Imagem de Rock Band 2
Imagem de Rock Band 2

Rock Band 2

Nota do Voxel
82

Nem tudo é rock, mas a diversão é inevitável.

Rock Band foi um daqueles games que geraram expectativas monstruosas tanto nos jogadores quanto nos críticos. A proposta ousada da MTV criou forma e despontou nas prateleiras das lojas como um dos melhores jogos rítmicos de todos os tempos. O segundo game, portanto, foi desenvolvido com a intenção de aprimorar ainda mais o conceito principal da franquia: banda de rock.


É claro que, apesar da revolução causada por Rock Band no gênero musical de games, o rival Guitar Hero continua imponente e difícil de ser derrotado. Ainda assim, Rock Band 2 reforça uma das melhores características do primeiro título — a jogabilidade — e agrupa uma quantidade ainda maior de músicas.

Não há grandes diferenças significativas entre o primeiro e o segundo título. Mas Rock Band é Rock Band, e, tendo em vista que cada instrumento possui suas peculiaridades (mas o conjunto é o pilar de tudo), a diversão está presente em praticamente todos os momentos passados com o jogo. Som na caixa e rock 'n roll na veia!

Contexto igual, modos de jogo diferentes

O contexto geral de Rock Band 2 é extremamente parecido com o que ocorre no primeiro título. São poucas mudanças, sendo que a maioria delas ocorre nos modos de jogo e na variedade de músicas. Há alguns desafios a mais e certos modos de jogo facilitam a iniciação daqueles que nunca tiveram contato com instrumento de verdade ou mesmo de plástico.

Rock Band 2 recebeu muitas críticas quanto à sua seleção de músicas, visto que nem todas são puramente classificadas com o gênero "rock". Há certos extremos que podem enervar alguns jogadores, mas a variedade é feita justamente para abranger a maior quantidade de pessoas possível.

Sangue derramado? Não, notas perdidas. No segundo game, há a possibilidade de embarcar em competições entre bandas com amigos. Quem tiver a maior quantidade de fãs, estrelas e sucessos musicais, vence. Já os desafios em forma de "tour" consistem em superar as músicas de acordo com o seu nível de dificuldade. Para desbloquear blocos de músicas mais difíceis, os jogadores devem vencer nas músicas mais fáceis. No World Tour, entretanto, deve-se tocar em 59 locais dentro de 24 cidades diferentes.

Certas peculiaridades evitam que Rock Band 2 seja completamente igual ao primeiro game. Primeiramente, quase todas as músicas do primeiro jogo podem ser transportadas ao segundo. Além disso, há mais opções de personalização de roqueiros, tanto em instrumentos quanto em tatuagens, roupas e maquiagens. Com o Drum Trainer e o modo "No-Fail", não há o risco de perder e, por conseqüência, fica muito mais fácil treinar os instrumentos e conhecer as músicas.

Não é, mas parece

A nova guitarra de Rock Band definitivamente não traz uma revolução na forma de se jogar. Entretanto, algumas mudanças menores na funcionalidade e também no visual tornam o instrumento bastante funcional e também muito mais convincente.

Uma cópia excelente.

Em primeiro lugar, não. O "neck" (escala) da nova Fender Stratocaster (ainda com o famoso "headstock" estilo anos 70) não é realmente de madeira. Trata-se sim de um plástico muito mais detalhado, que realmente dá a impressão de ser madeira. Trata-se sem dúvida de um detalhe interessante, embora seja apenas cosmético, já que a funcionalidade dos botões do braço permanece exatamente a mesma: botões para base embaixo, botões para solo em cima.

A nova guitarra também ficou um pouco menor, embora não muito. Afora isso, o que você vai encontrar é o mesmo instrumento inspirador (aquele "Fender" no "headstock" realmente faz mágica em um instrumento de plástico com botões coloridos, não?). Ah sim, quem estiver acostumado ao periférico do jogo anterior — e também ao de Guitar Hero — provavelmente vai notar que o botão de palhetar da nova guitarra RB é consideravelmente mais macio, o que sem dúvida é ótimo — nada de "clec, clec"... pelo menos não tão alto.

O instrumento mais belo do pacote.

O kit de instrumentos de Rock Band 2, como ocorre no primeiro título, não conta com instrumento simbolizando o baixo, embora o game suporte até quatro jogadores em uma banda. Mas quem gastou um bom dinheiro adquirindo todo o conjunto não vai se segurar para gastar mais um pouquinho com uma guitarra de plástico a mais, vai?

De vocalista a narrador a futebol

Vamos começar pelo pior. Não que o microfone seja o pior instrumento, mas há falhas que ainda não podem ser consertadas pelas tecnologias que os consoles de última geração suportam. Por padrão, o volume do microfone é um tanto baixo e possui um eco bastante irritante, que na realidade é um atraso ("delay") da voz.

Yeah! Nos níveis mais fáceis de dificuldade (Easy e Medium), os gamers podem facilmente balbuciar qualquer coisa e vencer com porcentagens de acerto impressionantes. Nesse caso, não há grandes perdas de pontos por erros na afinação, sendo que a tolerância é muito grande. Narre um jogo de futebol em Rob the Prez-o-Dent (That Handsome Devil) seja feliz.

No entanto, o microfone é um recurso admirável. Não é todo desenvolvedor que consegue criar um sistema de análise de voz tão intrigante quanto o de Rock Band 2. O game interpreta a "afinação" do vocalista e compara com a linha da música em uma determinada altura (grave, médio ou agudo). Infelizmente, a letra da música não precisa ser cantada corretamente, mas, nos níveis mais difíceis, deve-se cantar com um mínimo de afinação. Caso contrário, rua.

