Imagem de Tom Clancy’s The Division
Imagem de Tom Clancy’s The Division

Tom Clancy’s The Division

Nota do Voxel
92

Quando tudo está ruindo, você pode contar com The Division

Em 2013, quando The Division foi mostrado pela primeira vez na E3, fiquei extremamente empolgado com a proposta do jogo. O que me chamou atenção não foi apenas ele ser um shooter com gráficos espetaculares ambientado no mundo moderno, mas principalmente o fato de que a história toda teve o aval de Tom Clancy – o que por si só já diz muita coisa.

Você já deve ter visto o nome dele em outros jogos, como Splinter Cell e Rainbow Six, mas poucos sabem que Clancy é um dos maiores escritores do gênero de suspense político, criando histórias pautadas fortemente em conspirações, atentados e tensões – usando como base alguns acontecimentos reais, o que faz com que você imagine que tudo aquilo realmente poderia acontecer.

Com The Division – com sua história que não foi escrita por Tom Clancy, mas foi aprovada por ele – não foi diferente. Tendo um enredo de respeito em mãos, a Ubisoft e a Massive Entertainment ficaram encarregadas de  empregá-lo da melhor forma possível. Uma tarefa nada fácil, diga-se de passagem.

A grande questão é que, depois de lançamentos expressivos relativamente mal recebidos por parte dos jogadores, como foram os casos de Watch Dogs e Assassin's Creed Unity, algumas dúvidas pairavam sobre o lançamento do The Division.

Será que, quando tudo está ruindo, você pode contar com a Divisão? A hora de descobrir é agora.

Um apocalipse possível

As principais inspirações para a história de The Division foram a operação "Dark Winter" e a chamada "Diretriz 51". A primeira foi uma simulação de um ataque bioterrorista conduzida em 2001, envolvendo a possível propagação de um vírus altamente contagioso com o objetivo de avaliar a capacidade do governo em agir frente a uma emergência.

A diretriz, por sua vez, foi aprovada em 2007 e lista alguns procedimentos específicos para a continuidade do exercício dos órgãos governamentais no caso de uma catástrofe em escala nacional. Una os dois ingredientes e você terá um terreno fértil, no qual The Division foi cultivado.

No jogo, uma nota contendo o vírus mutado da varíola passa a circular de forma incessante durante a Black Friday, infectando as pessoas e transformando todas elas em potenciais propagadoras de uma doença que pegou os médicos de surpresa.

No primeiro dia, a epidemia faz os hospitais lotarem de forma rápida e o pânico toma conta da população. Sem conseguir contornar a situação de forma controlada, o Governo cria áreas de quarentena em Manhattan e passa também a racionar os recursos para tentar desacelerar a crise. O transporte é interrompido no terceiro dia para evitar a disseminação do vírus – e isso faz com que o comércio internacional sofra as consequências.

O petróleo, um dos principais recursos utilizados, para de circular, e o mercado financeiro entra em colapso com o fechamento de Nova York. No quarto dia é a vez de as companhias de energia e água pararem de funcionar, o que motiva os milhares de sobreviventes a correrem para estocar o máximo de comida e água possível. Não demora muito até que as pessoas comecem a sentir fome, e o desespero toma conta.

Serviços básicos falham, o complexo penitenciário da Ilha Rikers, no Bronx, é tomado pelos detentos, que vão em direção a Manhattan para se aproveitar da desordem e instaurar o caos.

A polícia e o exército têm dificuldade em controlar a situação e não há profissionais suficientes para tratar os doentes, enquanto uma cura parece longe de aparecer. Os policiais ficam por conta própria quando os militarem decidem evacuar e é assim que Nova York se vê abandonada – é o colapso completo da sociedade.

Graças à Diretriz 51 – pelo menos a parte confidencial do documento que nunca foi revelada ao público –, existe uma unidade desvinculada do Governo que tem autoridade para agir nesse tipo de situação, com o objetivo de restabelecer a ordem e ajudar a reconstruir as estruturas sociais básicas: a Divisão (ou Division, como é chamada no game).

Ela é composta por agentes infiltrados que, depois de treinados, levam uma vida civil normal e só são acionados quando tudo está perdido. A grande sacada da história é criar um cenário de apocalipse zumbi, só que sem as famigeradas criaturas.

