Imagem de The Crew: Wild Run
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The Crew: Wild Run

Nota do Voxel
78

Uma disputa selvagem, mas incapaz de engrandecer o jogo principal

Quando The Crew foi anunciado, boa parte dos entusiastas de jogos de corrida ficou extremamente animada. Também pudera! O título vinha com as propostas mais ambiciosas para o gênero, como o mapa gigantesco representando os Estados Unidos, o visual muito bem trabalhado e, é claro, as funções com forte apelo na jogatina em grupo – que lhe rendeu a alcunha de caRPG, uma mistura de carro com RPG.

Depois do lançamento, no entanto, a galera viu que não era bem assim: o mapa gigante estava lá, mas parecia completamente sem vida, e as funcionalidades online, como todo lançamento cercado por expectativas e que se apoia solenemente na conexão com a internet, sofreram com bugs e falhas. O que restou foi um jogo que merecia ser muito mais do que ele foi.

De lá para cá, o game recebeu diversas atualizações que melhoraram alguns aspectos dele, mas, um ano depois, é a chegada da expansão Wild Run que faz com que The Crew tenha sua melhor chance de dar sustância à sua ambição: novos modos de jogo, veículos, eventos e um tapa geral no visual, que trouxe também os efeitos climáticos para o título – mas será que é o suficiente?

Mais conteúdo, mais diversão – mas com ressalvas

The Crew: Wild Run traz uma nova experiência que é encaixada de forma bem direta ao enredo original, sem muita ladainha ou pretensões de fazer algum sentido no contexto. Basicamente, tudo gira em torno de uma competição itinerante chamada de "The Summit", que acontece junto com um megafestival.

Você é convidado para participar corridas classificatórias para então poder entrar no evento principal – caso você tenha começado o jogo do zero, terá que progredir um pouco na história para que o convite chegue.

O conceito por trás do The Summit é ser uma competição online que terá a duração de um mês. Ela será composta por seis ou sete etapas semanais em que os jogadores deverão disputar entre si o topo da tabela, de acordo com suas pontuações em cada um dos desafios, até chegar à grande final.

O megafestival The Summit

É nesse novo evento que três novos modos de jogo foram inseridos: corridas de monster trucks, sessões de drift e disputas de drag – as famosas arrancadas. Com eles, vieram também três categorias inéditas de customização para os veículos, cada uma correspondendo a um dos novos desafios.

Os monster trucks, sem qualquer dúvida, têm potencial para se tornarem os mais divertidos do game como um todo. Eles contam com uma área cheia de obstáculos que lembra muito uma pista de skate.

É claro que é possível explorar todas as regiões do mapa a bordo de veículos munidos de rodas e pneus enormes, capazes de atropelar tudo que encontram pela frente – e fica particularmente engraçado se essa modificação for feita em um veículo pequeno, tipo um Fiat 500, por exemplo.

Manobras acrobáticas com monster trucks são uma das coisas mais bacanas de Wild Run

O drift, por sua vez, é o velho conhecido da galera: basta preparar o seu carro e sair deslizando pelas ruas para fazer a maior quantidade de pontos. O novo modo serve também para mostrar uma das novidades que vieram na última atualização para o The Crew: as alterações climáticas.

Durante o gameplay normal, o máximo que pode ser encontrado é uma chuvinha leve – que altera de forma sutil a jogabilidade. O aguaceiro mesmo fica reservado exclusivamente para as disputas de drift, já que o impacto da quantidade de água influencia consideravelmente na aderência do carro. De qualquer forma, fazer curvas com bastante estilo não é uma tarefa impossível, sendo desafiador na medida certa.

A alteração climática reforça, no entanto, a sensação de que a ambientação de The Crew é meio "morta": apesar de haver algumas pessoas nas ruas e elas reagirem à forma como você pilota (desviando do carro, basicamente), uma tempestade caindo não faz qualquer diferença para elas. É como se o fato de trazer mais personalidade e vida para o jogo tivesse sido completamente ignorado. Para alguns, no entanto, isso será apenas um detalhe.

