Imagem de Operation Flashpoint: Dragon Rising
Imagem de Operation Flashpoint: Dragon Rising

Operation Flashpoint: Dragon Rising

Nota do Voxel
78

Falhas estruturais ofuscam o brilho deste game também nos consoles.

Operation Flashpoint: Dragon Rising significa estratégia. E também FPS (tiroteios em perspectiva de primeira pessoa). E ação. E discrição. Na realidade, a premissa deste jogo é a seguinte: agir em grupo da forma mais eficiente possível. As diferentes características dos ambientes nos quais os soldados se localizam são primordiais para movimentação e cobertura de fogo.

A guerra chegou Bem, visto que o assunto aqui é Codemasters, esperava-se que esta edição da franquia causasse um forte impacto no gênero FPS. Tudo bem, não é a primeira vez que um título de guerra foca o cumprimento de objetivos no controle de uma equipe, mas as promessas feitas em torno deste Operation Flashpoint foram muito expressivas. Até demais.

Ainda assim, o realismo está presente no jogo. É impressionante o modo com que o combate se desenrola, por mais que existam muitas falhas em diversos quesitos. Certas nuanças da jogabilidade mostram que os desenvolvedores tentaram criar uma mecânica de combate distinta. O resultado foi, no mínimo, interessante.

Você, o líder

Antes de começar a apontar os pontos críticos do jogo, é preciso conhecer os pilares básicos da experiência. O foco de Dragon Rising é fazer com que o jogador lidere um grupo admirável de combatentes na tentativa de cumprir uma série de objetivos propostos pelos superiores.

O modo principal de campanha é intrigante, pois aborda vários eventos da realidade, sendo que o game fornece uma "lição histórica" antes do início da ação. Nesse vídeo, são exibidos dados referentes a diversos acontecimentos do passado, do presente e de um futuro fictício.


Cada uma das 11 missões disponíveis conta com uma boa base histórica. O atrito é grande entre a China e a Rússia na briga por petróleo, mas é claro que os Estados Unidos não poderiam ficar de fora da guerra, não é?

Quanto à jogabilidade, fica clara a tendência mais realista que a ação assume. De forma contrária ao que ocorre em games como Call of Duty, este Operation Flashpoint faz com que os gamers sejam intensamente mais cautelosos no campo de batalha. Discrição nunca é demais no cumprimento de objetivos árduos, ainda mais quando os cenários oferecem muitas possibilidades de cobertura de fogo.

Foi descoberto pelo inimigo? Não tem problema. Basta buscar o máximo de precisão nos disparos e direcionar a sua equipe corretamente para os locais desejados. Efetuar ordens é algo que sempre deve ser feito neste título, mas para cada situação é preciso realizar um tipo diferente de comando.

Run, run, run!

Essa é a parte mais complicada. Lidar com comandos variados de acordo com as situações envolvidas pode ser um deleite para quem curte estratégia, mas pode chatear a experiência de quem quer apenas cumprir os objetivos da forma mais rápida possível. A equipe ajuda, é claro, mas há momentos em que boa parte dos gamers pode decidir resolver as coisas por conta própria.

Como a ação tática é o tema central, cada uma das instruções e constatações é comentada pelos integrantes do time de forma extremamente profissional. O mapa é uma das peças fundamentais para o sucesso, mas é possível contar apenas com os indicadores na HUD (Heads Up Display, a interface dentro do jogo) para obter sucesso nas missões.


De modo geral, o nível de desafio do jogo é único. Os três níveis de dificuldade disponíveis — Normal, Experienced e Hardcore — mostram que a guerra não é brincadeira. Mesmo no modo Normal, os embates travados não são nada fáceis, sendo que a morte é praticamente inevitável se o jogador resolver encarnar um espírito mais ousado em situações críticas de perigo.


Aprovado
Do que nós gostamos


O realismo da guerra

De modo geral, a ambientação de Dragon Rising é cativante. Observando os ambientes de uma forma mais ampla, não há como deixar de afirmar que o trabalho de arte do game é satisfatório. Por mais que ocorram problemas cruciais em determinados aspectos, os mais de 200 quilômetros quadrados de terrenos abertos oferecem ótimas possibilidades de táticas diferenciadas.

São certas animações que podem conquistar os fãs deste tipo de jogo. O uso do "blur" — efeito que borra certas áreas da tela — é bem interessante e enaltece o clima de guerra pura. Além disso, a sensação adquirida através dos tiroteios é única. Infelizmente, os consoles não retratam muito bem o restante dos efeitos.

Que tal segurar uma destas? Se o combatente controlado pelo jogador leva um tiro, o estrago feito no corpo do soldado é determinado de acordo com a área atingida. Exemplos? Tiro na perna: adeus "sprint" (correr rapidamente). Tiro na cabeça: visão prejudicada. Tiro no braço: mira instável. Se o personagem estiver sangrando, o ferimento deve ser estancado com o auxílio de um equipamento médico. Caso contrário, a morte é iminente.

