Sony Xperia XZ1: review/análise [vídeo]

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Imagem de: Sony Xperia XZ1: review/análise [vídeo]

Tem gente que acha o design da linha Xperia classudo, mas tem gente que acha esse design parado no tempo. Fato é que, hoje, os smartphones da Sony têm uma carinha bem característica, né. Você olha e sabe que o smartphone é deles. Mas será que não está na hora de a Sony começar a rever seus conceitos, diminuir as bordas, trazer um "quê" de novidade para os seus smartphones? É sobre isso e muito mais que vamos falar agora! Bora lá.

Especificações Sony Xperia XZ1

Design

Esse aqui é o top de linha da Sony no momento, o Xperia XZ1. Por fora, ele é, digamos, mais um smartphone da Sony, a mesma carinha que ela carrega há pelo menos 4 anos. E, em um mundo onde as fabricantes de smartphones estão inovando – aí estão LGAppleSamsung fazendo aparelhos quase sem borda e com um ar futurista, Motorola criando Snaps e tal –, aqui não vemos muita novidade. Pelo menos do lado de fora.

Do lado de dentro, sim, temos configurações dignas de um smartphone de 2017: Snapdragon 835, 4 GB de RAM, câmera traseira de 19 MP, suporte HDR para o display e Android 8.0 Oreo de fábrica rodando em cima de tudo isso. Mas voltando ao design, o Xperia XZ1 é o sucessor do Xperia XZ. Ele é um pouco mais liso que o antecessor, e justiça seja feita, não é só a Sony que ainda traz essa borda grandona. HTC, OnePlus e até ASUS continuam nessa linha de raciocínio para seus designs.

Para não falar que não houve mudanças externas, ele é um pouquinho mais fino que o antecessor – agora tem 7.4 mm, contra 8.1 mm do Xperia XZ. Ele é todo feito em uma única peça de alumínio, dando uma impressão de aparelho robusto e, ao mesmo tempo, leve nas mãos. Ok, ponto para ele se comparado ao XZ.

Sony Xperia XZ1

Nas laterais, é possível ver marcas das antenas do aparelho. A Sony diz que isso é capaz de melhorar a recepção de sinal, o que significa que sua mão, onde quer que ela esteja segurando o smartphone, não vai interferir na qualidade de sua ligação. Há ainda mais algumas pequenas alterações no design.

As bordas são ainda mais arredondadas, o que faz a pegada ficar melhor, e os dedos caem exatamente onde devem. Em uma pegada natural, com a mão esquerda, o indicador cai exatamente no local de leitura de digitais. Com a mão direita, a mesma coisa acontece com o polegar. É diferente de uns e outros aí, que têm o leitor de digitais em lugares um tanto quanto estranhos. Na lateral esquerda, temos a entrada para cartão micro SD e cartão SIM, e do lado direito o botão de volume, um botão dedicado para a câmera fotográfica e o botão de liga-desliga, que também é o sensor de digitais.

Completando o design: o Xperia XZ1 tem certificação IP65/68, portanto ele é resistente a poeira e água, seja imersão ou jatos fortes direcionados a ele. Nas partes superior e inferior, temos um metal polido. Em cima, vem a entrada de fone de ouvido comum, de 3,5 mm, e embaixo vem o USB-C.

Sony Xperia XZ1

A Sony também colocou no XZ1 duas caixinhas de som na parte da frente, e elas têm uma tecnologia nova chamada S-Force Surround, que, teoricamente, oferece 50% mais pressão do som do que o XZ. Não é sacrifício algum assistir a vídeos ou jogar games no aparelho mais novo. Dá para ouvir tudo muito bem, e alto, e, sinceramente, eu prefiro essa opção de posicionamento de caixas de som do que Apple e Samsung, por exemplo, que as colocam na parte de baixo e, vira-mexe, você tampa com a mão. Aqui isso não acontece. É som limpo e cristalino independentemente da sua pegada.

Na traseira, temos o sensor principal da câmera no lugar tradicional, em cima à esquerda, e o flash centralizado, também no topo. Para terminar, no Brasil, o XZ1 está disponível em 4 cores: azul, cinzento, preto e rosa. Nós estamos com o preto.

É um design premium, mas tem essa questão de ser um smartphone com a mesma cara há vários anos. Parece que até a Sony já está cansada desse visual – pelo menos é o que a gente anda lendo por aí –, mas o facelift ainda não rolou na empresa. Será que no ano que vem veremos Xperias com uma carinha mais atual? Só o tempo dirá.

