Cientistas rastreiam pulsos de rádio misteriosos vindos do cosmos

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Você já ouviu falar das “Rajadas Rápidas de Rádio”? Esse fenômeno representa um dos mais intrigantes mistérios do Universo e consiste em pulsos de radiação eletromagnética que, apesar de serem incrivelmente breves – eles duram míseros milissegundos –, liberam uma quantidade de energia superior à que 500 milhões de estrelas como o Sol emitiriam.

(Fonte: Phys Org / Danielle Futselaar / Reprodução)

Os sinais são detectados esporadicamente por radiotelescópios aqui na Terra, mas, como se trata de um efeito tão extraordinariamente fugaz e impossível de prever, os cientistas ainda não conseguiram definir exatamente o que está por trás das emissões. Para piorar, a grande maioria das rajadas são eventos isolados, que ocorrem uma única vez, o que, como você pode imaginar, torna a tarefa de rastrear a fonte emissora praticamente inviável – tanto que apenas 3 delas foram localizadas até hoje. Só que também existem rajadas que se repetem…

Reprise

Se as rajadas rápidas de rádio já são difíceis de se detectar, imagine as repetitivas! Mas, com a descoberta desse fenômeno e o crescente interesse em desvendar o enigma que o envolve, os cientistas acabaram descobrindo que muito de vez em quando algumas das emissões vêm acompanhadas de “reprise”. Em 2017, uma equipe de astrônomos se deparou com uma dessas rajadas e conseguiu a proeza de rastrear o seu ponto de origem – uma galáxia-anã situada a mais de 3 bilhões de anos-luz da Terra.

Agora, pela segunda vez na História, um time internacional de cientistas conseguiu localizar a origem de outro desses pulsos – acompanhado de exatas 4 repetições. O evento, por sinal, recebeu o nome de  FRB 180916.J0158+65 e, com a ajuda de 8 radiotelescópios, os astrônomos descobriram que as emissões partiram de um dos “braços” de uma galáxia em espiral não muito diferente da nossa chamada SDSS J015800.28+654253.0.

Distante, mas nem tanto

Essa formação se encontra a 500 milhões de anos-luz de distância – o que significa que ela está muito mais próxima de nós do que a galáxia-anã, facilitando as observações. Mas, o interessante é que as rajadas rastreadas agora estão forçando os cientistas a repensarem suas teorias sobre esses fenômenos.

(Fonte: International Business Times / Reprodução)

No caso dos pulsos seguidos de repetições, os astrônomos acreditavam que eles só podiam ser produzidos em circunstâncias bastante específicas e extremas, como as presentes na galaxiazinha que originou a rajada anterior. Na ocasião, os cientistas determinaram que o evento poderia ter sido causado pela interação entre a radiação eletromagnética e um poderoso campo magnético – como o que encontraríamos nas proximidades de um buraco negro – e que a emissão surgiu em uma região onde ocorre a formação de novas estrelas.

Entretanto, os sinais rastreados agora vieram de uma galáxia superdiferente da primeira, o que sugere que as rajadas repetitivas possam ser menos raras do que se pensava. Além disso, ao terem sua origem definida como sendo uma das espirais da SDSS J015800, é pouco provável que o evento tenha resultado de interações com buracos negros ou condições extremas. O único fator comum é que em ambos os casos o fenômeno partiu de regiões onde ocorre o nascimento de estrelas.

(Fonte: NSF’s National Optical-Infrared Astronomy Research Laboratory /Reprodução)

Com relação ao que provoca as rajadas, as teorias sugerem a participação de buracos negros (obviamente), mas também apontam como possíveis causas o colapso de pulsares, colisões entre estrelas de nêutrons e emissões de magnetares, entre outras, e com esse último pulso vindo de um local menos longínquo, pode que os cientistas consigam estudar melhor o fenômeno e desvendar alguns de seus mistérios.

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