Imagem de Shovel Knight
Imagem de Shovel Knight

Shovel Knight

Nota do Voxel
88

Quem diria que enfrentar o mal com uma pá seria tão divertido?

Por melhores que os jogos se tornem com o passar dos anos, a era 8 bits sempre vai guardar um lugar especial no coração dos gamers. Tudo isso se deve à maneira engenhosa como os desenvolvedores criaram cenários incríveis a partir de poucos pixels e cores, às músicas que são lembradas até hoje usando um conjunto de sons rudimentares e a uma jogabilidade complexa tendo apenas um direcional digital e dois botões à disposição.

Com isso, não são poucos aqueles que tentam recriar essa experiência através de games retrô, com base em aspectos vindos daquela época. E Shovel Knight é um título que faz exatamente isso: ele junta várias características de jogos famosos do 8 bits na homenagem definitiva para os side-scrollers de plataforma.

Na aventura, o jogador controla o herói de armadura que dá nome ao jogo. E, como você deve estar se perguntando, sim, ele é realmente um cavaleiro que tem como principal arma uma pá, daquelas que se usa para cavar. Sua missão é praticamente a mesma de qualquer jogo de capa e espada – derrotar a grande vilã que está infestando o mundo de criaturas monstruosas.

The Legend of Mega Castlevania World

Jogos que vêm com a proposta de criar um “Frankenstein” usando elementos de jogabilidade de outras séries costumam sofrer com uma terrível falta de originalidade. Infelizmente esse é o caso de Shovel Knight, já que praticamente todas as mecânicas que ele utiliza vêm de algum outro título famoso de 8 bits.

Para entender melhor os elementos nos quais o game se baseia, temos alguns exemplos. Seu mapa principal tem óbvias inspirações em Super Mario World. Já a jogabilidade combina as mecânicas de DuckTales com o ritmo de Ninja Gaiden, enquanto os desafios de plataforma e o avanço de cenários vêm diretamente de Mega Man. E a exploração da vila principal? Zelda 2.

Se na maioria dos casos essa seria uma desvantagem das grandes, Shovel Knight consegue dar a volta por cima melhorando tudo aquilo que ele trouxe dos outros games.

E não apenas isso: todas as mecânicas foram cuidadosamente adaptadas para se encaixar umas nas outras. Dessa maneira, não acabamos com uma colcha de retalhos, mas sim com uma experiência que parece diferente de tudo aquilo que já vimos, ao mesmo tempo em que temos a homenagem dos sonhos de qualquer fã dos tempos do Nintendinho.

Cavar, cavar, cavar

Um dos aspectos mais agradáveis em Shovel Knight é, sem dúvida alguma, seu sistema de coletar tesouros. Está bem, isso nem de longe parece uma novidade, em um primeiro momento, visto que praticamente todos os jogos daquela época tinham moedas, joias e outros itens para serem adquiridos na aventura.

A diferença aqui é que, no lugar de apenas darem pontos, os itens coletados por você têm enorme serventia. O fato é que o dinheiro que o jogador junta pode ser usado para comprar os mais variados upgrades para seu personagem, como novos poderes ou mais energia. Comprá-los, porém, custa caro.

Felizmente, há muitos tesouros a serem encontrados em Shovel Knight. Inclusive, temos uma série de baús e gemas escondidos, que podem ser encontrados para aqueles que tiverem olhos atentos para paredes que podem ser escavadas ou passagens secretas. Com isso, o jogador é incentivado a explorar cada pedaço das fases.

Uma homenagem de respeito ao estilo 8 bits

Criar uma homenagem para os games 8 bits não adianta muito sem gráficos e som à altura. Mas, nesse aspecto, você não precisa se preocupar – Shovel Knight passa nesse quesito sem esforço. Sua trilha sonora, para começar, é uma das melhores já feitas em chip tune, com melodias bastante variadas que combinam perfeitamente com o clima do jogo.

Já no caso dos gráficos, a empresa foi um passo além. Isso porque o visual de Shovel Knight não está apenas estupendo: como os próprios desenvolvedores do título comentaram, a Yacht Club Games tomou o cuidado de trabalhar com as mesmas limitações que haviam no NES.

Isso resultou não apenas na simplificação do número de cores de cada objeto, mas também na presença de várias características conhecidas nos jogos da época, como personagens passando sobre o HUD do game.

A qualidade dos gráficos de Shovel Knight não ficou ruim por isso, nem de longe – como você pode ver nas imagens desta análise, ele está belíssimo. Mas vale elogiar a empresa justamente por alcançar tamanha qualidade com tantas limitações.

Shovel Knight também se destaca por trazer uma trama simples, mas que consegue prender o jogador em um mistério que o impulsiona com facilidade pela aventura. Isso porque nosso herói não é o clássico paladino de espada que está na jornada apenas para derrotar o mal. Ele segue também pelo desejo de reencontrar a Shield Knight, sua companheira que desapareceu durante um embate com a Enchantress (a vilã da aventura).

Novamente, a ideia apresentada é algo bastante simples, mas é mais do que suficiente para dar um tom carismático ao cavaleiro. E ele não é o único, aliás: cada personagem encontrado na aventura, sejam os moradores do vilarejo ou os chefões das fases, parecem ter seus próprios trejeitos, uma “vida” que você não encontra mesmo nos melhores games atuais.

Vale a Pena?

Em um primeiro momento, Shovel Knight pode até parecer um game pouco interessante, visto que ele parece ser apenas um derivado de várias propostas. Após poucos minutos de jogo, entretanto, fica claro que ele é muito mais do que isso.

Tudo aqui foi feito para trazer uma combinação de nostalgia para os gamers das antigas e uma experiência recompensadora para os fãs dos side-scrollers de plataforma. Por isso, não se deixe enganar pelo fato de que nosso protagonista tem como arma uma simples pá – poucos aventureiros foram tão heroicos no mundo dos games em muitos anos.

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Pontos Positivos
  • Gráficos incríveis
  • Uma das melhores trilhas sonoras em chip tune de todos os tempos
  • Jogabilidade combina mecânicas de diversos games de 8 bits
  • Incentiva o jogador a utilizar todos os elementos de jogabilidade
  • Trama simples, mas envolvente
  • Personagens carismáticos
Pontos Negativos
  • Possui poucos elementos originais