Tudo o que você precisa saber para comprar um roteador [vídeo]

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A internet só funciona graças a uma série de equipamentos que trabalham em rede. Em geral, os consumidores dependem bastante das operadoras, mas parte de uma experiência precária em casa se dá a um aparelho que geralmente é ignorado: o roteador.

Muita gente acha que este dispositivo não influencia em nada a experiência de navegação, mas basta ficar uma vez sem sinal wireless ou experimentar alguns problemas de estabilidade para começar a perceber que ficar sem WiFi é realmente difícil.

O pior é contratar uma boa conexão de internet e acabar obtendo qualidade precária por conta de um roteador meia boca. Às vezes, a pessoa nem cogita que este aparelho possa ser a causa do problema, mas modelos muito fajutos acabam prejudicando bastante a usabilidade, principalmente em residências com muitos dispositivos conectados.

Se você já descobriu que o seu roteador está bem fraquinho e está querendo arremessá-lo pela janela, pode ser a hora de conferir algumas dicas úteis para acertar na compra de um substituto. Como de costume, nós reunimos as informações mais importantes num lugar só para você fazer a escolha certa. Vamos lá!

Defina um valor máximo

Há muitas especificações importantes para verificar na hora de comprar um roteador, mas não adianta começar a pesquisar esses detalhes antes de ter noção do valor máximo que você pode pagar no produto. Há modelos que custam apenas 100 reais, enquanto alguns mais robustos podem ultrapassar facilmente a casa dos 1000 reais.

Obviamente, um modelo baratinho vai ter uma série de limitações e certamente contará com componentes eletrônicos de qualidade inferior, uma vez que ele é feito para atender a um público menos exigente. Sendo assim, não adianta definir um máximo muito baixo e esperar que o seu novo roteador consiga transmitir sinal para fora de casa e nunca apresente problemas de instabilidade.

Claro, também não é preciso separar 1000 reais do orçamento para conseguir um aparelho de boa qualidade. Vale aqui a questão do bom senso e também de avaliar o quanto isso vai realmente interferir na sua experiência de navegação. É perfeitamente possível conseguir aparelhos intermediários com preços que cabem no bolso, mesmo que seja preciso parcelar.

Qual tipo de conteúdo você consome?

Muito bem, o preço é importante, mas de nada adianta ter 800 reais para investir num roteador se você não pretende fazer mais do que navegar na internet para conferir emails e notícias ou só transferir alguns dados na rede local. Nesse caso, modelos bem simples devem ser suficientes para o seu dia a dia.

Quem só ouve músicas, assiste a alguns vídeos no YouTube e navega de vez em quando, já pode pensar em pegar um modelo intermediário, mas que tenha qualidades mínimas para garantir boa transmissão do sinal e estabilidade de conexão.

Agora, se a ideia é reproduzir vídeos em 4K, arrasar em partidas multiplayer online, fazer streaming de vídeo, baixar muitos arquivos com programas de compartilhamento ou usar uma central multimídia na sua casa, então um roteador de melhor qualidade vai ser útil. Pode parecer uma dica bobinha, mas projetar um aparelho para suas necessidades é fundamental.

Quantidade de aparelhos que usam a rede

Junto com essa questão dos conteúdos, recomendamos que você calcule com precisão a quantidade de pessoas e aparelhos na sua casa que usam a rede sem fio no dia a dia. Se você só tem um computador, uma smart TV e dois ou três smartphones, roteadores bem básicos devem dar conta do recado, mesmo considerando o uso simultâneo de todos os aparelhos.

Contudo, se há múltiplos computadores, video games, aparelhos conectados ao Netflix, celulares e outros tantos produtos consumindo uma grande quantidade de dados, as chances são grandes de que o seu roteador acabe sofrendo para gerenciar tantos endereços IPs.

Ainda que os roteadores venham preparados para distribuir dezenas de IPs, isso não significa que eles estão aptos a cuidar de tantos pacotes trafegando de um lado para o outro. Basicamente, quanto mais aparelhos, maior a demanda de banda e processamento, o que acaba sendo um problema para componentes de rede mais simples.

Tecnologia dos dispositivos

Depois de todos esses pontos, ainda é preciso pensar nos tipos de produtos que usam a rede wireless. Nem sempre os aparelhos usam o padrão mais recente e isso pode acabar influenciando no funcionamento da sua rede.

Eletrônicos mais modernos já usam o padrão 802.11ac ou 802.11n, o que significa que um roteador mais moderno já pode ser útil, uma vez que você pode conseguir velocidades mais altas nesses dispositivos.

Todavia, se você ainda não usa esse tipo de aparelho, um roteador do tipo 802.11g ainda pode funcionar bem. Geralmente, roteadores mais modernos são retrocompatíveis com padrões anteriores, só que também não é tão interessante gastar uma fortuna num dispositivo desses se você ainda não tem smartphones e outros produtos compatíveis.

Assim, nossa recomendação é pegar um roteador que já seja pelo menos compatíveis com o padrão 802.11n (ou até mesmo com o 802.11ac), porque aí você já está pronto para o futuro, mas é claro que isso depende do seu orçamento.

Velocidade do roteador

Bom, questões de padrão e da capacidade do roteador em gerenciar os dispositivos são importantes, mas é claro que um roteador com chipset mais robusto pode enviar mais dados simultaneamente para os dispositivos, algo que se faz fundamental principalmente quando há transferência de dados via rede local.

E não estamos falando em transferir arquivos comuns na rede, mas de espelhar o smartphone na televisão ou mesmo de transmitir um jogo do Steam para outro computador. Tudo isso exige muita velocidade do roteador, então é importante pensar num aparelho que consiga enviar muitos dados de um lado para o outro.

