Imagem de Star Ocean: The Last Hope
Imagem de Star Ocean: The Last Hope

Star Ocean: The Last Hope

Nota do Voxel
77

A ação é predominante em um RPG que poderia vir a ser um grande clássico.

Os primeiros jogos do gênero RPG surgiram em meados da década de 1970, em um formato bem diferente do que conhecemos atualmente. Naquela época, os recursos técnicos permitiam apenas que os desenvolvedores criassem jogos baseados estritamente em textos. Mas, nem por isso, os games foram deixados de lado. Diversos títulos como dnd., por exemplo, foram muito bem recebidos pelos jogadores e serviram como base estrutural para os jogos posteriores.

Em 1980, Rogue chegava às mãos dos jogadores com uma representação visual estonteante para até então. Através de imagens criadas sob a linguagem ASCII, o game conquistou diversos jogadores e criou um novo modo de desfrutar deste gênero. Posteriormente, chegariam às prateleiras games mais elaborados, em que o jogador encarnava seus personagens sob a perspectiva de primeira pessoa.

Não parece, mas Star Ocean é um game idoso Mas, dois jogos em especial simplesmente revolucionaram os RPGs para consoles: Final Fantasy , da Square, e Dragon Quest, distribuído pela Enix. Lançados para o saudoso Nintendo 8-bits, ambos os títulos encadearam uma febre que ainda continua a agitar boa parte do mundo, principalmente o Japão.

Além da lendária franquia criada com a ajuda de Akira Toriyama, responsável pela série de animes Dragon Ball, a Enix também tinha outra carta na manga, desenvolvida pela Tri-Ace. Trata-se de Star Ocean, game que debutou no Super Nintendo e nunca deixou o território japonês.

Um novo RPG surge no espaço

O grande diferencial do jogo eram os combates, realizados em tempo real. Além disso, em vez de optar por uma temática medieval ou que parece ter vinda de contos de fadas, a desenvolvedora, com membros assumidamente fãs da ficção científica e viagens espacial, optou por um tema mais “sci-fi”.

Star Ocean também despertou a atenção de diversos jogadores, graças a sua jogabilidade diferenciada e ao estilo peculiar. Ao todo, a franquia já possui sete títulos, incluindo remakes, lançados para diversas plataformas, como PlayStation, PlayStation 2, PSP e Game Boy.

Em 2008, os fãs da série receberam uma notícia de dois gumes. O produtor da franquia, Yoshinori Yamagishi, anunciou um novo game intitulado Star Ocean: The Last Hope, exclusivo para o console de última geração da Microsoft, o Xbox 360. Entretanto, junto com a revelação, o Yamagishi também informou que este seria o último game da franquia.

O Baixaki Jogos foi conferir de perto a última edição da famigerada franquia. Bem, fora do Japão, Star Ocean nunca foi um nome de peso. Mas, ao que parece, a Square Enix, que distribui o jogo, parece estar investindo na franquia. Além da versão para Xbox 360, a empresa também lançou recentemente dois remakes para o PlayStation Portable.

No Xbox 360, a experiência é regada por uma história clichê, que conta com CGs em abundância, combates repletos de ação e dublagens terrivelmente irritantes. Mesmo com altos e baixos, o título tem tudo para agradar os fãs do gênero. Se você é um deles, talvez esta seja mesmo sua última esperança.


Um filme longo

Bem, se você não está ligado à série, não há motivos para desespero. Felizmente, você não ficará perdido na trama do game. Isso ocorre porque Star Ocean: The Last Hope é, na verdade, um antecessor da saga. Ou seja, é o começo de tudo e não necessita que o jogador tenha conhecimento prévio dos jogos anteriores para ficar por dentro do que está rolando.

Basicamente, a história envolve a raça humana dando seus primeiros passos no espaço depois do final da Terceira Guerra Mundial, que devastou o planeta Terra, tornando-o um local que já não pode ser chamado de lar. Logo no começo do game, os jogadores verão uma CG introdutória, que demonstra os horrores causados pela guerra.

Após alguns instantes, você é apresentado ao personagem principal do game: Edge Maverick. Além disso, a amiga de infância de Edge, conhecida pelo nome de Reimi Saionji também da às caras. É neste momento que você já começa a perceber que os personagens do game são relativamente genéricos, principalmente pela sua aparência andrógina e pelos atributos que demarcam suas personalidades.

