Máscaras descartadas viram baterias com técnica que usa grafeno

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Pesquisadores da Universidade Nacional de Ciência e Tecnologia MISIS (Rússia) desenvolveram uma nova tecnologia capaz de carregar baterias econômicas a partir de resíduos médicos, como as máscaras de proteção contra o coronavírus SARS-CoV-2 e outras doenças.

O estudo foi publicado na revista científica Journal of Energy Storage, apresentando uma solução para a produção de baterias finas, flexíveis, de baixo custo e descartáveis. Além das máscaras, os cientistas também usaram embalagens de medicamentos e o único material que precisam adquirir para completar o processo foi o grafeno.

De acordo com o diretor científico do projeto, Anvar Zakhidov, primeiro as máscaras são desinfetadas com ultrassom, depois mergulhadas em uma ‘tinta’ feita de grafeno, que satura a máscara. Em seguida, o material é prensado sob pressão e aquecido a 140°C até se tornarem pellets. Um separador que também usa o material e possui propriedades isolantes é colocado entre os dois eletrodos feitos do novo material e saturado com um eletrólito especial. Então, um invólucro protetor é criado a partir do material de embalagens de remédio (como paracetamol).

A nova tecnologia exige menor custo que as baterias convencionais, como as revestidas em metais mais pesadosA nova tecnologia exige menor custo que as baterias convencionais, como as revestidas em metais mais pesadosFonte:  Unsplash 

Os cientistas já haviam tentado usar outros materiais para criar baterias, como casca de coco, casca de arroz, resíduos de jornais, resíduos de pneu de carro, entre outros. Contudo, as máscaras se mostraram um material mais fácil e barato, pois a saturação por grafeno é suficiente para torná-las únicas.

A tecnologia anterior usada pelos pesquisadores oferecia baterias com capacidade de até 10 watts-hora por 1kg, já a "bateria de máscaras" atinge até 98 watts-hora/kg.

Máscaras e baterias

A energia gerada pelas máscaras pode ser usada em eletrodomésticos, relógios, lâmpadas, entre outros produtos. Felizmente, equipe também planeja aplicar a tecnologia para o uso em carros elétricos, usinas solares e outras aplicações.

Conforme revelado pela pesquisa, durante o primeiro grande momento da pandemia, as pessoas ao redor do mundo começaram a usar mais de 130 bilhões de máscaras todos os meses. Ou seja, novas toneladas de materiais descartáveis estão sendo transformados em lixo todos os meses, assim, a nova iniciativa também deve ajudar a diminuir a poluição da natureza.

ARTIGO Journal of Energy Storage: doi.org/10.1016/j.est.2021.103818

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