Imagem de Saw: The Video Game
Imagem de Saw: The Video Game

Saw: The Video Game

Nota do Voxel
79

Faça sua escolha: viver ou morrer.

Provavelmente você já deve ter jogado, ou ao menos ouvido falar, em um jogo baseado num filme. Talvez o exemplo mais palpável seja o lendário 007 Goldeneye, lançado para Nintendo 64. Depois do título da Rare, poucos foram os jogos que conseguiram um reconhecimento da crítica. Em vez disto, a imagem deste tipo de adaptação foi significativamente denegrida, graças a dezenas de jogos de qualidade baixa.

Mas, ao contrário do que se pode imaginar, os games baseados em filmes estão longe de ter um fim. Todos os filmes que podem ser adaptados para os jogos, provavelmente serão. Contudo algumas películas que deveriam chegar aos jogos simplesmente não chegam. Uma delas é Saw, conhecido como Jogos Mortais aqui no Brasil.

Felizmente, após quase seis anos desde o lançamento do primeiro filme, o jogo mais mortal chega aos games. E, para a felicidade dos fãs, toda a atmosfera sinistra dos filmes foi capturada de maneira adequada, criando um título totalmente indicado para quem gosta da franquia. Mesmo assim, alguns deslizes ainda impedem que as peças sejam encaixadas perfeitamente neste quebra-cabeça. "Let's play a game", como diria Jigsaw.

Você provavelmente já deve ter ouvido falar de pelo menos um dos seis filmes da série Jogos Mortais. Assassinatos, violência e quebra-cabeças simplesmente brutais compõem a fórmula de uma das grandes franquias de sucesso do cinema. E, se você acha que acabou, está muito enganado. Jogos Mortais VIII já está confirmado para 2011.

Mas, vamos ao que interessa. Como se pode imaginar, o game compartilha diversos elementos com o filme, incluindo armadilhas, situações e até mesmo personagens. Em Saw, você encarna o detetive Tapp, que também dá as caras no primeiro filme, na pele de Danny Glover. Supostamente, o policial, que havia sido ferido fatalmente no primeiro Jogos Mortais, foi curado por Jigsaw, o responsável pelos jogos.

Tapp acorda, então, em um hospício abandonado, onde deve aprender a dar valor a própria vida, como Jigsaw sugere. Lá, o detetive encontra diversos bandidos que foram presos por ele. Em uma narrativa muito semelhante ao filme, o jogador deve então tentar escapar deste terrível local que se encontra inundado pelo perigo.

Vamos jogar?

Desde o primeiro momento em que Saw é iniciado, é possível perceber que a Zombie, desenvolvedora do título, realmente sabe do que está falando. O clima dos filmes foi preservado através de uma jogabilidade que relembra bastante os jogos da série Silent Hill. E, ao contrário da maioria dos jogos do gênero survival horror da atualidade, Saw realmente consegue trazer um pouco de terror às telas.

Contudo, o verdadeiro terror — no sentido ruim da palavra — está no sistema de combates, que acaba sendo o maior empecilho para o game. Travado, com bugs e completamente incoerente. Assim são as lutas de Saw.

Em suma, o jogo conta com uma ideia realmente boa, regada por uma atmosfera característica e diversos puzzles que todos os fãs da série desejavam resolver. Mesmo com alguns errinhos aqui e ali, Saw ainda é extremamente indicado para quem deseja viver na pele de uma das vítimas do lendário Jigsaw.


Aprovado

Do que gostamos

Olá, você quer jogar?


Não há como negar: o melhor de Saw é a atmosfera. Pode-se dizer que o jogo é uma espécie de “melhores sucessos” das versões para os cinemas, combinando diversas características dos filmes em um só game. Sendo assim, espere por muitos problemas regados de maneira muito semelhante aos filmes, desde as câmeras até o estilo de quebra-cabeças.

