Imagem de Wolfenstein: The Old Blood
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Wolfenstein: The Old Blood

Nota do Voxel
80

Um passado sangrento que deve ser vivido pelos fãs da franquia

Em Wolfenstein: The Old Blood, temos uma história complementar aos eventos vistos em The New Order, game lançado para consoles e PC em 2014. Tendo como cenário uma Segunda Guerra Mundial ligeiramente diferente daquela que conhecemos, o game traz como objetivo se infiltrar no famoso Castelo Wolfenstein para recuperar documentos capazes de acabar com os planos do vilão Deathshead.

Assim como no jogo-base, você assume o papel de B.J. Blazkowicz, soldado americano cujas habilidades de guerra fazem com que ele tenha poder semelhante ao de um pelotão inteiro. Além de matar centenas de nazistas genéricos usando uma grande variedade de métodos, você vai ter que parar os planos de Helga von Schobbs, uma das principais mentes do exército alemão.

Mesmo ligada a The New Order, a trama de Old Blood funciona bem de forma individual e não exige conhecimento prévio do título principal para ser aproveitada em sua totalidade. Assim, faz sentido que o DLC seja disponibilizado de forma individual para aqueles que desejam conferi-lo — podendo ser jogado até mesmo antes do game de 2014 sem qualquer problema.

Passado futurista

Mesmo se passando durante a década de 1940, The Old Blood não pode ser considerado exatamente um jogo com visual retrô. Muito disso se deve à sua história, na qual os nazistas obtiveram sucesso em desenvolver uma série de tecnologias que podem ser consideradas futuristas até mesmo nos dias de hoje.

Com isso, o arsenal de seus inimigos é muito mais elaborado e destrutivo do que o usado na Segunda Guerra Mundial como a conhecemos. No lugar de carabinas e rifles baseados em pólvora, entram armas elétricas e soldados equipados com armaduras extremamente resistentes — cujo único problema é sua dependência de uma fonte de energia localizada nas proximidades.

Muitas das diferenças que o título possui em relação à realidade são reveladas através de documentos e diálogos que você pode deixar de lado facilmente caso não preste atenção. Assim, é bom ficar atento aos elementos do ambiente caso você queira saber dados interessantes, como o fato de que, nesse universo, os Aliados foram massacrados durante a invasão da Normandia.

Nada disso é exatamente novo para quem jogou The New Order e já sabe de sua visão um tanto diferente dos anos 1960, mas é divertido ver como a Machine Games conseguiu integrar essas mudanças de maneira inteligente ao universo que criou. As principais novidades do DLC ficam por conta da inclusão de equipamentos que não estavam presentes no título principal e a presença de novas variedades de inimigos.

O título mantém a mecânica versátil vista no lançamento de 2014, que permite trocar facilmente entre momentos de furtividade e horas em que a melhor solução é atirar sem dó em tudo o que surge pela frente. Infelizmente, The Old Blood possui momentos em que uma dessas táticas é claramente priorizada — como em seu início, no qual decidir sair das sombras é praticamente pedir para ser destroçado pelos inimigos.

Mesmo com esses instantes um pouco “forçados”, mecanicamente o game mantém a mesma qualidade vista em The New Order. Atirar em inimigos é um processo satisfatório graças ao poder exibido pelas armas, assim como é bastante recompensador conseguir se esgueirar pelos ambientes e matar comandantes adversários sem ser visto.

Elementos problemáticos

Assim como acontece em The New Order, The Old Blood peca em aspectos técnicos resultantes do uso da engine Rage. Mesmo bastante modificado, o motor gráfico já está desgastado e não consegue lidar muito bem com resoluções — ainda que jogando no PC com o nível de detalhe máximo, alguns elementos ficam bastante estranhos quando observados de perto.

Isso não significa que o jogo em si é feio, longe disso. No entanto, ele parece carregar algumas heranças não muito bem-vindas da sétima geração de consoles que já deveriam ter sido eliminadas pela “nova geração”. Isso significa que, assim como acontece no jogo-base, você ainda vai se incomodar com as pequenas “engasgadas” que o título apresenta, especialmente durante suas cenas de corte.

Porém, o aspecto no qual The Old Blood mais peca é em sua história, que se mostra muito pouco desenvolvida. Mesmo com as restrições impostas pelo fato de lidar com acontecimentos prévios a outro jogo, a Machine Games poderia ter feito mais esforço para desenvolver os personagens que interagem com B.J. durante sua missão.

O DLC perde uma das principais qualidades de The New Order, que era a presença de momentos mais calmos nos quais o jogador tinha a chance de conhecer mais do universo e das figuras que o habitam. Ao priorizar somente os tiroteios, o lançamento se torna um tanto cansativo e não gera o envolvimento emocional necessário para fazer você se importar com seus aliados ou odiar seus inimigos.

Vale a pena?

Expandindo a boa mecânica introduzida por Wolfenstein: The New Order, The Old Blood é uma ótima adição a qualquer biblioteca de jogos. Oferecendo uma campanha relativamente longa para um DLC, o título apresenta uma dose generosa de tiroteios em cenários variados e se mostra uma desculpa perfeita para matar (novamente) nazistas.

O aspecto que torna o produto inferior ao jogo-base é o fato de ele não desenvolver muito bem sua história e seus personagens, o que elimina o envolvimento emocional necessário para você realmente se importar com o que acontece. Essa decisão, somada à falta de momentos mais calmos, faz com que a experiência se torne um tanto cansativa e repetitiva caso você decida aproveitá-la toda em uma única rodada.

Em resumo, caso você tenha gostado do que The New Order ofereceu, são muito grandes as chances de gostar de The Old Blood. Mesmo com alguns problemas técnicos e não atingindo os pontos altos de seu antecessor, o lançamento figura como um dos games de tiro em primeira pessoa mais divertidos que podem ser experimentados em 2015.

Seja você um fã de jogos furtivos ou alguém que simplesmente quer atirar em tudo que surge pela frente sem pensar muito, o game é garantia de algumas boas horas de diversão. Resta esperar para descobrir o que a Machine Games vai fazer com a franquia após ter explorado a história de B.J. Blazkowicz em toda a sua integridade.

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Pontos Positivos
  • Mecânicas que funcionam muito bem
  • Novos armamentos e inimigos mantêm a aventura fresca
  • Realidade alternativa bem construída
Pontos Negativos
  • Ritmo da aventura faz com que ela se torne cansativa
  • Personagens e motivações mal desenvolvidos
  • Problemas técnicos frequentes