Queime borracha: drifts são desafiadores na medida certa

As arrancadas nos eventos de drag também são muito bacanas e talvez só fiquem atrás dos monster trucks por serem extremamente simples: você faz um burnout (ou "borrachão") para deixar os pneus na temperatura ideal e, a partir daí, precisa largar e trocar as marchas no tempo perfeito para fazer o menor tempo. É simples, mas surpreendentemente bacana de jogar.

Assim como acontece com os demais estilos de customização, é possível andar com seu carro de arrancada por aí, mas os pneus extremamente largos e que precisam ser aquecidos na medida certa para dar aderência podem fazer com que uma simples volta no quarteirão seja uma tarefa quase impossível, já que o carro tende a rodar com muita facilidade.

Carros modificados para drag são verdadeiros mísseis nas retas, mas fazer curvas é quase impossível

Os três novos modos cumprem bem seu papel, sendo divertidos e variados entre si. Mesmo assim, uma vez que você participa dos desafios da semana – e já tenha terminado a história principal –, resta pouco a ser feito a não ser buscar pontuações melhores até que uma nova etapa do The Summit aconteça.

Motos e melhorias que não estão restritas ao DLC

Um dos grandes méritos do The Crew que veio de carona com Wild Run, no entanto, não se limita ao novo conteúdo e está disponível para todo mundo que tem o game original. Os desenvolvedores melhoraram os gráficos e a física do jogo – e melhoraram mesmo, não foi só maquiagem –, então o único grande diferencial do novo DLC fica mesmo por conta do conteúdo extra.

Se os novos modos trouxeram os divertidíssimos monster trucks, outros veículos que deram o ar da graça são as motos. Com estilos bastante abrangentes que incluem superesportivas, nakeds, customs e MX, todas de marcas famosas, como Ducati, Kawasaki, KTM e BMW, as motocas são excelentes adições.

Motos e carros agora dividem as estradas e ruas dos Estados Unidos em The Crew: Wild Run

Ao contrário de Driveclub, é possível misturar tudo no mesmo jogo. O gameplay com as máquinas de duas rodas é satisfatório, mas, mesmo se tratando de um jogo extremamente arcade, é meio bizarro ver sua moto colidindo a mais de 200 km/h com um carro e não acontecer absolutamente nada.

Uma ótima tentativa engolida pelos erros originais

No fim das contas, Wild Run faz várias coisas bem: é um conteúdo que se soltou da tentativa pífia do The Crew em criar uma história dramática, oferece diversos eventos novos e divertidos, traz veículos novos e a possibilidade de dar um mortal duplo em um half-pipe gigante a bordo de um Fiat 500 modificado para ser um monster truck. Animal, certo?

O problema é que os defeitos do título original continuam sendo os parasitas que sugam boa parte das coisas legais do pacote: a interface permanece ruim, achar outros jogadores para participar do seu grupo continua demorando horrores, não é possível customizar os controles, e a ambientação do jogo ainda é artificial e sem vida.

É claro que o último update melhorou muito a jogabilidade, a física e o visual do game, além de trazer a bem-vinda mudança climática, mas esses não são méritos do DLC. Sendo assim, Wild Run é uma ótima aquisição se você gosta do game: os novos modos e veículos são muito legais, mas não são suficientes para salvar a experiência geral de The Crew.

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Pontos Positivos
  • Novos modos de jogo são extremamente divertidos e variados entre si
  • Adição de novos veículos – incluindo as motos – e novas opções de customização
  • Estrutura da competição online do The Summit é bem elaborada e varia semanalmente
  • Novo conteúdo sem vínculo com a história principal do jogo
Pontos Negativos
  • Problemas do The Crew original persistem, como a UI confusa e dificuldades do multiplayer
  • Depois de pouco tempo a experiência pode se tornar repetitiva se você joga sozinho