Star Ocean tem seus momentos Mas, voltando à história, o que interessa é que você (Edge) e sua amiga Reimi fazem parte de um grupo seleto que irá vasculhar a galáxia à procura de um novo lar para toda a humanidade — tarefa complicada, não? —, justificando o nome do título (The Last Hope, ou A Última Esperança em uma tradução livre para o português.

Obviamente, como praticamente todos os games, as coisas não serão nada simples. Diversos imprevistos surgirão durante sua jornada, como a quebra de sua nave-mão, a Calnus, por exemplo. Além disso, misteriosas criaturas, conhecidas como Phantoms, parecem não querer que a raça humana viva mais uma vez em harmonia.

Eu já vi isso antes...

Conforme mencionamos anteriormente, o game carrega consigo diversos elementos que acabam o tornando genérico. Talvez este seja um dos maiores problemas de The Last Hope. Sim, você encontrará fortes traços de anime que parecem terem sido transferidos diretamente de outros games para este. Como se não bastasse, você terá de enfrentar demônios, seus personagens se tornarão verdes quando estiverem envenenados, e por incrível que pareça você irá encontrar diversos baús com itens localizados em regiões absurdas.

Fora isso, além dos aspectos clichês nos visuais de cada personagem — cabelos arrepiados, olhos arregalados e aparência andrógina —, a própria personalidade também não é nada original. Você conta com o herói valente e cheio de idéias, um cientista elfo mestre da tecnologia e as garotas de busto avantajado e com aparência infanto-juvenil.

Ou seja, não pense que encontrará em Star Ocean: The Last Hope uma revolução no gênero. Mas, nem por isso, o game não deixa de ser divertido, principalmente para os aficionados ao gênero. Basicamente, você encontrará um RPG japonês tradicional, que agradará aos fãs da franquia e, quem sabe, aos que estão esperando ansiosamente por Final Fantasy XIII.

Edge certamente lembra alguém que conhecemos

Basicamente, os elementos da trama giram em torno de amizade, evolução e responsabilidade. Para incrementar na história, a desenvolvedora tratou de inserir diversas cutscenes que são exibidas durante o game. Em média, cada cena dura cerca de 40 minutos, o que pode deixar alguns jogadores entediados. Além disso, não é possível pausá-las, o que pode forçar o jogador a cortar as cutscenes e partir para a briga.

Uma nova esperança

Mesmo sendo predominantemente clichê, a história de Star Ocean: The Last Hope sofre algumas reviravoltas, que podem arrancar alguns suspiros do jogador. Entretanto, não há como negar que, no início, o andamento é realmente previsível. Há ainda uma “atuação” exagerada nas cenas, assim como uma forte tendência a exaltar o elemento de conflito diversas vezes em um só diálogo, criando conversas artificiais.

Infelizmente, estas interrupções durante o game contribuem para um dos maiores problemas do game: o ritmo. Star Ocean é um jogo relativamente parado. Mesmo que suas “dungeons” exijam horas do jogador para serem completadas, algumas cutscenes parecem durar para sempre e acabam denegrindo toda a diversão do game, fazendo com que o jogador fique entediado.

Outro elemento que estraga o ritmo do jogo é o sistema de salvamento. Infelizmente, Star Ocean: The Last Hope usufrui de um sistema de saves datado, no qual só é possível salvar o game em determinadas partes de cada nível. Se você falhar em combate sem ter salvado, prepare-se para um “Game Over” que te leva novamente para a tela inicial do game.

A pancadaria é a salvadora Para compensar estes pontos negativos, Star Ocean oferece um excelente sistema de combates, que é um dos pilares centrais do título. Não há como negar que as batalhas do game e o método de nivelamento dos personagens são os elementos mais atraentes do título.

 A ação do jogo é em tempo real, assim como nos games anteriores da franquia. Além disso, os combates não ocorrem de maneira aleatória, ou seja, você pode ver seus inimigos no mapa, o que permite ao jogador desviar do perigo caso deseje. Uma vez dentro de combate, os companheiros de sua “party” também aparecem — você pode formar grupo de quatro heróis, e conta com até oito companheiros.