"Os verdadeiros monstros são os próprios humanos e suas ações extremas enquanto tentam sobreviver ou se aproveitar da situação instável"

Não tem como terceirizar a culpa: os verdadeiros monstros são os próprios humanos e suas ações extremas enquanto tentam sobreviver ou se aproveitar da situação instável.

Tudo fica ainda mais escancarado com a vasta coleção de materiais extras que podem ser descobertos no mapa e que dão uma ideia precisa de como tudo se desenrolou e como as coisas ainda acontecem: são ligações, relatórios oficiais, imagens de drones, câmeras de segurança e diversos outros documentos que contam a história de como tudo estava antes de você chegar.

É justamente o flerte com a realidade, o apocalipse possível, com lugares, reações e situações reais, que torna a história de The Division tão imersiva.

O ambiente certo

A Massive conseguiu acertar a mão na ambientação do game – é impossível não ficar impressionado com a forma como Nova York foi recriada. O lixo acumulado formando pilhas enormes nas ruas, prédios em quarentena isolados, pessoas vagando pelas ruas em busca de comida: tudo isso faz com que você entre de cabeça no cenário desolador pós-pandemia, que é riquíssimo em detalhes.

No papel do agente, você faz parte da segunda leva da Division, que é acionada para restabelecer a ordem e entra em ação depois que algum tempo já se passou desde que tudo deu errado – e é exatamente isso o que você percebe: uma Nova York abandonada às pressas e caindo aos pedaços.

Em uma das missões, você entra em uma obra inacabada que faz parte do sistema de metrô da cidade e que passou a ser usada como uma imensa vala comum onde os corpos dos mortos foram jogados.

Está tudo lá: os sacos amarelos sendo incinerados em uma parte e empilhados aos milhares em outra, caixões com as bandeiras dos Estados Unidos ficam em outra área, indicando a morte de militares, além das imensas lonas de isolamento e com indicações de risco de contaminação.

Não há uma ausência gritante ou um exagero enorme caso a pandemia realmente acontecesse – e a qualidade gráfica tem uma grande contribuição nisso.

Ok, precisamos falar sobre os gráficos...

Ah, os gráficos... É perfeitamente entendível que você como consumidor tenha ficado chateado com o downgrade significativo que The Division recebeu desde a sua apresentação na E3 2013.

Sim, ele aconteceu, não há como negar – mas, acredite: o jogo ainda está belíssimo e isso não é um exagero, principalmente no PC, que conta com algumas melhorias leves em relação aos consoles. Entre o PS4 e o Xbox One, não existe nenhuma diferença gritante de performance ou qualidade.

Aqui na redação, enquanto eu jogava mais para fazer a análise, foi natural que a galera parasse para conferir o que estava rolando, e uma das discussões envolveu o visual do game. Todos concordaram que ele é bonito, mas também tivemos a mesma sensação de que ele poderia ser ainda mais, de alguma forma.

O que acaba sendo mais evidente é a questão dos reflexos: The Division sofre com o mesmo problema que Watch Dogs, com janelas que não têm reflexos reais e imagens texturizadas que não condizem com a realidade.

A dimensão do mapa e a densidade do ambiente poderiam ser explicações perfeitas e talvez até justifiquem a ausência, mas, ainda assim, os mais críticos podem se apegar a isso.

O game sofre também com ocasionais quedas leves de frames quando muitos elementos estão presentes na tela, como uma grande quantidade de partículas e efeitos de iluminação ao mesmo tempo.

Além disso, ocasionalmente algumas texturas demoraram uns poucos segundos para carregar, nada que impactasse significativamente a jogatina. O aspecto geral e a atenção aos detalhes, no entanto, impressionam bastante.

Os mesmos efeitos de iluminação volumétrica e densidade de partículas estão muito bem-feitos graças à engine Snowdrop, que é a responsável pela destruição procedural de objetos e pelas mudanças climáticas que acontecem no cenário.

É muito bacana sair durante uma tempestade de neve ou tentar explorar Manhattan coberta por uma neblina densa, e a vista do sol se pondo entre os prédios é impressionante.

No final das contas, ficou claro que os gráficos tiveram de ser ajustados, sim, e isso poderia ser preocupante se considerássemos alguns outros exemplos e pode ser revoltante no contexto geral da indústria de games, mas, se você está em dúvida, fique despreocupado: The Division está bonito pra caramba.