Recursos sonoros

Simplesmente espetaculares. Com exceção, talvez, do trabalho de vozes apresentado no game, os sons realmente causam impacto. A sensação de guerra constante é realçada com cada explosão ocorrida nas proximidades ou tiro disparado pelos inimigos.

No próprio menu inicial do jogo é possível conferir o nível de qualidade técnica referente à ambientação sonora. A música de fundo do menu é fenomenal, impactante. Não há trilha sonora durante a ação, mas isso apenas destaca o surgimento de algum som mais influente nos combates... Como a explosão de uma granada.

Variado e completo

Em todos os quesitos. Veículos, armas, acessórios... Mesmo em objetivos e modos alternativos de jogo, o game é bem diversificado. O modo multiplayer — variações: Infiltration, Annihilation e Cooperative — é excelente para quem quer desafios ainda melhores (Ranked ou Unranked). É uma pena que a versão para consoles não conte com um modo multiplayer tão sólido quanto o que ocorre no PC.


Tudo é bastante detalhado. É possível visualizar o inventário dos diversos grupos de soldados durante as transições entre as missões. Os veículos e as armas comprovam o esforço dos desenvolvedores em propiciar conflitos realistas entre nações. Ao final de cada missão, o jogador tem a chance de conferir uma tela de estatísticas. Números de sobra.

Interface familiar... E satisfatória

Para quem teve a oportunidade de conferir o game de corrida DiRT 2 pode visualizar semelhanças fortes com Dragon Rising. As opções são exibidas dinamicamente e, com uma trilha sonora de fundo muito expressiva, fica fácil de realizar as diferentes configurações e visualizar os dados apresentados.

Dentro de jogo, nada a reclamar. Tanto o mapa quanto na tela em perspectiva de primeira pessoa, as informações aparecem claramente. De acordo com o modo dificuldade escolhido, certas opções são habilitadas ou desabilitadas, seguindo o nível de desafio daquele modo.


Reprovado
O que espantou o BJ... No mau sentido


Diversos bugs

Gráficos? Muitos. O trabalho de arte não salva o pobre desempenho das tecnologias gráficas empregadas pelos desenvolvedores. Problemas são encontrados em diversos quesitos: aplicação de polígonos, texturas (principalmente naquelas aplicadas a encostas de montes), interação entre objetos e surgimento abrupto — "pop-ins" — de diversos itens.

Visualmente, a versão para computadores vence o game para consoles. O versátil poder de processamento do PC faz com que os efeitos aplicados pelos desenvolvedores fiquem mais polidos e bonitos. Enquanto isso, o PlayStation 3 e o Xbox 360 contam com limitações.

Cores vibrantes, gráficos não tão vibrantes

A maior parte das animações, infelizmente, contrasta fortemente com a atmosfera realista proposta. Se o seu combatente está impossibilitado de se levantar e precisa de assistência médica, um soldado virá e aplicará uma injeção... No ar. Isso se o jogador não ficar facilmente espantado com o fato de o combatente estar com metade da perna incrivelmente enfiada no chão.

Falta de polimento

Isso vale para praticamente todos os aspectos técnicos. Mesmo a jogabilidade poderia ser um pouco melhorada. Por exemplo: é impossível pular. Não, não é brincadeira não. Para transpor alguns obstáculos, deve-se usar o botão de interação para que o combatente possa superá-los. O jogo claramente foca o realismo, mas... Sem pulo?

Visualmente, a "pior falta de polimento" ocorre no seguinte quesito: profundidade. O "draw distance" — profundidade de visualização de objetos — não foi feito corretamente no jogo. Imagine a seguinte cena: há um soldado, ao longe, que se esconde atrás de um arbusto. Com um rifle de franco-atirador em mãos, você consegue visualizar o inimigo desprotegido a uma longa distância, não importa a cobertura que ele estiver utilizando. Um absurdo.

Um de seus companheiros está morto

Inteligência artificial...?

Mais uma vez, temos a presença da famosa "burrice artificial". Tiroteios travados de forma distante não mostram tantas falhas neste ponto, mas a curtas distâncias... Equipe a faca e tente eliminar um adversário no combate corpo-a-corpo (modo Normal). Você pode se aproximar do oponente o máximo que puder e ele não fará nada. Mas cuidado, pois a qualquer momento o inimigo pode se virar e disparar apenas um tiro na cabeça do soldado controlado. Em outras palavras: desequilibro total e falta de consistência.


Avaliação Final
Vale a pena?


Vale... Se você preferir realismo à praticidade. Os vastos cenários são convincentes, com certeza, mas fazem com que os Checkpoints fiquem bastante separados. Isso demanda muito tempo dos gamers, principalmente quando ocorre um infortúnio e o combatente perece em batalha. Mesmo no modo Normal, o jogador deve sempre estar sujeito a repetir um certo trecho da missão.


A funcionalidade multiplayer realmente faz com que Dragon Rising seja um título peculiar em comparação com os demais jogos do gênero. De modo geral, o game da Codemasters é recomendado para quem não se importa muito com características técnicas e quer apenas embarcar cooperativamente na guerra por petróleo da maneira mais realista possível.


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