Imagem de Wanted: Weapons of Fate
Imagem de Wanted: Weapons of Fate

Wanted: Weapons of Fate

Nota do Voxel
71

O Procurado continua em busca de vingança.

E se ninguém te dissesse que balas voam reto? Aqueles que viram Wanted, do ano passado, certamente reconhecerão a expressão. Estrelado por James McAvoy, Angelina Jolie e Morgan Freeman, o filme segue a trajetória de um zé-ninguém com uma vida medíocre, que descobre possuir um dom especial devido a sua ascendência – seu pai fazia parte de uma seita de assassinos.

Para aqueles que não o viram, vale a pena alugar para dar uma conferida, senão o game não fará sentido algum. O filme é um daqueles títulos hollywoodianos totalmente absurdos, mas é bem divertido se não for assistido com uma expectativa de realismo. Além disso, Angelina Jolie faz parte do elenco, então...


Weapons of Fate é baseado no filme e conta a história que se desenrola logo após o fim deste. Com a fraternidade de Chicago destruída e seu treinamento completo, Wesley agora busca descobrir a verdade a respeito de seu passado – e punir os responsáveis da maneira como aprendeu: na bala.

Balas em curva

Tempos após os acontecimentos da telona, Wesley está em casa quando dois homens procuram algo em um porta-retrato com a foto de sua mãe. A partir daí, uma sequência de eventos – impulsionados também por pesadelos do protagonista – o leva através de uma trama que explica seu passado.

É possível usar pessoas como escudo humano!

O jogo é ambientado no presente, com Wesley atravessando inúmeros cenários por todo o mundo, atrás do assassino de sua progenitora. No entanto, o jogador irá presenciar diversos níveis em flashback, através do pai de Wesley, Cross. Isto permite atravessar cenários ainda mais diversificados, devido à diferença de época.

Alguns tutoriais durante os primeiros níveis ajudam o jogador a se familiarizar com as dinâmicas do game. Isto inclui o tiro em curva e o “bullet time” em câmera lenta. Estes recursos são ativados através de um sistema de adrenalina, representado por balas no canto superior direito da tela. Ao matar um inimigo, o protagonista ganha um crédito que permite utilizar seus poderes especiais.
Pode correr mas não pode se esconder... mesmo!
Aliás, estas balas em curva que são o ponto de venda da franquia (tanto do filme quanto do jogo) foram muito bem realizadas. É bem fácil utilizar o sistema e ele é bastante satisfatório, especialmente quando tal bala é a que mata o inimigo, o que faz a câmera acompanhar sua trajetória em câmera lenta até explodir a cabeça do adversário.

A jogabilidade é o ponto forte deste título, pois os controles são extremamente intuitivos e respondem muito bem aos comandos do jogador. O sistema de cobertura é utilizado amplamente, e quase todos os recursos especiais são ativados através dele. Muito bem realizado, ele não desperdiça tempo com animações demoradas, focando em uma jogabilidade rápida e ágil, que proporciona uma ação constante.

Falando em sistema de cobertura, logo no início do game você será introduzido a uma característica interessante. Ao atirar às cegas para fazer os inimigos se esconderem, você ativa um modo em que é possível deslizar de esconderijo a esconderijo de forma sutil e faz com que os inimigos não o vejam se movimentando.
Além de tudo é estiloso!
Isto é bastante útil, podendo ser utilizado até mesmo contra alguns chefes de nível, pois os oponentes continuarão a pensar que você está em um determinado lugar, atirando ali. Desta forma, você pode ir para trás deles e atirar em pontos fracos que não estejam protegidos por escudos ou outras formas de cobertura.

O lado ruim é que todos estes recursos são utilizados independentemente, e realmente poderia ter sido feito um esforço para combiná-los. Por exemplo, ao pular em câmera lenta para acertar inimigos, gostaríamos de poder usar as balas em curva. Mas não há nada nesse sentido, o que torna as coisas bastante monótonas após um tempo.

