Imagem de WET
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WET

Nota do Voxel
77

Um jogo intenso e repleto de clichês do cinema diverte até seu limite.

Atualmente, parecemos viver em um período de ode ao grindhouse, famoso gênero de cinema caracterizado pelo baixo custo e por ser predominantemente brutal, com forte sensualidade e chocante. Na década de 1990, as poucas casas que exibiam estes filmes fecharam, e o gênero foi praticamente extinto.

Entretanto, graças às mentes de Robert Rodriguez e Quentin Tarantino, o cinema viu novamente o grindhouse encharcando as telas com sangue na chegada dos filmes Planeta Terror e À Prova de Morte. Nos games, talvez o exemplo mais notável da atual geração seja House of the Dead: Overkill, lançado para Nintendo Wii.

Felizmente, WET, lançado para PlayStation 3 e Xbox 360, segue a mesma linha. Neste jogo, a ação é intensa, assim como as doses de humor regadas por sarcasmo e, é claro, muito sangue. A brutalidade retratada de maneira cinematográfica é um das grandes características de WET, mas será que isto é o suficiente?

Sem dúvidas, a Bethesda Softworks percebeu que o jogo conta com muito potencial. Afinal, diversos atores renomados, como a bela Eliza Dushku, o famoso Alan Cumming e Malcom McDowell, demonstram seu trabalho no título, que é extremamente focado na apresentação. Mas, jogos são para se jogar, não é mesmo? E é aí que WET escorrega um pouco.


A dolorosa vingança

No jogo, você encarna a protagonista Rubi Malone, uma espécie de mercenária que mora em um ferro velho. Rubi é contratada para realizar um determinado serviço sangrento e, após cumprir seu objetivo, é traída. Obviamente, como toda mercenária que se preze, Rubi quer vingança. E fará de tudo para conseguir o que deseja.

O bacana do game é que tudo é apresentado de maneira cinematográfica, com introdução a cada personagem, ângulos típicos das telonas e até mesmo filtros para simular os rolos de cinema. A Artificial Mind and Movemente certamente se esforçou no quesito direção de arte.

Pancadaria do começo ao fim Logo no início, você pode até ficar meio em relação a história, pois o game começa de maneira súbita. Entretanto, com o desenrolar da trama, tudo vai se encaixando, e WET demonstra que contem uma história típica dos filmes B e também dos Grindhouse. Sendo assim, fica difícil julgar se ela é boa, pois este gênero também é conhecido pelos seus clichês e pela trama mediana. O que importa é que a desenvolvedora conseguiu retratar de maneira convincente o gênero, e merece ser elogiada por isso.

Direto

Quanto à jogabilidade, WET é um jogo que conta com uma ação que é intensa e lenta ao mesmo tempo. Como? Bem, os conflitos são brutais: você enfrentará dezenas de inimigos ao mesmo tempo e qualquer erro pode ser fatal. Entretanto, o ritmo muda quando você começa a atacar. Rubi adora o efeito “câmera lenta” e também as acrobacias, que são abundantes no jogo.

Infelizmente, no geral, WET acaba se tornando um game com muitas repetições, pouca variedade na jogabilidade e com alguns problemas técnicos que podem denegrir a experiência. Mas, por outro lado, a diversão impera, principalmente para aqueles que só desejam atirar freneticamente e presenciar muito sangue na tela.

Sangue no rosto e na tela

Falando em tela, os visuais de WET talvez seja um dos maiores problemas do game. Mesmo com um conceito estonteante, tecnicamente o jogo não convence, e conta com uma aparência ultrapassada e sem qualquer detalhe que cause regozijos. Modelos mal feitos, texturas simples e nada demais.

Para compensar, há uma trilha sonora simplesmente excelente. Além das faixas compostas especialmente para o jogo, existem também músicas de diversas bandas que conseguem se encaixar perfeitamente à ambientação do game. Espere por uma mistura de punk, com hardcore, rock ‘n roll, metalcore e músicas ágeis em geral.

Aprovado

O que gostamos

Isso que eu chamo de estilo

WET é um dos jogos mais “estilosos” desta geração. Se você nunca ouviu falar do gênero de cinema que mencionamos, provavelmente irá enxergar apenas um jogo repleto de clichês, com personagens durões, brutalidade explícita e eventos absurdos. Mas, a maneira de como as cutscenes são apresentadas e o próprio andamento do game denunciam a forte influência causada pelos cinemas. E isto é realmente bom.

Você encontrará tantas personalidades no game que chegará a se perder. Há a protagonista incansável, o vilão poderoso e seus capangas que também apavoram o jogador. Todos com características que demarcam suas personalidades. Além disso, o próprio ambiente do jogo — a casa de Rubi, por exemplo, um ferro-velho que também é um campo de treinamento — parece ter vindo diretamente dos cinemas.

Sim, ela é estilosa

Até mesmo a briga na jaula de Mad Max 3: Além da Cúpula do Trovão é citada, de maneira quase indireta, durante uma das partes do game. Os menus e as telas de loading se assemelham a posters do clássico cinema grindhouse, e até mesmo a linguagem do jogo conta com termos semelhantes. Isso tudo sem contar, obviamente, o constante filtro que simula os ruídos das películas sujas.