Prepare-se para a aula

Mas, antes de começar a pancadaria para valer, o jogo fornece um tutorial completíssimo, que exibe, detalhadamente, os elementos que compõem a batalha. Neste modo, você conhecerá o básico e o avançado do título. O tutorial dura cerca de 1 hora, mas é indispensável para que você se de bem nas batalhas que o aguardam.

Bem, uma vez no mundo real, você terá do seu lado até quatro companheiros. Felizmente, é possível controlar cada um deles, alternando com os botões RB e LB. Enquanto você encarna um dos heróis, os demais ficam sob responsabilidade da inteligência artificial. Obviamente, existem alguns problemas frustrantes em relação aos personagens controlados pelo computador, assim como pontos positivos e negativos para cada um dos heróis.

Se você já conhece o game, notará que o jogo conta com uma nova adição no sistema de combates. Trata-se da possibilidade de desviar dos ataques e ainda correr para trás dos inimigos para realizar um golpe especial: o “Blindside Strike”.  Sem dúvidas, este é um dos ataques mais bacanas do game, e o resultado fará com que o jogador continue tentando repeti-lo durante toda a sua jornada.

O tutorial é indispensável para se dar bem no game

Há ainda o Bonus Board, uma espécie de tabela que é preenchida formas coloridas durante as lutas. Cada uma destas cores resulta em bonificações diferentes, como aumento na experiência, por exemplo. Entretanto, caso o líder morra, toda a bonificação é perdida. Uma boa adição que facilita a vida do jogador.

Tudo depende de você

Outro fator interessante do game é a profundidade no desenvolvimento dos personagens. Além da fórmula padrão, na qual as estatísticas são aumentadas, o game também permite que os jogadores criem itens, contando com a habilidade de combinar armas e itens para gerar novos equipamentos.

Star Ocean: The Last Hope também oferece uma série de quests secundárias para que os fãs se deliciem com o game. Existem diversas missões alternativas diferentes, envolvendo objetivos variados. Para acioná-las, basta conversar com alguns cidadãos dos vilarejos e o evento será convenientemente arquivado no menu “Quests” do game. Sua recompensa varia desde dinheiro à experiência.

Fique atento para as missões alternativas Existem também chefes e “dungeons” extras para serem completadas. Basicamente, em Star Ocean você pode desfrutar do quanto desejar, tudo depende da sua vontade de realizar, ou não, os objetivos alternativos. Jogadores casuais poderão simplesmente percorrer a missão principal, enquanto os “hardcores” podem usufruir ao máximo do game em seus quatro níveis de dificuldade.

Uma prova de que o game também pode ser jogado pelo público entusiasta é o sistema Battle Trophies. Basicamente, este sistema conta com uma série de conquistas em jogo, que servem como um bom incentivo para quem quer ser o melhor desta edição. Há ainda diversos elementos de estratégia, como a seleção de tipo de combate e muito mais.

Problemas durante o voo

Star Ocean: The Last Hope conta com 30-40 horas de jogo espalhados por três discos. O fato de o jogo não estar contido em apenas uma mídia pode causar algumas frustrações. Se você desejar retornar para uma região do início do game quando já estiver no último disco terá de, obrigatoriamente, trocar de DVD.

Mas este é apenas um dos problemas do game. A movimentação do personagem também é estranha e imprecisa, a câmera pode ocasionar problemas e o já mencionado sistema de salvamento também decepciona. Entretanto, o mais frustrante são as dublagens em inglês: horríveis. E o pior: não há a opção para áudio em japonês. Não obstante, no geral, a trilha sonora é aceitável.

Em relação aos gráficos, Star Ocean: The Last Hope conta com altos e baixos. O design dos personagens não impressiona artisticamente, mas o nível de detalhes pode ser considerado alto. Há uma grande variedade de ambientes, mas, provavelmente, nenhum deles será capaz de arrancar suspiros pela sua beleza.

Star Ocean: The Last Hope não é um dos melhores RPGs da última década, mas, sem dúvidas, é recomendado para os fãs do gênero. Com uma história aparentemente clichê, mas que acaba sofrendo reviravoltas, e personagens mal dublados e com personalidade irritante, The Last Hope consolida-se apenas por sua excelência na ação e na metodologia de nivelamento de personagens.
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