Mesmo sendo um jogo com perspectiva em terceira pessoa, Saw conta com uma imersão boa. Você terá de explorar o tenebroso hospício para encontrar pistas e possíveis saídas. O bacana é que, onde quer que esteja, o clima é sempre de tensão e medo, relembrando bastante, também, os primeiros jogos da série Silent Hill.

Brutal, assim como o filme

Tobin Bell, que interpreta John Kramer (também conhecido como Jigsaw) nos cinemas, retorna para dar voz a Billy the Puppet, o temido boneco que dá os recados às vítimas. Sem dúvidas, sua atuação rouba a cena no jogo, graças às suas falas que chegam a causar arrepios no jogador. Por outro lado, infelizmente, Tapp não é dublado por Danny Glover.

Os recados e enigmas de Jigsaw também foram retratados de maneira fiel. Durante o game, você terá de descobrir a solução através de mensagens espalhadas estrategicamente por espelhos e outros locais. A Zombie caprichou no efeito de perspectiva de eventos como estes, que obrigam o jogador a movimentar a câmera para visualizar a solução.

Obviamente, os quebra-cabeças também surgem de maneira espetacular, respeitando toda a tradição estabelecida pelos filmes. A famosa armadilha que estoura cabeças é apenas um dos exemplos que aparecem no game. Há também a guilhotina, o Poço de Seringas e diversas outras máquinas responsáveis por brutais atrocidades.

Quebrando a cabeça


Como ele vai sair dessa? Literalmente, Saw fará você quebrar a cabeça. O grande foco do jogo está nos quebra-cabeças — afinal, não poderia ser diferente, pois estamos falando de Jogos Mortais. O game conta com uma série de minigames de contexto diferentes, nos quais o jogador terá de realizar diversas ações distintas.

Boa parte dos jogos é criativa, envolvendo esquemas de jogabilidade diferenciados e que se adaptam de maneira adequada à saída solicitada no meio virtual. Para escapar do infame capacete, por exemplo, é necessário girar os analógicos para os lados. Existem ainda resoluções que exigem que o jogador pressione os botões exibidos na tela no momento exato.

Entretanto, os quebra-cabeças do jogo não se resumem a uma chuva de botões. Em muitas etapas do game, o jogador terá de utilizar a cabeça para encaixar engrenagens, por exemplo, a uma caixa, dando continuidade ao mecanismo para cumprir o objetivo. Sem dúvidas, um recurso muito bacana, que é aprimorado graças aos flashes entre cenas que deixam o jogador ainda mais aflito.

Viver ou morrer?


Conforme mencionamos anteriormente, Saw conta com muitas características do filme. Uma delas é o encontro com vítimas que possuem alguma relação com o personagem. Estes momentos também merecem destaque, pois são como os encontros com os chefes em jogos de ação.

Mas, em vez de enfrentar criaturas gigantescas, você terá de resolver quebra-cabeças gigantescos. E, para piorar a situação, a ação tem de ser rápida, pois, normalmente, há um limite de tempo para tudo isto. O resultado é uma experiência dramática, na qual o jogador tem de fazer de tudo para salvar a pele de outra vítima de Jigsaw. Momentos como este tornam o jogo ainda mais fiel às películas.

E, como se não bastasse, os desafios não param por aí. Possivelmente, depois de liberar a vítima, você acabará descobrindo mais detalhes sobre o jogo em que se encontra, incluindo traições e outras surpresas. É amigo, tudo ainda pode piorar.

Enxergue e ouça seus medos


O hospício é mesmo um local perigoso. Você encontrará diversas armadilhas diferentes no local, incluindo muitas já vistas nos cinemas e algumas inéditas, feitas exclusivamente para o game. Tudo regado por gráficos de qualidade, sob responsabilidade da Unreal Engine 3. Certamente, não se trata dos melhores visuais desta geração, mas Saw não faz feio em relação aos demais.

Gráficos assustadores

A direção de arte também faz bonito com alguns efeitos interessantes. Quando você está prestes a morrer, por exemplo, tudo fica em preto e branco, com exceção, é claro, dos elementos de cor vermelha (sangue? Sim). Com isso, o clima fica ainda mais tenso e a aflição toma conta do jogador. Além disso, a equipe também caprichou na iluminação. Destaque para os momentos em que o jogador carrega uma máquina fotográfica para iluminar seu caminho disparando flashes.

