Imagem de SoulCalibur Legends
Imagem de SoulCalibur Legends

SoulCalibur Legends

Nota do Voxel
44

A franquia Soul leva um golpe mortal.

A série de jogos de luta Soul – iniciada por Soul Edge e a partir do segundo título conhecida por Soulcalibur – é uma franquia bastante conhecida no mundo dos games. Diferentemente da maioria dos jogos do gênero, ela é ambientada em um cenário alternativo do fim da Idade Média, no século XVI.

Cada um dos personagens presentes nos diversos títulos da série possuem armas e estilos de combate próprios, o que possibilita uma grande variedade em termos de jogabilidade. Além disso, a história sempre foi uma preocupação por parte dos desenvolvedores, detalhando bem a evolução da trama através dos anos. O que possibilitou a existência deste “spin-off”, Soulcalibur Legends – o único jogo da franquia que é de um gênero diferente, de aventura.


Uma tentativa falha de expansão da franquia

Apesar de uma história sólida e personagens carismáticos bem-estabelecidos para se utilizar, parece que as coisas não deram muito certo. Falemos primeiro a respeito da trama. Com uma ambientação que se dá entre os eventos de Soul Edge e Soulcalibur – o primeiro – acompanhamos Siegfried através de sua busca pela espada maldita, para adquirir o poder necessário pra proteger aquilo em que acredita.

Até aí, a coisa parece interessante. Mas em seguida é um escorregão atrás do outro. As aventuras são divididas em fases, e entre cada uma delas existe um diálogo entre personagens que lembra aqueles de RPGs do saudoso NES. Um desenho em 2D de um personagem de um lado, o de mais um personagem do outro lado e a caixa de diálogo embaixo. Bastante tedioso e com eventos que parecem ter caído diretamente do céu sem nenhum tipo de nexo ou coesão.

Os gráficos nem de longe são bons assim

Falando em níveis, as coisas são extremamente simplórias dentro deles. Os poucos objetos interativos servem para entregar itens necessários, como poções de mana ou de aumento de poder. Os desafios – que são bem poucos – são todos resolvidos a golpes de espada (ou qualquer que seja a arma do personagem utilizado). Algo bem superficial para uma franquia com elementos de jogabilidade tão profundos em seus jogos.

Os inimigos são repetitivos e limitados, o que não faz o menor sentido, considerando que você viaja através de vários continentes durante a campanha. E para piorar tudo, caso você morra em algum nível deverá voltar desde o início e derrotar todos os tediosos oponentes mais uma vez.

Dinâmica de jogo falha

Passemos à jogabilidade em si. A primeira coisa que se nota é que o jogador deve selecionar dois personagens para utilizar em cada nível, sendo que pode alternar entre eles a qualquer momento durante a fase. Os comandos são dados através do Remote e do Nunchuk. O primeiro sendo utilizado para os golpes e o segundo para movimentação rápida.

Um movimento de baixo para cima no Remote será refletido na tela, um ataque na horizontal também. No Nunchuk, uma esquiva para o lado é facilmente realizável, assim como deslizar para a frente. Ao executar estas ações de forma isolada e pensada, o equivalente dentro do game é bastante preciso. Mas o lado bom acaba aí.

Reconhece esta roupa?

Ao executar vários movimentos seguidos para conseguir um combo, é bem possível que o sensor não capte todos eles, e consequentemente não os reproduza na tela. Isto faz com que após algum tempo de jogo, torne-se frustrante tentar conscientemente realizar as diferentes ações e – pelo menos no caso da avaliação de nossa equipe – o jogador passa a balançar os braços em diversas direções para aniquilar os oponentes.

O pulo, através do botão A, é horrivelmente estranho. Ao invés de possuir uma animação fluida, o personagem para por décimos de segundo e pula, parando novamente antes de começar a correr novamente. Para um jogo de ação – muitas vezes com tempo limitado – isto é bastante incômodo.

Fafnir é igual a este camarada. Igual.

Os chefes de cenário possuem dinâmicas diferenciadas, mas nem por isso divertidas. Um deles, por exemplo, um dragão chamado Fafnir, deve ser atingido por balistas quando levanta vôo e começa a soprar fogo no jogador. Mas a câmera – lenta e incontrolável – complica enormemente tarefas que deveriam ser muito simples.

Apresentação medíocre

Quanto à parte de som e gráficos, não há muito o que dizer. A qualidade é pessima. Os cenários são absurdamente simples, as texturas são horríveis, o serrilhado é predominante em todos os elementos da tela. O único lado bom – se é que pode ser chamado disso – é o fato de ser possível reconhecer os personagens já famosos através de seus modelos fiéis aos anteriores.

As animações de golpes se resumem àquelas famosas “trilhas” deixadas pelas armas no ar – e o “power-up” que aumenta a potência dos golpes apenas deixa a arma brilhando levemente.

Uau! Quebrou a barreira do som?!

Os sons ambientes e onomatopéias são incrivelmente repetitivos e incomodam bastante após alguns minutos de jogo. Ao final de cada nível, a pose que os personagens fazem e as frases feitas que recitam apenas jogam mais sal na ferida.

Este é outro exemplo de jogo em que o multiplayer serve apenas para dividir a frustração com um amigo e não ter que passar por isto sozinho. Deixando a peteca cair de forma espetacular na franquia, Soulcalibur Legends não merece a primeira parte de seu nome.
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