Um RPG com mecânica de shooter e pegada de survival

Certo, The Division tem uma história densa e uma ótima qualidade gráfica, mas como funciona? A explicação mais fácil é: ele tem a estrutura de um RPG, a mecânica de um shooter em terceira pessoa e alguns elementos de survival.

Achou complicado? Não se preocupe e nem se assuste, é extremamente simples. Explico: a principal estrutura do gameplay é de RPG. Seu personagem conta com equipamentos que influenciam em três atributos principais, que são DPS (Dano Por Segundo), quantidade de vida e potência de habilidade.

São eles que servem de base para você escolher seu estilo de jogo: um tank, com muita resistência e pouco dano; um "glass cannon", extremamente mortal, mas igualmente frágil; ou ainda um suporte, com habilidades que podem salvar a vida de seus companheiros – falo sobre a experiência multiplayer logo mais.

Além dos stats dos equipamentos, é possível aplicar atributos bônus aos itens e mudar a aparência do seu personagem com diversos itens visuais. As armas também podem ser modificadas e são fortemente influenciadas de acordo com os acessórios que você usa, podendo ficar mais estáveis, mais rápidas e mais precisas.

São as estatísticas que determinam também quanto dano você vai dar em um inimigo e o quão rápido ele vai morrer. Um aspecto importante é que cada região do imenso mapa contém um indicativo do nível dos inimigos que você pode encontrar para comparar com o seu personagem.

A cada tiro que seus oponentes recebem, um número com a quantidade de dano aparece ao lado de suas cabeças. É como se você trocasse os arco e flechas, magias e espadas dos jogos mais comuns do gênero por metralhadoras, pistolas e granadas.

É aqui que o RPG também tem uma influência grande, e muita gente estranhou: você geralmente não mata os inimigos com apenas um tiro na cabeça ou uma explosão de granada. Na verdade, alguns demandam mais e mais pentes de bala até cederem, mas, de novo, isso acontece porque estamos falando de um RPG.

O nível máximo para o seu personagem é 30, que naturalmente é alcançado à medida que você acumula experiência ao completar as missões, derrotar inimigos e coletar itens colecionáveis, como celulares, relatórios e imagens de sistemas de segurança.

Você deve escolher entre duas habilidades ativas, que vão desde bombas adesivas até buffs em área e que fazem uma grande diferença durante os confrontos. São 12 habilidades divididas em três categorias: médica, tecnológica e proteção.

Além disso, você pode selecionar até quatro talentos que agem de forma passiva no gameplay, assim como as vantagens que vão sendo desbloqueadas à medida que você evolui com sua base de operações.

Tudo isso funciona com as mecânicas básicas de um shooter em terceira pessoa do estilo "cover based", que incentiva o uso de cobertura durante a troca de tiros. Você mira e atira normalmente, tendo que lidar com um recuo considerável das armas, o que faz com que jogar The Division seja extremamente simples, mas isso não significa que seja exatamente fácil.

O sistema de cobertura é extremamente fácil de usar: basta se aproximar de uma parede e logo uma parte dela brilha para que você tenha mais visibilidade de onde vai encostar. Trocar de lugares é ainda mais simples, bastando mirar para o local desejado e segurar um botão até a transição se completar.

Por fim, entram alguns elementos de jogos survival multiplayer, como H1Z1 e Day Z, vistos na parte da Dark Zone – ou Zona Cega, na versão em português –, a área que possibilita a ação entre jogadores (PvP).

É lá que as interações humanas têm um papel extremamente importante e fazem com que The Division passe duas sensações bem distintas entre o que é jogar a campanha e o que é entrar na Dark Zone.

O agente é o lobo do próprio agente – mas nem sempre

A campanha de The Division conta com mais de 20 missões e pode ser jogada em um grupo com até quatro jogadores, sendo uma experiência puramente cooperativa – enquanto é perfeitamente possível fazer tudo sozinho, é certo que tudo fica significativamente mais gratificante quando se joga com mais alguém.

Não tem amigos? Sem problemas: o game conta um sistema de matchmaking eficiente e descomplicado, quer permite que você entre em algum grupo que está sendo formado ou convide jogadores aleatórios para entrar no seu jogo.

Isso pode ser feito em determinadas áreas que funcionam como "social hubs" e permitem a interação entre players especificamente com a finalidade social – como nas citadelas do Destiny.

