Imagem de Velvet Assassin
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Velvet Assassin

Nota do Voxel
69

A Segunda Guerra Mundial está nas sombras... Literalmente.

Desta vez, não cabe ao jogador empregar duas ou três armas, vestir a farda de militar e partir diretamente para a guerra em perspectiva de primeira pessoa. Não senhor: o assunto aqui é furtividade, mesmo em plena Segunda Guerra Mundial. Os desenvolvedores da Replay Studios relembraram uma heroína britânica da guerra chamada Violette Szabo e resolveram criar um game com base nisso.

De modo semelhante a grandes franquias como Hitman ou Metal Gear Solid, o jogador deve mergulhar nas sombras e na discrição para eliminar, pouco a pouco, os soldados adversários. Sim, os nazistas são os inimigos, mas nada de causar o caos abertamente. Violette Summer (nome da assassina no game) é capaz de desestabilizar as bases adversárias de forma silenciosa com muitas, mas muitas mortes.


Contexto interessante

Ficou claro que Velvet Assassin foi distribuído com a falta de um polimento geral. Ainda assim, o núcleo central do jogo permaneceu sólido: a atmosfera de guerra. Prestando atenção nos fatos que rondam a personagem principal, o jogador percebe que a Segunda Guerra Mundial foi muito mais que troca de tiros entre certos países. Foi uma época de medo e terror.

A brutalidade do evento que marcou a humanidade aparece fortemente em alguns momentos. Pouco a pouco, a terra devastada relembra a injustiça de muitos acontecimentos dentro da Segunda Guerra Mundial e dá motivo de sobra para que o jogador possa fatiar os inimigos de forma através da protagonista principal.

Summer, Violette Summer Violette Summer é uma assassina britânica que foi enviada para causar estrago no exército alemão. Logo de início, o jogador percebe que a heroína se deu mal em uma das missões, pois ela aparece em um hospital. A morfina rola solta e faz com que a assassina relembre empreitadas realizadas no passado. É aí que o gamer começa a aprender a jogabilidade de Velvet Assassin: através dos "flashbacks" de Violette.

É claro que, dentre as cenas passadas, ocorrem vislumbres rápidos do presente (a assassina deitada molemente em seu leito hospitalar), no qual dois soldados aliados discutem o destino da mulher. Em seu "delírio", Violette começa a questionar suas ações, realçando o realismo transmitido pela forte atmosfera do jogo.

Enfim, a trama é revelada pausadamente. Durante o progresso nas missões, o gamer descobre cada vez mais sobre a trajetória da misteriosa protagonista. Só que, considerando o elevado nível de desafio que o título distribuído pela SouthPeak Games oferece, a lentidão do desenrolar da história pode apenas colaborar para que o jogo seja extremamente... "Enrolado".

Diferentes formas de espalhar a morte

Vários objetivos preenchem as 12 missões existentes em Velvet Assassin. Todos, é claro, consistem em prejudicar as forças alemãs de alguma forma. Seja através de assassinatos de pessoas importantes ou pela destruição de pontos estratégicos, a finalidade é atrapalhar os inimigos.


Obviamente, os cenários são inundados com escuridão e objetos convenientemente posicionados para que Violette possa trabalhar com flexibilidade. Se esconda nas sombras, avance cuidadosamente por trás de um inimigo e, ao pressionar o botão de ataque, você terá a oportunidade de contemplar uma pequena animação de execução brutal, seja com faca, coronha da arma ou outra arma.

Paciência e perseverança são qualidades que o jogador deve possuir — e muito — para avançar com sucesso. É claro que, para quem consegue mergulhar fundo na atmosfera do jogo, a tensão vem com tudo e auxilia na observação de situações de perigo. Muitos minutos são gastos para a superação de obstáculos inicialmente encarados como simples.

De modo geral, os níveis são completamente lineares, apesar de possuírem pequenos bônus (itens escondidos e conquistas). Os desenvolvedores colocaram todo o desafio do game na seguinte meta: analisar pacientemente os inimigos e descobrir a maneira mais eficiente — e silenciosa, se possível — de eliminá-los um a um.

Nada como uma lâmina para assassinatos discretos Bem, para diversificar um pouco a ação do jogo, foram criadas formas alternativas de assassinato. Além da faca afiada de Violette, há os seguintes instrumentos que podem ser utilizados pela personagem: arma de fogo (exemplo: pistola com silenciador, é claro), gás tóxico (há vários barris espalhados em alguns ambientes), granadas (puxe o pino de um soldado e "bum") e eletricidade (poços de água no chão servem como meio condutor).

Só que, inevitavelmente, o gamer acaba contando com um elemento fundamental para a superação dos desafios mais apavorantes: morfina. Ao injetar morfina em Violette, o jogador faz com que a personagem entre em um estado "alternativo", como se a personagem misturasse sonho e realidade. Nesse estado, um curto período de tempo permite que o gamer escolha cuidadosamente qual vítima eliminar sem tomar qualquer dano. Mas o uso da morfina é muito restrito, portanto não há como contar com essa "garantia de sucesso" a todo o momento.

Quanto à pistola, bem, pode-se dizer que não há diversão. Pouca munição, um esquema de mira pobre e o simples fato de que o jogo foi feito para os assassinatos furtivos fazem com que a arma de fogo seja um último recurso durante as missões. O realismo não está presente quando o assunto é atirar com uma arma de fogo. Portanto, de volta à faca.

A inquietante falta de polimento

De modo geral, Velvet Assassin é interessante... Mas apenas para os fãs de guerra e ação furtiva. Há uma série de falhas técnicas no game que obscurecem alguns prós (como assobiar para atrair inimigos e evitar andar sobre pedaços quebrados de vidro para não fazer barulho).

Com a morfina, a dor acaba

Enquanto o visual gráfico, como um todo, é aprazível, a falta de preocupação dos desenvolvedores com certos aspectos físicos é um tanto decepcionante. Não é difícil encontrar corpos atravessando objetos e observar movimentações extremamente artificiais dos personagens. Bem, é aí que podemos observar outro ponto ruim do jogo: inteligência artificial.

A IA dos inimigos é horrível. Os soldados nazistas fazem rondas previsíveis, constantes e nada convincentes. Mais uma vez, vale reforçar que a personificação dos protagonistas é interessante — o diálogo auxilia nisso — e que todos eles possuem um papel fundamental na trama, mas, na hora da ação, o realismo vira piada. E isso, por mais absurdo que seja, não prejudica o nível de desafio proposto pelo game. Desafio que, aliás, pode ser exaustivamente complicado para certos gamers.

Na jogabilidade, as falhas vão um pouco além dos erros apresentados pela ação com o uso de armas de fogo. A faca, por exemplo, só pode ser utilizada de forma furtiva, sendo que, se algum inimigo surpreender Violette, não há o que fazer. Corra e se esconda, pois parece que a personagem fica assustada demais para utilizar qualquer objeto — que não seja a morfina — ao ser descoberta.


Velvet Assassin é recomendado para quem quer descobrir um pouco mais sobre a face obscura e sinistra da Segunda Guerra Mundial. Como um jogo de ação furtiva, há defeitos que facilmente causam a decepção e o desprezo.
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