Imagem de Metro 2033: The Last Refuge
Imagem de Metro 2033: The Last Refuge

Metro 2033: The Last Refuge

Nota do Voxel
79

Com uma atmosfera incrível, Metro 2033 concebe uma jornada sedutora

Fallout 3 e S.T.A.L.K.E.R., são apenas alguns dos títulos desta geração que abrangem um mundo pós-apocalíptico. Para muitos, este tema já está se tornando tão popular quanto às infestações de zumbis, mas, mesmo assim, continuamos presenciando novos lançamentos que se encaixam nesta fórmula.

Um dos mais recentes é Metro 2033, da 4A Games. À primeira vista, a impressão é que teríamos um game muito parecido com Fallout 3, no qual o jogador vive uma mistura de RPG com shooter em plena Washington D.C. destruída. Mas, o tempo foi passando e a desenvolvedora, pouco a pouco, liberou mais informações sobre o game. Logo, a idéia de “cópia de Fallout 3” foi por água abaixo.

Mas, então, como é Metro 2033? Bem, mesmo diferente da obra-prima da Bethesda, o game ainda compartilha diversas semelhanças — o que é realmente bom, afinal de contas, estamos falando de um dos melhores games desta geração. Mas, Metro 2033 é muito mais shooter (FPS) que RPG. E, felizmente, como um shooter, o game se sai muito bem.

Infelizmente, alguns problemas acabam impedindo que o game seja tão memorável quanto Fallout 3, especialmente na jogabilidade. Entretanto, algumas mecânicas interessantes, um ritmo bacana e, principalmente, a atmosfera fazem de Metro 2033 um título essencial para quem busca uma verdadeira aventura.

Misturas e um bom livro

Bem, é possível comparar, facilmente, a estrutura de Metro 2033 com BioShock. Primeiramente, trata-se de um FPS em que o objetivo não é simplesmente correr e atirar. O game conta com um pano de fundo bastante interessante, o qual foi extraído do romance russo de Dmitry Glukhovsky que leva o mesmo nome. Sendo assim, a trama é um dos pilares principais do título, o que é relativamente raro no gênero dos FPS.

Além disso, a escassez de recursos e o uso de armas e equipamentos personalizados também relembram bastante o jogo da 2K. Fora isso, a já mencionada atmosfera, imponente em BioShock, é outro fator marcante de Metro 2033.

Na realidade, BioShock não é o único título que parece ter servido como inspiração para a 4A Studios. Em Metro 2033, também temos uns toques parecem ter sido tirados quase que diretamente de F.E.A.R., como os momentos sobrenaturais. Mas, então Metro 2033 é apenas uma mistura de tudo isso? Não exatamente.

A trama do game envolve a história de Artyom, um dos milhares de jovens que vivem sob Moscou. Após um desastre nuclear, a cidade foi devastada, e a população passou a viver refugiada nas estações de metrô que ligavam o local. A vida aqui não é nada fácil, pois a superfície foi dominada por mutantes e anomalias perigosas que podem acabar facilmente com a vida de um humano. Além disso, existem algumas atividades sobrenaturais que também contribuem para o medo nos trilhos e nas estações.

Mas, ao contrário de muitos, Artyom viveu no mundo pré-guerra, mantendo muitas lembranças desta época. Com isso, o protagonista desenvolve uma relação peculiar com a superfície, e sua inconsciência busca resgatar os momentos felizes de sua vida, instigando-o a retornar para um local que não existe mais.

Saudades de casa?

Para reforçar a trama, o game consegue criar um clima realmente bacana. O jogador parece mesmo estar vivendo na pele de Artyom, graças a bela concepção de sociedade da 4A Studios. Nas estações de metrô, você encontrará várias pessoas conversando, andando, cantando e até limpando o chão. Ou seja, a vida é convincente.

Além disso, o jogo trás várias estações de metrôs distintas, cada uma com seus grupos diferentes — até mesmo os nazistas estão no game. Existem também os grupos hostis, como bandidos e outros seres não muito receptíveis.

Obviamente, o maior problema de Metro 2033 não são os humanos. Em sua jornada, Artyom encontrará diversas anomalias diferentes, principalmente na superfície gelada de Moscou. Felizmente, o instinto de sobrevivência nos metrôs acaba gerando um grande arsenal de fogo, com armas poderosas e outras nem tanto.

Sendo assim, Artyom é obrigado a aprender a lidar com as armas — e você também. O título oferece diversos “brinquedinhos” diferentes, a maioria deles de fabricação pós-guerra. Ou seja, nada muito eficiente. Mas, durante a jornada você também encontrará armas da milícia pré-guerra, que acabam sendo muito valiosas e poderosas.

Metro 2033 também apresenta dois tipos de munição: a normal, feita pelos moradores dos metros, e a pré-guerra. Esta segunda, além de ser mais efetiva que a convencional, também serve como grana para comprar novos equipamentos e armas. Ou seja, fica ao seu critério se Artyom irá ou não queimar dinheiro.

Em suma, Metro 2033 é uma mistura de survival horror com FPS. A atmosfera, a escassez de recursos e o design das criaturas relembra bastante jogos como Silent Hill. Mas, também há o lado mais intenso, apresentado nos combates e em alguns eventos mais frenéticos do game.

Infelizmente, a combinação não é perfeita. Sem dúvidas, Metro 2033 conta com uma boa premissa, mas a execução não é das melhores. Diversos problemas na jogabilidade e uma produção de baixo custo são apenas alguns dos problemas que assombram os trilhos deste metrô.

Metro 2033 conta com alguns pequenos problemas de produção, mas sua atmosfera compensa boa parte dos erros. Se você é um fã de Fallout 3 e BioShock, então não deixe de conferir este FPS que preza por uma boa trama. Mas, quem procura puro tiroteio deve andar em outro metrô.

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