Imagem de The Walking Dead - Long Road Ahead
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The Walking Dead - Long Road Ahead

Nota do Voxel
90

Uma reflexão sobre os monstros que somos

Se um apocalipse zumbi realmente acontecesse, o que você faria? Arranjaria uma escopeta, uma jaqueta da S.T.A.R.S. e bancaria o herói? Dificilmente. Por mais que a ficção tenha nos mostrado os mortos-vivos de infinitas formas, o que realmente aconteceria caso os cadáveres começassem a se levantar seria a completa destruição da nossa noção de sociedade e daquilo que nos faz sermos humanos.

Essa é a grande sacada de uma boa história de zumbis. As possibilidades narrativas são imensas, principalmente quando a história mostra que os devoradores de cérebros nada mais são do que um simples agente externo e que os verdadeiros monstros são as próprias pessoas. É esse tipo de discussão que enriquece o tema e fez com que obras como os filmes de George Romero e os quadrinhos de Robert Kirkman conquistassem tanta gente.

Para nossa sorte, é exatamente esse mesmo clima imersivo que temos no terceiro capítulo de The Walking Dead. Os episódios anteriores já mostraram como o retorno dos mortos fez com que o mundo ao seu redor enlouquecesse, mas é em Long Road Ahead que vemos que nem mesmo nós estamos livres de nos tornarmos os monstros que tanto tememos.

Se A New Day e Starved for Help já se saíram muito bem, The Walking Dead: Long Road Ahead vai além e consegue dar uma nova profundidade ao enredo, mostrando que uma situação tão extrema quanto um apocalipse zumbi é capaz de acabar com a nossa própria humanidade. Mais do que isso, o jogo testa sua integridade a cada momento ao colocá-lo diante de um mundo cada vez mais corrompido.


Este novo capítulo é, em sua essência, aquilo que faz uma história de zumbis ser boa. Ele prende o jogador desde o início e o mantém tenso na maior parte do tempo, fazendo com que questionemos sobre nós mesmo. Isso é algo que nem mesmo os problemas conseguem ofuscar.

É aí que temos o grande mérito deste novo episódio de The Walking Dead, pois ele consegue mostrar que um bom jogo de zumbi não precisa ter cabeças explodindo, corredores escuros e coisas pulando na tela a cada momento. Long Road Ahead prova que o verdadeiro terror está naquilo que pensamos e, pior, naquilo que podemos nos tornar.

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