Assim como nos demais instrumentos, o microfone possui suas peculiaridades. Os "poderes especiais" (que auxiliam na aquisição de pontos) são ativados através de gritos em momentos específicos das músicas. Além disso, há alguns compassos em que o jogador deve "batucar" no microfone ou falar pausadamente, respeitando o ritmo da música.

Mike Portnoy que se cuide

No momento em que o jogador adquire Rock Band 2, a bateria é o instrumento que mais impressiona. São quatro superfícies (ou simplesmente "pads") nas quais o jogador deve bater para seguir a linha rítmica que aparece na tela. Além disso, há um pedal que simboliza o bumbo, representado na tela como um traço horizontal.

É estranho como um baterista pode se sentir confortável com o instrumento de plástico. Cada uma das superfícies de borracha representa uma parte da bateria, seja chimbal, tons e pratos de ataque ou de condução. Em certos momentos, o jogador deve reproduzir até instrumentos menos utilizados no rock, como o "cowbell", objeto de metal cujo som lembra realmente um pequeno sino empregado em vacas.

Bonito, mas ainda frágil.

Os desenvolvedores da Harmonix tentaram realmente equilibrar o jogo tanto para aqueles que nunca sentaram frente a uma bateria quanto para bateristas mais experientes. Os quatro níveis de dificuldades, no que diz respeito à bateria, estão muito bem elaborados e colaboram para que Rock Band 2 possa abranger músicos e não-músicos. É claro que há situações em que nem todas as notas são executadas, principalmente em compassos que exigem toques do pedal em alta velocidade.

No restante, a tarefa é "simples" como na guitarra ou no baixo: bater, no ritmo certo, na superfície correspondente à cor que aparece na tela (ou traço horizontal, no caso do bumbo). Se o jogador possui um mínimo de senso rítmico, batucar na bateria é muito divertido e empolgante. Mas, para os bateristas de plantão, o jogo apenas atiça a vontade de tocar o instrumento real.

Fragilidade amenizada no novo kit

A reclamação que milhares de gamers fizeram em relação ao kit de instrumentos que acompanha o primeiro Rock Band foi que a bateria (especialmente o simples pedal de plástico) é extremamente frágil e pode ser danificada facilmente. Dessa forma, os desenvolvedores tomaram certas precauções e decidiram criar um conjunto mais reforçado para o segundo jogo.

A bateria da ION é ainda mais charmosa.
Conforme o vídeo acima (e também de acordo com as informações fornecidas por vários críticos e gamers), há algumas melhorias no segundo kit de bateria, embora ainda haja uma certa fragilidade no sistema do pedal. As superfícies de borracha foram alteradas e há um gel central em cada uma delas que auxilia na resistência da batida.

Além disso, o novo kit conta com entradas para "pads" de pratos em uma altura maior, acessórios que infelizmente não acompanham o pacote básico. O pedal do bumbo conta com uma chapa metálica em sua superfície de contato com a sola do pé, mas o sistema interno de plástico continua frágil. Como de praxe, duas baquetas de madeira acompanham o conjunto.

Uma série de empresas decidiu investir em conjuntos de bateria alternativos para os fanáticos por Rock Band 2. A ION, por exemplo, criou um pacote muito atraente, mas um tanto caro (preço sugerido: US$ 299). Já a ROADIE optou por desenvolver um adaptador para dois pedais simultâneos, que facilitam a execução de músicas mais dinâmicas.

Tecnicamente bom

Os recursos técnicos de Rock Band 2 são pouco diferentes do primeiro título, mas muito distintos de games da franquia Guitar Hero. Para começar, os botões, os poderes especiais e o design como um todo são inteiramente diferentes da franquia da Activision. A idéia é praticamente a mesma, mas a maneira com que as execuções musicais ocorrem é única.

Sem grandes reclamações quanto aos recursos técnicos. As animações de fundo são convincentes, embora um tanto pesadas. Para ocultar algumas das falhas mais observadas em Guitar Hero (como serrilhados em abundâncias e texturas pobres), os desenvolvedores de Rock Band 2 optaram por utilizar um recurso muito interessante: filtro granulado, ou "grain filter". Dessa forma, os músicos aparecem no palco de forma semelhante a shows transmitidos por televisão.

Sonoramente, muitos jogadores realizam críticas em relação à qualidade dos sons transmitidos pelos instrumentos que os gamers tocam. De fato, a bateria é um tanto "falsa" e os demais instrumentos não convencem (o microfone possui um eco irritantemente constante), mas nada que impeça a diversão. Quanto às músicas, a qualidade é boa e diversos críticos acreditam que esse é uma das vantagens de Rock Band em relação a Guitar Hero.

Enfim, satisfatório

Rock Band 2 é sem dúvida um bom jogo. Entretanto, isso se deve ao simples fato de que Rock Band é um bom jogo. E não só isso, o jogo de fato revolucionou a indústria de jogos rítmicos ao permitir que uma banda inteira de pseudo-músicos, ávidos por diversão despretensiosa, se juntasse para tocar alguns dos maiores clássicos do rock no conforto das suas salas de estar. Principalmente se você levar em conta que o seu concorrente direto (Guitar Hero III) apenas oferecia baixo e guitarra.

Toda a parafernalha para apenas um propósito: diversão.

Assim sendo, se você gostou de Rock Band, provavelmente vai gostar da seqüência. Some-se a isso os novos desafios online, os instrumentos/controles mais funcionais (sem falar no visual muito mais convincente da guitarra), a vasta quantidade de músicas — mesmo se você não considerar as músicas importadas do primeiro título —, e se tem alguns belos motivos para passar mais algum bom tempo tentando alcançar o estrelato na frente da televisão.
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