Quanto à trilha sonora, Saw dá um show. Nos momentos de tensão, as músicas conseguem deixar o jogador ainda mais desesperado, graças às belas trilhas criadas para o jogo. Além disso, o mistério também é ditado pelo tempo das orquestras.

Reprovado

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Lutando contra os controles


Infelizmente, o sistema de combate de Saw é um dos piores já vistos nesta geração. Para lutar, o jogar deve segurar o gatilho esquerdo do controle — ativando assim a posição de briga — e desferir os golpes com o botão R1. Até aí, tudo bem. Você ainda conta com diversas armas diferentes, incluindo exemplos inusitados, como braços mecânicos e até muletas (alguém se lembra de Condemned 2: Bloodshot?).

Bem, mesmo com qualquer arma em suas mãos, Saw decepciona nos combates. É normal encontrar inimigos em seu caminho, o que torna as lutas algo comum. E, acredite, isto é realmente ruim. Os combates são totalmente truncados e há uma enorme diferença entre os movimentos do seu inimigo e os seus. Não há qualquer sistema de travamento de mira, o que também dificulta nos momentos em que se deve acabar com os inimigos.

As lutas são piores. Acredite

Se você pensa que armas são uma boa escolha, é melhor rever seus conceitos. Em Saw, as armas só pioram a movimentação, deixando seu personagem muito mais lento. Além disso, os comandos são imprecisos e muitas vezes o golpe não acaba saindo quando o jogador deseja. Uma boa dica é utilizar somente os punhos e apelar para os ataques rápidos, que repelem os inimigos.

Faltou capricho


Saw conta com uma proposta realmente boa. Entretanto, a desenvolvedora não conseguiu aplicar tudo o que desejava na versão final, talvez pela falta de experiência. As animações dos personagens, por exemplo, deixam a desejar em muitos momentos, principalmente nas cutscenes, nas quais a narrativa também se torna estranha graças as animações — muitas vezes sem qualquer sentido.

Jigsaw está preso porque não consegue usar as portas Outro fator que pode incomodar o jogador é a interação com o ambiente. Abrir e fechar uma porta, por exemplo, é uma tarefa realmente difícil. Em determinados momentos, você estará com um colar nada agradável em seu pescoço, e terá de fugir de seus inimigos para não ter sua cabeça explodida. Entretanto, trancar a passagem é algo realmente complicado, pois o jogo confunde-se na hora em que o comando é executado, podendo resultar até mesmo no inverso — ou seja, você deseja sair e acaba entrando.

Repetindo a tortura


Tudo bem, os puzzles de Saw são criativos — pelo menos a grande maioria. O jogo conta com alguns deslizes em quebra-cabeças realmente frustrantes, como quando o jogador tem de pegar um objeto numa piscina de seringas. Mas, o que realmente pode incomodar é a falta de variedade. Existem poucos modelos de quebra-cabeças e, durante o jogo, eles acabam se repetindo. Uma pena.  

Só isso?


Saw é um game para um só jogador que conta apenas com um modo de jogo com aproximadamente 8 horas de duração. Sim, é só isso. Nada de multiplayer ou desafios extras. Tudo o que você encontra são duas dificuldades e algumas artes conceituais. Nada bom pelo salgado preço de, aproximadamente, R$200,00.

Avaliação Final

Vale a pena?

Se você é um fã da franquia Saw, não pode deixar de conferir o game. A atmosfera foi retratada fielmente e muitos dos quebra-cabeças estão disponíveis para o jogador, formando uma espécie de “grandes sucessos” de todos os filmes em um só jogo. Infelizmente, a desenvolvedora furou o próprio pé com uma furadeira enferrujada — começando pelas unhas — ao inserir um terrível sistema de combates. Mesmo assim, Saw continua sendo um jogo mortalmente indicado para os fãs.
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