Review: smartphone LG G4 Beat

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O mercado de smartphones intermediários mais avançados, ou “intermediários premium”, é o mais lucrativo do Brasil. Por conta dessa tendência, praticamente todas as grandes marcas estão investindo no segmento. A aposta da LG para essa empreitada é o G4 Beat, que segue mais ou menos a mesma proposta do seu antecessor, o G3 Beat, e tenta trazer alguns recursos do top de linha da empresa para um público que quer economizar.

Esse modelo conta com um processador Snapdragon 615 e 1,5 GB de RAM, competindo diretamente com modelos como Moto G Turbo, Moto X Play, Galaxy J7 e ZenFone Selfie. Mas será que esse aparelho da LG consegue concorrer com esses já consagrados competidores?

Design

Esse é o aspecto que mais chama atenção no novo aparelho da LG: ele se parece muito com o G4. A tampa traseira tem aquele efeito geométrico que fica muito bonito sob a luz, as laterais são feitas em plástico — mas são bem rígidas e resistentes — e a parte da frente é praticamente igual à que vimos no top de linha da marca, só que menor.

A palavra que poderia definir o G4 Beat é essa mesmo: “menor”. Tudo nele é menor que no G4 comum. Um nome interessante para ele seria G4 mini, uma vez que esse “beat” não aparenta significar nada mesmo.

Vale acrescentar ainda que o G4 Beat é muito sólido. Nas mãos, ele transmite uma sensação boa de firmeza, algo que poucos aparelhos feitos só em plástico conseguem passar. Por isso, ele aparenta ser um smartphone mais caro do que realmente é.

Desempenho

O LG G4 Beat consegue dar conta da maior parte das tarefas cotidianas que você possa precisar realizar. Dá para usar apps de redes sociais, ler notícias, mandar mensagens e jogar games intermediários com muita tranquilidade. A maior parte dos apps roda com muita agilidade, mas, estranhamente, a interface do sistema não acompanha muito bem isso.

É notável a falta de fluidez nos efeitos e transições. Não dá para saber se isso é culpa da pesada personalização da LG sobre o Android ou se existe outro problema atrapalhando o desempenho. O fato é que usar a interface do G4 Beat é quase como usar a de um smartphone baratinho da marca, nada muito interessante.

Ademais, ele ainda fica um pouco para trás dos seus concorrentes em boa parte dos testes de benchmark. O aparelho também é estranhamente lento para carregar páginas da internet, tanto com o Google Chrome quanto com o navegador-padrão do Android. Aparelhos como o Moto X Play e o Galaxy J7 são muito mais ágeis nessa tarefa.

Benchmarks

Para a realização desta análise, submetemos o G4 Beat a cinco aplicativos de benchmark. São eles: 3D Mark (Ice Storm Unlimited), AnTuTu Benchmark 5Basemark XGFX Bench (T-Rex HD Off Screen e T-Rex HD On Screen) e Vellamo Mobile Benchmark (HTML 5 e Metal).

O modelo que recebemos para testes foi um dual-chip com conectividade 4G e 16 GB de espaço de armazenamento nativo, que permite expansão para até 128 GB com cartões micro SD.

3D Mark (Ice Storm Unlimited)

O teste Ice Storm Unlimited, do 3D Mark, é utilizado para fazer comparações diretas entre processadores e GPUs. Fatores como resolução do display podem afetar o resultado final. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

AnTuTu Benchmark 5

Um dos aplicativos de benchmark mais conceituados em sua categoria, o AnTuTu Benchmark 4 faz testes de interface, CPU, GPU e memória RAM. Os resultados são somados e geram uma pontuação final. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

Basemark X

O Basemark X tem como foco principal mensurar a qualidade gráfica dos dispositivos. Baseado na engine Unity 4, o app aplica testes de alta densidade, mostrando qual dos aparelhos se sai melhor na execução de jogos. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

GFX Bench (T-Rex HD)

O GFX Bench é voltado para mensurar a qualidade gráfica. Isso inclui itens como estabilidade de desempenho, qualidade de renderização e consumo de energia. Os resultados são revelados em média de frames por segundo (fps). Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

Vellamo Mobile Benchmark

O Vellamo Mobile Benchmark aplica dois testes no aparelho: HTML5 e Metal. No primeiro deles é avaliado o desempenho do celular no acesso direto à internet via browser. Já no teste Metal, o número final indica a performance do processador. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

Tela

A LG utilizou um display de muito boa qualidade. Estamos falando de uma tela de 5,2 polegadas com resolução Full HD (1920x1080) e 423 ppi de densidade. Isso, aliado ao IPS LCD da LG, proporciona uma boa experiência para praticamente tudo: ver vídeos, jogar, fotografar e usar o telefone no dia a dia.

Os níveis de brilho podem não ser tão interessantes para quem usa o aparelho com muita frequência sob o sol forte, mas isso não chega a incomodar de forma geral ao ar livre em condições mais amenas.