Sony Xperia XZ1

Display

Em um mundo de telas cada vez maiores, o display do XZ1 é um pouquinho menor que a concorrência direta. Bom, mas isso pode ser uma boa notícia para aqueles que curtem smartphones menores. Ele tem uma tela IPS LCD de 5,2 polegadas, proteção Gorilla Glass 5 com resolução Full HD (1920x1080 pixels) e traz a tecnologia Sony Triluminos. Não é a maior resolução do mercado, e um incremento aí para o 4K só vai fazer diferença se você quiser consumir conteúdo em realidade virtual.

Na prática, as telas da Sony não costumam decepcionar para o uso cotidiano. É o caso aqui: o brilho é intenso, as cores são vivas. Só o preto que não dá para comparar com painéis AMOLED, mas a qualidade geral é bem boa. A visibilidade debaixo de sol forte também agradou.

A Sony oferece três opções de controle de branco: o profissional, o padrão e um supervívido. No primeiro modo, o Profissional, temos uma paleta RGB que exibe as cores mais realistas possíveis, mas não são tão bonitas assim de se ver se comparadas às outras duas configurações. O Padrão deixa as cores um pouco mais vívidas e usa o sistema Triluminos, e o Supervívido dá ainda mais vida à tela, mas alguns podem achar que as cores ficam saturadas demais nesse modo, deixando tudo com cara artificial. Enfim, tem configuração para todo gosto. Difícil ficar desapontado aqui.

Sony Xperia XZ1

Para terminar essa parte da tela, o display tem certificação HDR10. Isso significa que serviços como Netflix, por exemplo, vão tirar melhor proveito dessa tela em termos de contraste, cores e claridade.

Desempenho

Aqui, estamos falando de configuração de respeito. O cérebro do XZ1 é o Qualcomm Snapdragon 835, ao lado de 4 GB de RAM. Isso permite que você rode qualquer aplicativo da Google Play sem engasgos, sem lentidões. Deu para jogar Asphalt Extreme e Horizon Chase, dois títulos pesadinhos, sem dificuldade alguma.

A responsividade do aparelho é ótima, nenhuma queixa. Junto do Android 8.0 Oreo, a interface proprietária da Sony, bastante característica, pelo menos é leve e não impacta tanto no desempenho do software. Sim, ainda existem alguns aplicativos desnecessários, mas o Movie Creator, que é um editor de vídeos simples embarcado no celular, e o álbum de fotos são boas aplicações, só para citar duas delas. Completam a configuração o armazenamento interno de 64 GB e uma entrada para cartão micro SD de até 256 GB.

Sony Xperia XZ1

Câmeras

O sensor traseiro, um Exmor RS de 19 MP, é o mesmo que a Sony mostrou no Xperia XZ Premium. Isso significa que você vai ter estabilização de imagem em 5 eixos, abertura de f/2.0 e incríveis 960 fps, que te permitem fazer esses vídeos em super slow motion bem legais. Ele também possibilita gravação de vídeos em 4K – apesar de o display ser apenas Full HD, você pode pegar esse vídeo em melhor qualidade e exibir na sua TV 4K, por que não? Porque é claro que você já tem uma em casa, né? Óbvio.

O sensor é o mesmo do XZ Premium, mas existem algumas novidades de software aqui no XZ1. A primeira é que você pode capturar uma sequência de imagens enquanto mantém o foco em um objeto em movimento. Isso é possível graças ao autofoco com predição de movimentos da Sony. Isso já estava disponível para gravação de vídeos nos modelos anteriores, mas agora ele também funciona para fotos.

É possível tirar até 100 fotos em 10 segundos e escolher a melhor, e o legal é que todas elas vão manter o objeto selecionado em foco. Em nossos testes, esse recurso até que funcionou bem, mas dá para notar que ele se perde um pouco quando você não tem uma estabilização boa da câmera. Se, por acaso, o telefone se mover muito, ele não vai conseguir fazer a predição perfeita do movimento, e aí algumas fotos vão sair borradas. Segurando o smartphone em um tripé, aí sim, tudo fica lindo.

Há outra brincadeira curiosa nessa câmera: ela tem um sensor que detecta sorrisos, e aí o aparelho tira três fotos antes mesmo de você apertar o botão. Tudo bem que o autofoco aqui é muito rápido, e você dificilmente perderia um click dos amigos, mas fica aí o registro.

