Firegirl: Hack 'n Splash Rescue tem originalidade, mas falha em quase tudo

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Imagem: Firegirl

Você já ouviu falar do gênero hack and slash? E do hack and splash? Para mim era novidade, até conhecer Firegirl: Hack 'n Splash Rescue, novo game da Thunderful Publishing.

Eu já disse algumas vezes que entre minhas publishers preferidas está a sueca Thunderful, que tem jogos com diferentes conceitos, originalidade e uma pitada de "viagem na maionese". E o melhor de tudo: a maioria traduzida para o português.

Este é o caso de Firegirl, que tem todas as características citadas acima. Mas será que ele apresenta consistência para ser considerado um jogo à altura da empresa? É o que vamos analisar nas próximas linhas.

Apagando as chamas

O jogador é Faísca. Aliás, um nome bem sugestivo. A personagem é uma bombeira que seguiu os passos do pai, após ele ser morto em um incêndio. Faísca é a queridinha do comandante da corporação, os "olhos dourados" da firma.

A personagem é a grande responsável por acabar com incêndios criminosos e sobrenaturais que começam a ocorrer na região. Incidentes curiosos que chamam até mesmo a atenção do Federal Bureau of Investigation (FBI).

Para destruí-los, ou apagá-los, Faísca terá à sua disposição uma mangueira com água. Uma água limitada, que poderá ser restabelecida com o tempo. Aliás, o tempo é outro fator importante a se considerar.

Todas as fases têm tempo. Uma característica de jogos antigos e que sempre incomodou. Sua missão será resgatar possíveis vítimas no meio do escombro. Pode ser no meio da destruição, em salas escondidas e até mesmo em locais praticamente impossíveis de serem descobertos. Mas fique tranquilo. Faísca sempre dá um jeito. O que não dá jeito é o jogo.

Ao longo de cada aventura, que dura cerca de 3 a 4 minutos, além de achar possíveis sobreviventes, será necessário encontrar a saída do local, para que o jogador não sofra alguns dias no hospital. E aqui está o problema.

Game design fraco

A maioria dos cenários se passam dentro de prédios. As salas são parecidas, pouco criativas e rapidamente tira o fator replay do jogo. Apesar de termos outros cenários, como florestas e vagões de trens, a empresa poderia ter diversificado mais a ação de jogo.

Após o término de cada missão, que pode ser adquirida no quartel dos bombeiros, Faísca acumula dinheiro da prefeitura, para melhorar alguns itens de uso. Pode ser um upgrade no jato de água, mais pontos de vida ou até mesmo uma roupa que suporta mais o fogo.

Este pequeno ingrediente salva grande parte do que encontramos em Firegirl: Hack 'n Splash Rescue. Porque a cada missão, o jogador vai querer fazer tudo o que é possível no cenário. Mas isso não será possível.

É difícil saber onde o jogador está ao longo do cenário, seja em um prédio, floresta ou vagão de trem. Por mais que o seu comandante o ajude ao longo da missão, é fácil se perder dentro das cortinas de fogo.

O balanceamento de alguns itens também não funciona da melhor forma possível. Ao longo de cada missão é necessário ficar de olho em dois itens: o tempo restante e o quanto consegue levar de água.

O grande problema se encontra ao derrotar o fogo. Sempre se utiliza muita água e rapidamente ela acaba, independentemente de dosar o gasto no início da fase. Tivemos uma atualização recente que melhorou este aspecto, mas ainda não é o ideal.

Além disso, os controles não funcionam com a velocidade necessária, tanto no manuseio da mangueira quanto da personagem. A jogabilidade é muito travada, dificultando a movimentação e a interação com o ambiente.

Outra questão curiosa é que em muitos momentos nos encontramos em locais sem saída e de retorno impossível, devido às chamas que tomam conta do local. Em muitos momentos o jogador vai torcer para fugir do incêndio sem ao menos um sobrevivente.

Contudo, isso prejudica o andamento da história, pois Faísca ganha mais fãs ao salvar pessoas durante uma missão. Quando há sobreviventes, mais dinheiro arrecada para poder gastar em itens da aventura.

Gráficos pixelados

Um dos pontos favoráveis é que as artes ficaram boas para o contexto apresentado no jogo. Mesmo pixelados, os personagens e as chamas têm vida, gerando uma boa imersão para a aventura.

Este detalhe proporciona uma experiência legal, mesmo para quem não tem um computador muito moderno. A trilha sonora é bem divertida e está no ponto certo. Vale destacar também os sons do ambiente, muito bem-feitos.

Vale a pena?

A ideia por trás de Firegirl: Hack 'n Splash Rescue é excelente, mas ela foi muito mal implementada. O jogo tem diversas qualidades, como os ingredientes de RPG, arte conceitual e trilha sonora.

Mas falha miseravelmente no game design, não oferecendo uma sequência agradável ao jogo. Por mais que a história seja instigante e os personagens muito convidativos, eles se perdem na jogabilidade.  

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