As cores fortes tendem a ganhar um tom mais frio, o que é tão agradável quanto o efeito saturado daquelas telas AMOLED e OLED. A vantagem é que esse tom frio não distorce muito a realidade. Em resumo, é uma ótima tela, especialmente para um aparelho intermediário.

Software

A LG embarca no G4 Beat o Android Lollipop 5.1.1, e não há informações sobre uma possível atualização para o Marshmallow 6.0, já disponibilizado há meses pela Google. Sobre o SO, a empresa utiliza a sua já conhecida interface, sem muitas surpresas. O design continua basicamente o mesmo que já vimos no G4 comum, mas há algumas personalizações interessantes.

Por exemplo, você pode reorganizar os botões de comando ou “botões de navegação do Android” a partir das configurações de tela. É possível mudar a ordem deles ou ainda incluir outros, como um atalho para gerenciar os dois chips SIM que ele permite usar.

Câmeras

A LG tem uma boa tradição em câmeras para smartphones, e o LG G4 Beat segue bem essa linha. No modelo brasileiro do aparelho, temos um sensor de 13 MP na parte de trás, em comparação aos 8 MP do internacional. Na frente, são 5 MP para selfies.

É possível fazer boas fotos com ambas as câmeras, mas você tem que ter um pouco de paciência para lidar com as configurações. O modo manual, principalmente para a câmera frontal, nunca consegue equilibrar a luz nos diferentes planos com muita precisão. Para resolver isso, vá tocando na tela para focar e equilibrar a exposição.

O sensor traseiro é acompanhado de flash LED e um sensor laser para focar suas fotos. Isso garante que você poderá alterar o foco de todas as imagens com muita rapidez. Em contrapartida, a velocidade de captura não é muito alta, e o app de câmera pode demorar para abrir de vez em quando.

Confira algumas amostras.

Bateria

A bateria de 2.210 mAh do G4 Beat é um tanto estranha. Ela consegue oferecer boa autonomia para uso cotidiano, mas fica devendo quando você começa a exigir mais do aparelho.

Em nossos testes, nunca conseguimos acabar com toda a carga em um dia normal, usando o dispositivo para fazer poucas ligações, mandar várias mensagens, navegar pela internet e tirar algumas fotos. À noite, ele sempre tinha pelo menos 20% de carga sobrando. Se você deixar o smartphone fora do carregador enquanto vai dormir, a carga também não desaparece completamente, uma vantagem frente a muitos aparelhos atuais.

Em contrapartida, quando submetemos o G4 Beat ao nosso teste de bateria padrão, o colocando para tocar indefinidamente um vídeo no YouTube com WiFi ligado e brilho da tela no máximo, ele só conseguiu segurar as pontas por 2 horas e 37 minutos, saindo de 100% até 0% de carga.

Essa marca é muito ruim, mesmo para um aparelho intermediário. O Galaxy J7 (3.000 mAh), por exemplo, marcou 4 horas e 10 minutos no mesmo teste. O Quantum Go, que tem uma capacidade semelhante (2.300 mAh), foi ainda melhor: 6h15. Os três modelos têm preços bem similares.

Áudio e extras

Em questão de som, o G4 Beat está bem na média. O volume máximo que alcança não é realmente muito alto, e a saída localizada na parte de trás pode ser coberta pelo usuário com muita facilidade. Na verdade, apenas segurar o smartphone da maneira mais normal possível já cobre esse espaço. Os fones de ouvido, por sua vez, são básicos.

Como extra, o G4 Beat tem rádio FM e dual-SIM. O rádio FM tem um app simples de mexer e funciona muito bem. Já o dual-SIM tem uma característica curiosa: somente o slot número 1 conta com redes 3G/4G. O slot 2 só permite ficar na rede 2G, o que pode ser um problema para quem usa duas operadoras diferentes no mesmo celular.

Vale a pena?

É possível comprar o G4 Beat por até R$ 860 em lojas online, mas isso pode variar para até R$ 1.045 dependo do site e da cor do produto. Por esse preço, você recebe um aparelho com 8 GB de armazenamento interno, o que realmente não é muito. Sabendo disso, a LG manda um cartão de 8 GB já inserido para tentar compensar. Claro que isso não adianta muito para quem quer instalar muitos jogos e apps, mas já ajuda.

Apesar de ter um hardware “ok”, o G4 Beat não consegue acompanhar muito bem concorrentes que possuem configurações parecidas. Ele é consideravelmente mais barato que modelos como Moto G Turbo, Quantum Go e Zenfone Selfie, mas é possível encontrar versões do Galaxy J7 por valores um pouco menores. Na comparação com esse dispositivo da Samsung, o G4 Beat fica devendo em alguns pontos, especialmente em desempenho.

Por isso, só vale a pena comprar o G4 Beat caso você realmente goste desse design levemente curvo e dos diversos truques de software que a LG tradicionalmente embarca em seus celulares. Se isso não lhe interessa muito, há opções mais atraentes no mercado atual.

O smartphone LG G4 Beat pode ser comprado na loja Cissa Magazine através deste link.

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