O mapa é extenso e conta com outras atividades, como encontros e missões secundárias. Existe uma área, no entanto, em que a dinâmica do jogo muda um pouquinho: a chamada Dark Zone. Ao entrar nela, você passa a dividir o espaço com vários outros jogadores que podem, ou não, te atacar – o famoso PvP.

A recíproca é verdadeira, e cabe a você decidir se é prudente ou não atacar os outros. Caso opte por instaurar o caos, a consequência é que você ativa temporariamente o chamado "Protocolo Rogue", que te marca no mapa de todos os jogadores na Dark Zone e dá recompensas caso você seja abatido.

Quanto mais bagunça você fizer, maior fica o seu nível Rogue e maior é o prêmio pela sua cabeça ou pela de outros agentes na mesma situação. Caso você consiga sobreviver à caça, é você que é recompensado. O progresso lá dentro também é separado do que acontece do lado de fora: seu nível de personagem é diferente do seu nível da Dark Zone.

Não existem, no entanto, somente jogadores por lá dentro: diversos grupos de inimigos protegem os locais que contêm as chamadas "Caixas da Dark Zone". Então você pode simplesmente entrar lá para explorar e usar a área como uma extensão de sua experiência da campanha – desde que não seja morto por outros agentes, é claro.

Qual é o incentivo para virar Rogue, então? Os melhores itens estão na Dark Zone, e, quando você os coleta, não pode simplesmente sair usando. Por se tratar de uma área de quarentena, onde o vírus teve uma incidência maior, é preciso extrair o que você pegou para usar posteriormente – um processo que leva agonizantes 90 segundos e é anunciado para todos os presentes na sessão.

Caso você não faça essa extração, uma pequena bolsa amarela, visível para todos, alerta que seu personagem está carregando algo que pode ser muito valioso. O conteúdo dessa bolsa é perdido caso você morra – então é só fazer a matemática e entender o porquê de alguém querer virar rogue.

Não é sempre que isso acontece, no entanto: já passei por situações em que, jogando sozinho, um grupo me protegeu de um bando de rogues que estavam tentando me saquear enquanto eu tentava armar uma extração.

Essa tensão de não saber em quem confiar é que faz com que jogar na Dark Zone seja algo completamente à parte da campanha principal. Você tem que estar atento, planejar suas ações de extração e fazer o possível para proteger itens que podem ajudar bastante na sua evolução no game.

A dualidade entre ser bonzinho ou optar ser um rogue faz com que as interações humanas em The Division tenham um papel fundamental na experiência multiplayer e na percepção dos jogadores. É algo que pode ser extremamente frustrante, mas extremamente viciante e recompensador ao mesmo tempo.

Vida útil prolongada

Uma das principais preocupações que eu tive ao participar dos testes Alpha e Beta do The Division foi com relação à extensão do conteúdo: a história é ótima, os gráficos são bons, a jogabilidade é bacana e a estrutura do jogo é muito robusta – seria uma pena se tudo isso durasse pouco.

Não parece ser a questão: com quase 14 horas de jogo – sendo uma delas na Dark Zone –, consegui completar apenas dois dos 15 distritos de Manhattan que compreendem a área da campanha. Por completar entenda-se fazer as missões principais, secundárias e todos os encontros aleatórios, sem ir atrás de colecionáveis.

Para melhorar, a Ubisoft divulgou um vídeo com todo o planejamento de conteúdo para o primeiro ano de vida do The Division, contemplando conteúdos grátis e DLCs que prometem novos modos de jogo, mais material e mais equipamentos ao longo do período.

Um silêncio ensurdecedor na maior parte do tempo

A parte sonora do game não fica para trás dos outros aspectos. A dublagem está excelente e os diálogos são de altíssima qualidade, usando um linguajar bem convincente e sem economizar ou adaptar palavrões, tornando os personagens bastante carismáticos. O curioso é que em momento algum o seu personagem abre a boca para proferir qualquer palavra, assim como acontece em GTA Online, por exemplo.

O trabalho de áudio em português também ficou muito bom, com traduções bastante pertinentes, principalmente no programa de rádio que eventualmente você acaba ouvindo.

Alguns diálogos podem soar repetitivos depois de um tempo, principalmente os que são proferidos pelos civis nas ruas ou pelos inimigos durante encontros ocasionais em suas andanças por aí – e, acredite, você vai andar bastante.