Cenários diferenciados, mas repetitivos

Através do game, o jogador irá passar por diversos cenários interessantes – e familiares, caso se lembrem do filme – incluindo um avião caindo. Em alguns deles haverá uma sessão de jogabilidade “em trilhos”, onde controlará apenas os tiros, enquanto o movimento do personagem será automático.

Em outros, assumirá o controle de um rifle sniper ou de uma metralhadora pesada, com o objetivo de acertar os inimigos que constantemente aparecem para serem dizimados – e que nestes níveis parecem ser mais espertos e acertá-los com mais frequência, sendo que alguns poucos tiros são suficientes para matá-lo.

Você percorrerá cenários familiares...
   
O problema todo de Wanted, no entanto, emana da facilidade do jogo – a inteligência artificial é péssima, está mais para burrice artificial – e da repetitividade dos níveis. Não há nenhum objetivo especial ou adjacente, você sempre deve liquidar dezenas de inimigos burros como uma porta até chegar ao final do cenário.

Em algumas ocasiões, isto chega a pontos ridículos. Durante nossos testes, em determinados momentos um oponente que não vimos ficou dois metros atrás do protagonista, enquanto estávamos de costas para ele, e não acertou um tiro sequer por mais de um minuto.

Em outro momento marcante,a chefe chamada de Araña utiliza rapel através de algumas janelas para atirar em nosso herói. No entanto, a sequência utilizada por ela é sempre a mesma, na mesma ordem. Existem três janelas e cada hora ela desce por uma, ordenadamente, tornando sua execução absurdamente fácil.

Se chegar perto demais, vai na faca!

Ainda neste encontro, reparamos nos inimigos totalmente desnecessários que aparecem somente para que você encha suas cargas de adrenalina, para utilizá-las contra a chefe. Este sistema definitivamente poderia ter sido feito de forma mais sutil para tornar a experiência toda mais fluida e imersiva.
    
Apresentação mediana

No que diz respeito aos visuais e à trilha sonora, o game definitivamente não está à altura do filme. Nominado a dois Oscars em quesitos relacionados a som, a película está anos-luz à frente de sua adaptação para os jogos eletrônicos.

Os gráficos, apesar de bons no geral e para os cenários – especialmente com os elementos de física dos objetos e sua destrutibilidade – além de recriar bem os personagens do filme, são medíocres em outros quesitos, como a taxa de frames por segundo, iluminação e as manchas de sangue que aparecem, que chegam a incomodar algumas vezes.


Os sons, fora o das balas, são passáveis. A trilha sonora parece indicar exatamente quando começa e quando termina a ação, pois aumenta o ritmo quando inimigos aparecem e some completamente quando o último deles é eliminado. Ao menos são músicas semelhantes às ouvidas na telona.
Existem diversos elementos que podem ser destravados no jogo: entre eles, as maiores modificações são modelos diferentes que podem ser utilizados no lugar de Wesley e Cross. No entanto, eles não acrescentam nada, nenhum tipo de habilidade diferenciada, o que os torna um tanto quanto descartáveis.

Diversão às custas de realismo, como Wheelman

O jogo lembrou bastante outro que testamos algum tempo atrás, The Wheelman. Não em termos de jogabilidade ou de estilo, mas de conceito – o game sacrifica o realismo em favor de diversão. O problema é que ela dura pouco e não toca em nada de novo no mundo dos games.

Ou seja, Wanted: Weapons of Fate é um bom shooter, e se você gostou do filme certamente irá apreciá-lo. Mas isso não significa que é um excelente jogo, obrigatório na sua coleção. Na verdade, está longe disso. Em termos de recomendação, o ideal para um game destes é alugá-lo para percorrê-lo inteiro em algumas poucas horas – o que é bem possível – e em seguida devolvê-lo, tratando a experiência toda como uma continuação do filme.
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