Nossa recomendação, para redes pequenas, é pegar um roteador que consiga transmitir 300 megabits por segundo. No caso de redes com muitos usuários, apostar em roteadores com transmissão WiFi acima de 1 gigabit por segundo é bem interessante. Só que, novamente, isso depende dos aparelhos que você usa em casa.

Alcance do sinal é importantíssimo

A questão da velocidade é importantíssima, mas de nada adianta um roteador contar com padrão 802.11ac e trazer um sistema de transição precário. Muitas vezes, o aparelho até entrega alta velocidade, mas exige que o usuário fique muito próximo, o que não é tão conveniente se levarmos em conta que a pessoa pretende usar um sistema sem fio.

É claro que a questão do sinal de rede depende de uma série de fatores e, muitas vezes, pode ser que o local de instalação não seja tão apropriado para transmissão (por conta de barreiras, posicionamento do aparelho e outros fatores do ambiente), mas o roteador precisa ter componentes de qualidade, principalmente no que diz respeito às antenas.

Em teoria, mais antenas podem ampliar o sinal do aparelho, então roteadores com duas ou três antenas podem ajudar bastante. Já existem modelos com até mais do que seis antenas, mas aí já estamos falando de produtos bem caros e que possuem até sistema de banda tripla.

Além da quantidade de antenas, uma coisa muito importante é verificar a potência em decibéis das antenas. Basicamente, quanto maior a potência, melhor o sinal e mais longo o alcance com alta velocidade. Todavia, é sempre válido conferir algumas análises para conferir se o produto em questão realmente entrega o que é prometido.

Tipos de bandas

Como você deve imaginar, o sinal de WiFi dos roteadores é transmitido via ondas de radiofrequência. Esses aparelhos trabalham com dois tipos de bandas: 2,4 GHz e 5 GHz. Normalmente, essa especificação já está atrelada ao padrão da rede.

Roteadores que usam apenas o padrão 802.11g geralmente são preparados para utilizar a frequência dos 2,4 GHz, mas modelos novos com 802.11n ou 802.11ac já são compatíveis com as duas bandas.

O melhor é sempre optar por um roteador do tipo dual-band e que possa operar com as duas frequências ao mesmo tempo, porque aí você evita conflito com redes vizinhas e obtém mais estabilidade.

É importante tomar cuidado porque algumas fabricantes rotulam determinados produtos com o selo dual-band (uma vez que eles podem trabalhar com as duas frequências), mas, na verdade, eles acabam funcionando somente com um tipo de transmissão, ou seja, você usa 2,4 GHz ou 5 GHz.

Isso é bem prejudicial para quem ainda usa muitos dispositivos antigos compatíveis apenas com 2,4 GHz, mas já queria aproveitar a banda de 5 GHz com alguns produtos específicos. Novamente, a leitura de análises ou do manual dos produtos é recomendada.

Canais

Normalmente, os roteadores vêm configurados para trabalhar com todo o espectro de canais, número que é especificado em MHz e indica faixas de frequências menores para a comunicação entre o componente de rede e os aparelhos.

No caso da banda de 2,4 GHz, são 11 canais, configurados a cada 20 MHz. Entretanto, existem roteadores prontos para atuar com valores de 40 MHz. Verificar esse tipo de informação é importante, bem como analisar previamente as redes wireless ao seu redor, garantindo que o seu novo roteador não terá interferência de outras redes.

Cabos

Se você usa rede com cabo, vale conferir a quantidade de portas do roteador e se elas trabalham com o padrão Gigabit, porque isso ajuda bastante pra quem vai curtir games online. Agora, se você quer compartilhar um HD na rede ou uma impressora, já é bom pensar num roteador com portas USB de alta velocidade.

Hardware e processador

O roteador é um aparelho de rede bem complexo. Todo o gerenciamento de dados é realizado através de um sistema que inclui a presença de uma placa de circuito que traz memória RAM, processador e até um sistema operacional.

Sabe aquela interface que você acessa via navegador? Então, essa página faz parte do sistema do seu roteador, mas toda a parte de funcionamento e codificação fica numa área escondida, inacessível e recheada de configurações complexas que garantem o funcionamento de todos os itens de hardware.

Antigamente, as fabricantes não focavam nessas questões na hora de divulgar os produtos, mas os novos aparelhos trazem uma série de funcionalidade e precisam gerenciar muitos dispositivos. Com isso, as marcas acabaram incluindo processadores mais robustos, inclusive com múltiplos núcleos (dual-core são bem comuns).

Se você pretende usar aplicações pesadas na internet, investigar esse tipo de informação antes de comprar o seu roteador pode garantir menores dores de cabeça na hora de usar o aparelho. Obviamente, modelos mais capacitados acabam custando mais.

Cuidado com a propaganda

Bom, dito tudo isso, ainda nos resta um alerta final: tome cuidado com algumas propagandas. Muitas empresas aproveitam a chegada da resolução 4K e de termos como "gamer" para empurrar os produtos. Não estamos falando de nenhuma marca ou modelo, mas isso é algo comum no mercado de tecnologia, então é bom ficar atento.

É verdade que a maioria desses produtos com tais selos acabam sendo bem robustos e pronto para tais atividades, mas isso não significa que outros modelos mais simples não podem servir para jogos ou mesmo para rodar vídeos em 4K.

Essas capacidades estão atreladas aos vários fatores que abordamos ao longo do texto, portanto é bom sempre ficar de olho nas especificações antes de sair comprando por impulso e apenas levando em conta os jargões marketeiros. No fim, você pode acabar economizando bastante se pesquisar com calma e ainda pode levar um ótimo aparelho para casa.

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