A trilha sonora, apesar de não ser ruim, se destaca pouco por aparecer somente em momentos mais específicos das missões – durante a exploração do mapa, o ambiente é composto apenas pelos sons do que restou de Nova York.

Esses efeitos, inclusive, podem ser ouvidos quando você se aproxima da Dark Zone: do lado de fora é possível ouvir tiros, explosões e a intensa movimentação do helicóptero de extração.

Completo? Sim, mas jamais imune a falhas

Aquela sensação de "jogo incompleto" que causou uma grande frustração nos jogadores em títulos anteriores parece não ser um problema em The Division. Isso não significa, no entanto, que o jogo não tenha um ou outro ponto que merecia um pouco mais de atenção.

Além do já citado reflexo "de mentirinha" nos vidros dos edifícios, a parte visual falha um pouco na falta de variedade nos modelos de personagens dos NPCs. Seu ponto de contato no Camp Hudson, a primeira área do jogo, e na base de operações são exatamente a mesma pessoa, apenas com vozes diferentes – o que é estranho pra caramba.

A mesma coisa acontece com os inimigos: apesar de existirem quatro facções diferentes – os rioters ("baderneiros"), rikers ("prisioneiros"), cleaners e soldados do LMB –, as variantes são basicamente as mesmas.

Essa "mesmice" no visual contribui para que a experiência passe a sensação de repetitividade depois de um tempo. Isso acontece também porque a estrutura das missões é bastante linear: chegar a um determinado ponto, derrotar os inimigos e ir embora.

São poucas vezes que alguma ação diferente é necessária, com puzzles ou alguma coisa um pouco mais elaborada, mas não chega a ser cansativo e oneroso, principalmente jogando com mais alguém. Além disso, com as eventuais visitas à Dark Zone e a chegada de novos modos nos próximos meses, é possível que os jogadores nem tenham essa sensação.

Apesar de a IA funcionar muito bem na maior parte das vezes, com inimigos agindo de forma ativa e reativa dependendo da situação, em alguns momentos ela apresenta comportamentos erráticos, como se seus oponentes não soubessem o que estão fazendo e ficassem simplesmente correndo pelo mapa – é raro, mas acontece.

Virando o jogo?

The Division é um título que demonstrou que a Ubisoft adotou uma abordagem certeira: ele foi postergado, passou por testes extensivos juntos à comunidade – foram um Alpha e dois Betas –, tudo para garantir que fosse um lançamento de qualidade e capaz de fazer jus à hype criada.

Claro que algumas escorregadas sempre acontecem: o downgrade gráfico acabou sendo o mais evidente deles e mesmo assim o jogo apresenta um visual muito bom, além de o restante do conjunto fazer seu papel e compensar muito bem essa parte.

Não existe aquela sensação de jogo inacabado entregue às pressas e cheio de bugs. Até mesmo os casos de instabilidade nos servidores não foram críticos a ponto de manchar o lançamento.

O jogo fez por merecer a posição como um dos títulos mais expressivos de 2016. O que se tem é um produto completo e robusto, com uma história densa, uma ambientação excepcional, uma qualidade gráfica excelente, uma proposta relativamente inovadora para o gênero e uma experiência multiplayer fantástica.

No fim das contas, The Division conseguiu, sim, salvar-se – e muito bem – de um desastre.

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Pontos Positivos
  • Uma história que traz uma abordagem diferente para o tema "pós-apocalíptico"
  • A recriação da Nova York pós-pandemia criou uma ambientação bastante imersiva
  • Gráficos bem polidos e rico em detalhes
  • Estrutura e mecânicas de jogo robustas mesclam RPG com shooter e mais elementos de survival
  • Acessível e simples de jogar, mas sem ser excessivamente fácil
  • Ampla possibilidade de customização de personagens
  • Experiência multiplayer excelente, principalmente na parte da Dark Zone
  • Inimigos agem de forma ativa, tentando te flanquear e forçando você a se movimentar
Pontos Negativos
  • Reflexos "de mentirinha" são a pedra no sapato da parte gráfica
  • Eventuais pop-ups de textura
  • IA se comporta de forma bizarra às vezes
  • Experiência linear pode se tornar cansativa, apesar da boa quantidade de conteúdo inicial