos de enredo com muita espionagem. Ground Zeroes se passa em 1975, logo após os eventos de Peace Walker, que mostrava o que aconteceu em 1974.

A missão é de resgate e Big Boss (na época ele ainda era simplesmente chamado de Snake) deve salvar o garotinho Chico e a agente Paz. Os dois prisioneiros já apareceram anteriormente em Peace Walker e são conhecidos do protagonista.

Os dois foram capturados pela XOF (que já havia aparecido nos trailers). Esse grupo é comandado por ninguém menos que Skull Face, aquele cara sinistro que aparece com o rosto deformado em alguns vídeos. Apesar dessa informação, o game não revela mais detalhes sobre este novo inimigo, pois provavelmente ele será peça-chave em Phantom Pain.

A ideia de Skull Face era obter informações sigilosas sobre o projeto Metal Gear Zeke e a localização de Zero. Chico e Paz são duas pessoas que têm contato com Snake e por isso eles sabem de muita coisa que poderia ser útil para o vilão.

Todo o jogo é ambientado em uma base da XOF em Cuba, sendo que o jogador deve explorar o cenário, encontrar Chico e Paz e levar os dois pra fora do local. Há uma série de detalhes que vale a pena conferir durante o jogo, mas não vem ao caso dar spoilers aqui. É possível conhecer melhor o enredo ao acessar a história no menu do jogo.

É bom notar que mesmo quem não jogou Peace Walker pode ter uma boa noção do que acontece no game. Toda vez que um novo personagem entra em cena, há uma pequena apresentação com o nome e alguma informação importante.

Vimos a nova geração — e ela é linda!

Antes de deixar o mundo ansioso por um novo Metal Gear, Kojima deixou todos impressionados com uma demonstração de um motor gráfico que sua produtora estava desenvolvendo. Nas primeiras imagens divulgadas, a Fox Engine mostrava potencial, com uma qualidade rara que nos dava a impressão de que o mundo real estava nos video games.

A Fox Engine estreou no Pro Evolution Soccer, mas ela não nos impressionou tanto assim. Primeiro é preciso notar que, em um jogo de futebol, o motor gráfico é usado de maneira diferente, visto que as câmeras ficam posicionadas de longe, não sendo possível conferir muitos detalhes. Além disso, ela foi usada no PS3 e no Xbox 360, que já estão no fim da vida.

Agora, em Ground Zeroes, podemos conferir todo o esplendor do motor gráfico. Os visuais do novo Metal Gear são magníficos e dão uma boa ideia do que a nova geração tem para apresentar. Dá pra ver que a desenvolvedora não tem medo de mostrar os objetos de perto.

As texturas são caprichadas, o efeito da chuva é realista, o jogo de luzes e sombras é fantástico. A modelagem dos personagens está muito impressionante. É possível ver que os cabelos de Snake estão bem desenhados. O nível de realismo é elevado, sendo possível confundir o jogo com um filme. A Kojima Productions entrou com o pé direito na nova geração.

Que jogo fantástico!

Pode ser que seja exagero de minha parte, talvez também porque sou fã da série e fazia muito tempo que esperava pelo jogo, mas a verdade é que Metal Gear Solid V: Ground Zeroes está demais! A jogabilidade está excelente. Big Boss está rápido, briga com coragem e se movimenta sorrateiramente quando é preciso.

O mundo aberto prometido por Kojima ainda não é uma realidade em Ground Zeroes, até porque o mapa é bem limitado. Todavia, há como pegar carona em caminhões, explorar diversos locais e interagir com muitos objetos. Por ora, ainda não há muitas mudanças de clima e continuidade em tempo real (ainda que algumas imagens tenham sugerido que já seja possível jogar de dia, não tivemos a sorte de visualizar isso em nossos testes).

Os controles no PlayStation 4 não estão muito diferentes dos que usávamos no PS3. Mira, botões de ataque e outros comandos estão bem semelhantes. Há algumas modificações na interface, sendo que a ausência do radar deixou o jogo mais desafiador. O uso dos novos controles do PS4 é limitado, mas há utilidade para o touchpad.

Detalhes

Uma mudança significativa para os fãs da série é a troca do dublador do Big Boss. Agora, quem faz a voz do personagem é ninguém menos que Kiefer Sutherland. O ator mandou muito bem em todos os momentos e deixou o tom de voz parecido com o de David Hayter. É provável que os fãs mais saudosistas reclamem, mas para mim ficou perfeito desse jeito.

Os sons do jogo foram caprichados. Os barulhos de ambiente, dos inimigos, das armas e de outros tantos recursos sonoros receberam atenção especial, mas o melhor disso tudo é a trilha sonora. Com direito a canção de Ennio Morricone e outas músicas belíssimas, Ground Zeroes deixa o jogador fascinado.

Vale a pena

Devo admitir que demorei para conseguir pensar em uma nota justa para o jogo. Primeiro, tive de levar em conta a questão da duração do game, algo que muita gente tem criticado. Depois, precisei considerar que o título ficou excelente e tem papel fundamental para a continuação em Phantom Pain.

No fim, acabei concluindo que não há dúvidas de que o jogo está ótimo e a missão relativamente curta não tira esse mérito dele. Além disso, é bom deixar claro que, ao contrário do que muitos dizem, Ground Zeroes não dura apenas 20 ou 30 minutos. A primeira vez que joguei, demorei quase duas horas para finalizar.

Após terminar a missão, o game libera alguns desafios extras (para destruir armas e coletar emblemas da XOF, por exemplo) e o modo difícil, o que deve garantir quase dez horas totais de jogatina. Há muito o que explorar e muito para aprender. O jogo acaba sendo um grande treino para você ficar craque na espionagem e chegar com tudo na continuação.

Metal Gear Solid V: Ground Zeroes é muito bom para quem é fã da série e até pode valer a pena gastar os 20 (para PS3 e Xbox 360) ou 30 dólares (para PS4 e Xbox One) cobrados. O final do jogo é perfeito e o game consegue prender a atenção. Com certeza, é uma ótima introdução para o que vem em Phantom Pain.

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Pontos Positivos
  • Big Boss está de volta!
  • Uma boa introdução para Phantom Pain
  • Gráficos insanos
  • Trilha sonora surpreendente
Pontos Negativos
  • Poderia ter mais missões ou deixar o jogador brincar na cena do barco