Outra parte bastante interessante é quando Rubi entra em um modo furioso. Nesta modalidade, a contagem de pontos muda (estes pontos podem ser utilizados para aprimorar itens), e o visual também. Uma cutscene exibe Rubi disparando em um inimigo, e seu sangue jorra no rosto da protagonista. Com isso, o jogo fica com um visual cel-shaded, com predominância no vermelho. Uma mudança muito bacana.

Intensamente intenso!

Perdoe o pleonasmo, mas ele é necessário para tentar definir o qual intenso é o jogo. Sem dúvidas, ao lado do estilo, este é o ponto mais forte de WET. No começo, você já observa que Rubi não está para brincadeira, e que suas habilidades certamente providenciarão muita diversão. Imagine a seguinte combinação: Ryu Hayabusa (o ninja de Ninja Gaiden) com Prince (de Prince of Persia) e Lara Croft (de Tomb Raider). O resultado é Rubi.

Tiro pra todo lado A protagonista domina armas de fogo, espadas e também é perita em acrobacias. Como se não bastasse, ela ainda tem a incrível, e banal, habilidade de alterar a velocidade do tempo. Tudo isso pode e deve ser utilizado quando você estiver conflitando no game. A combinação gera resultados completamente cinematográficos. Você pode deslizar, saltar, correr pelas paredes e utilizar outros objetos para ser lançado para o ar.

Quando Rubi realiza qualquer movimento considerado acrobático enquanto dispara, o jogo entra automaticamente em modo câmera lenta. Com isso, fica muito mais fácil destruir os inimigos, e a experiência se torna ainda mais bacana. É aí que você tem a chance de literalmente encharcar o mundo com muito sangue.

Simples, mas bacana


A jogabilidade de WET pode ser realmente simples, mas isso não significa que você não terá como desfrutar do game. Na versão do PlayStation 3, o botão círculo é responsável por deslizar, enquanto X pula e L1 faz com que Rubi caminhe sobre superfícies verticais. Todos estes movimentos são acrobáticos, ou seja, você pode desfrutar da câmera lenta enquanto dispara com o botão R1.

Conforme você progride, novas habilidades são desbloqueadas. Além disso, WET também conta com um sistema de aprimoramentos, que permite que o jogador melhore suas armas. Em suma, WET permanece intenso do começo ao fim.

"Nooooooooooooossa!"

Provavelmente, esta será a sua expressão em determinados eventos do game. O jogo conta com alguns momentos típicos que dão inveja até mesmo aos filmes de James Bond. Fugas com carros, saltos de aviões e muitos outros eventos utópicos são tão extremos que divertem. São os típicos momentos que jamais aconteceriam na vida real, mas que diferenciam WET dos demais títulos. Nada como eliminar inimigos enquanto você cai de um avião e desvia, no ar, de obstáculos até alcançar seu pára-quedas.

Só ela mesmo


Reprovado

O que espantou o BJ... No mau sentido

Faltou capricho

Realmente, um dos fatores mais decepcionantes de WET é o visual. Tecnicamente, o jogo simplesmente deixa a desejar. Gráficos nada polidos, com texturas pobres e uma modelagem que não convence predominam em WET. O jogo realmente não parece parecer a esta geração da alta definição, pois em nenhum momento esbanja as qualidades técnicas dos demais títulos do gênero.

Além disso, algumas animações podem ser realmente estranhas. Ao atirar enquanto salta, por exemplo, você pode notar que o braço de Rubi se comporta de maneira estranha. O mesmo acontece quando você corre pela parede, quando está pendurado em um poste horizontal ou quando deslize com os joelhos. Falando em deslizar, este movimento é um dos mais irreais do game. Que deslize.

Esse cara não tá legal

Quem sabe mais variedade

Conforme mencionamos, WET é um jogo simples. Sem dúvidas, isto pode soar como um ponto positivo, mas não há como negar que faltou versatilidade na jogabilidade. Sua espada é sempre a mesma, e você não tem acesso a um número notável de armas. Além disso, os combos não existem, assim como as granadas ou outros tipos de armas, que também foram deixadas de lado.

O jogo também é relativamente curto, e em uma jogada você pode completá-lo. Depois disso, não há muitas razões para desfrutar do título novamente, pois não existem modos multiplayer. Felizmente, a desenvolvedora inseriu conteúdos extras que podem cativar o jogador.

Melhoruo assim? Quanto aos aprimoramentos, infelizmente eles não conseguem alterar de maneira significativa a experiência do game. Basicamente, os inimigos também ficam mais fortes conforme você progride, o que faz com que você nem perceba que suas armas foram melhoradas.

Fora isto, existem alguns momentos realmente genéricos em WET, como quando Rubi deve treinar em sua casa. O objetivo desta etapa é passar por dentro de arcos que ficam suspensos no ar enquanto destrói determinados alvos. Alguém se lembra de Superman, para Nintendo 64? Pois é...

Avaliação Final

Vale a pena?

WET é indicado para aqueles que desejam somente ação. Não espere por uma obra de arte (pelo menos tecnicamente) ou por grandes inovações. O jogo é uma grande mistura de fórmulas já vistas em outros títulos, e não conta com nenhuma inovação. Um ritmo intenso, quebrado por algumas sessões distintas, ao lado do apelo ao estilo grindhouse de cinema são as principais características do título. Nada mais que isso.
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