Para quem gosta do modo manual, o XZ1 é um prato-cheio, tem todas as configurações aí. Ainda assim, ela também funciona bem se você é do tipo que só quer apontar e apertar um botão para garantir o registro do momento. A macro dele surpreende: dá para tirar fotos de detalhes em qualidades bastante interessantes.

Até aqui só maravilha da câmera, certo? Pois então. De dia, está tudo bem. Mas quando chega a noite ou em ambientes de baixa luminosidade, o XZ1 patina. Para efeito de comparação, confira as fotos logo acima – uma tirada com o XZ1 e outra feita pelo Galaxy S8+. Entendeu o drama, né? Em resumo, é isso: uma ótima câmera em condições de boa luz, mas a concorrência nada de braçada se o assunto é foto noturna.

Na frente, a câmera de 13 MP e lente grande angular permite selfies com toda a turma, sem cortar ninguém. A qualidade é bem boa: dá para tirar muitas selfies para seu InstagramFacebook e todas as redes sociais. Existe ainda a possibilidade de usar a tela como flash para melhorar um pouco a luz na hora de fazer o click. Não dá para esquecer que existe esse botão dedicado para a câmera na lateral. E aí, é fácil tirar uma foto bem rápido, sem ter que ficar procurando aplicativo ou se perdendo em vários cliques na tela.

Bem-vindo à terceira dimensão!

Uma das coisas curiosas do XZ1 é a função de scanner 3D. Apesar de não ser algo que o usuário comum vá fazer o tempo todo, é uma função bem legal para brincar. Um aplicativo chamado 3D Creator vem pré-instalado no smartphone e usa a câmera traseira para criar modelos tridimensionais de qualquer objeto.

Face, cabeça, comida... você escolhe. E é bem rápido e fácil de fazer. Em menos de 1 minuto você escaneia qualquer objeto para compartilhar nas mídias sociais, definir como seu papel de parede ou imprimir em uma impressora 3D. Sim, os arquivos gerados aqui são no formato OB, compatíveis com quase todas as impressoras 3D do mercado. Aqui, de novo, o problema está na luz. É preciso que o ambiente esteja bem iluminado para essa função capturar as imagens direitinho.

Sony Xperia XZ1

Bateria

Estava tudo lindo até agora, né? Pois chegou um dos pontos em que o XZ1 mais peca: a bateria. Enquanto o Xperia XZ tinha 2.900 mAh, o XZ1 diminuiu para 2.700 mAh. Tudo bem, temos aqui o Snapdragon 835, que exige menos energia – e a tela de 1080p também consome menos. Mas, ainda assim, não tem como enxergar uma redução de carga como algo positivo no design de um aparelho.

Números à parte, isso significa que o XZ1 vai chegar no fim do dia pedindo arrego e uma carguinha, isso em uso leve ou moderado. Se você é do tipo que checa seu celular a cada 5 minutos, prepare-se para levar o carregador na mochila. Se você quiser assistir a vídeos na Netflix, exigindo o HDR, aí sim, a bateria vai embora ainda mais rápido.

Sony Xperia XZ1

A Sony tem o modo Stamina, que dá uma boa sobrevida à bateria, mas retira performance e atividades em segundo plano para garantir um tempinho extra de conectividade. Pelo menos o XZ1 tem suporte ao Quick Charge 3.0, que dá quase 50% da carga com apenas 30 minutos.

Vale a pena?

É indiscutível que temos em mãos um aparelho top de linha, com características de top de linha. Os elementos principais estão corretos – tela, câmera, poder de processamento... Aliás, a câmera é um caso à parte com a captura em 4K ou em 960 fps. Mas, entre o XZ1 e os concorrentes diretos, como o Galaxy S8, o iPhone 8 ou o LG V30, a gente acaba optando por algum desses. Sem falar no design datado.

O 3D Creator também é legal, mas é mais uma brincadeirinha do que um fator decisivo para compra. Já o áudio e as imagens para assistir a vídeos na Netflix são realmente acima da média. Resumindo: o XZ1 é mais um aparelho da Sony, que utiliza a mesma fórmula de anos da Sony. Um bom aparelho, sem dúvidas, mas que chega sempre a preços altos – no caso, R$ 3.799.

Se você usa o smartphone para jogar muito ou assistir a vídeos, o XZ1 vai te atender bem. Só não se esqueça de levar o carregador junto. Agora, se você quer um smartphone top de linha para ostentar por aí, é bom considerar a concorrência.

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Opções de compra

*Com colaboração de Leonardo Rocha.

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