Punho de Ferro: o que achamos da 2ª temporada (opinião)

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A primeira temporada de Punho de Ferro, uma das séries dos “Heróis de Rua” do Marvel Studios na Netflix, só não foi um desastre porque pelo menos serviu para introduzir o personagem e ampliar o Universo Cinematográfico Marvel (ou MCU, em inglês) — afinal, o personagem atualmente faz parte de uma força primordial na Marvel Comics e traz um legado de várias gerações. A segunda, ainda que não consiga apagar completamente as manchas do ano anterior, supera a categoria “assístível” e, por incrível que pareça, chega ao patamar de bom.

Então vamos à crítica, sem spoilers. Bem, a trama começa com Danny Rand (Finn Jones) atuando como um vigilante, enquanto divide o teto com a namorada Colleen Wing (Jessica Henwick). Ela, por sua vez, deixou a vida de combatente do crime de lado e passou a ser voluntária em um abrigo para os necessitados.

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A chegada de Mary (Alice Eve) uma misteriosa artista, que possui dupla personalidade; e a aliança entre Davos (Sacha Dhawan) e Joy Meachum (Jessica Stroup) começam a se desenhar como uma ameaça ao imortal Punho de Ferro — que questiona aos poucos seus reais objetivos e até mesmo o destino das forças vindas do dragão Shou-Lao.

Lutas melhores e escolhas corretas

Durante a produção desta segunda temporada, o coordenador de lutas da adaptação do Pantera Negra, Clay Barber, havia deixado escapar que trabalhou nas coreografias. Sua inspiração teriam sido os filmes “old school” de Jackie Chan. E isso é realmente visível em todos os capítulos. Os combates ficaram muito melhores e exigiram muito menos truques de edição ou cabos no estilo “wire-fu”.

Finn Jones parece mais à vontade com o personagem e já compreende melhor o que esta versão do Punho de Ferro deve ser, algo mais na linha de um “protetor da força” do que alguém que efetivamente a usa para detonar tudo o que há pela frente. Isso pode desapontar um pouco quem quer ver Danny Rand em sua fúria total e completa forma. Mas faz sentido a médio e longo prazo.

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Jessica Henwick sempre trabalhou bem e dela é que vêm as melhores sequências de ação, algumas que realmente fariam inveja a Jackie Chan. Como bônus, ainda temos a presença massiva das “Filhas do Dragão”: Colleen atua boa parte dos episódios em conjunto com Misty Knight (Simone Missick), algo que deixa os fãs dos quadrinhos sorridentes.

Bom desenvolvimentos dos vilões

Se Bakuto (Ramón Rodríguez), Jeri Hogarth (Carrie-Anne Moss) e Harold Meachum (David Wenham) não foram assim os vilões que todos esperavam na primeira temporada, Davos, Joy e Mary compensam tudo o que não aconteceu antes. Eles são construídos lentamente e suas motivações, assim como a maneira de agir, são coerentes e evocam suas contrapartes de papel.

Nos quadrinhos, Davos é o Serpente de Aço, um lutador da cidade mágica de K’un-Lun obcecado pelo Punho de Ferro que rastreia Danny Rand em Nova York para roubar seu poder — algo que eventualmente ele consegue. Seu passado é um pouco diferente na série, mas tem tudo a ver com sua história original e ele serve como um contraste para o protagonista — e tudo o que ele poderia vir a ser caso trilhasse um caminho diferente.

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Já Mary Tyfoide é bem interpretada por Alice Eve e apresenta bem o conflito de personalidades da vilã, que nos quadrinhos já foi usada de maneiras muito interessantes — algumas das quais devem ter influenciado essa adaptação. Sua transformação para sua “forma completa” é algo curioso e que pode ser explorado futuramente no MCU.

O olhar “humano convencional”

A novelinha mexicana da família Meachum, que sempre trouxe uma história paralela de jogo de poder em Wall Street para contrapor à ação mística oriental, aqui ficou enxuta e tem um papel muito importante — ainda que algumas de suas sequências sejam realmente tórridas.

No meio de tanta gente conectada com algum poder ou algo extraordinário, são os irmãos Joy e Ward (Tom Pelphrey) que trazem o “olhar comum” e o drama para a vida de Danny Rand — e nos dá algo mais fácil para nos relacionarmos.

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Em termos de comparação, quando isso não acontece, é só você olhar para as temporadas 2 e 3 de Flash, em que simplesmente quase não há humanos normais nos episódios: afinal, quem esses heróis estão salvando?

Easter eggs e continuação

Outro acerto são as várias referências, que inclusive abrem várias portas para a terceira temporada — tudo indica que ela está a caminho. A própria conclusão evoca um dos Punhos de Ferro do passado, Orson Randall, que costumava usar armas.

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Em outro momento, há citações a um código de emergência “616”, que aponta para a numeração do chamado “universo tradicional” da Marvel; o passado de Mary é atribuído a um confinamento em Sokovia, local onde se passa a conclusão de “Vingadores: A Era de Ultron”; e existem várias menções aos outros personagens e acontecimentos das séries da Netflix.

Maiores falhas

Bem, a ausência de um tom que lembre mais aqueles filmes de kung fu dos anos 70 ou algo na linha mística deixam o seriado um tanto quanto sem identidade. Além disso, vários dos plots apresentados na primeira temporada, simplesmente desapareceram — o que aconteceu de fato com K’un-Lun e Danny Rand, afinal de contas, não iria saber mais sobre isso?

Até parece que essa é a primeira temporada, muita coisa foi simplesmente limada, reduzida ou esquecida, em prol de uma história mais simples. Além disso, alguns atores, como a própria intérprete de Misty Knight, oscilam na interpretação — o que se agrava com vários diálogos insossos e preguiçosos. Isso arrasta um pouco a trama e em alguns momentos tudo fica muito previsível.

Vale a pena?

Bem, se você não viu a primeira temporada (ou Os Defensores) ou sequer sabe muito sobre o personagem, talvez não se interesse muito, até porque aqui o mais importante é o desenvolvimento dos personagens e as mudanças de status.

Já se conseguiu terminar o primeiro ano e é fã dos quadrinhos, há uma certa esperança por aqui. Muitas das escolhas favorecem as raízes dos personagens — a trama e todos os que estão nela são bem fieis à revistas. Além disso, como são menos episódios do que a média, dez, então fica mais fácil de digerir.

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Embora não seja a recuperação completa do que foi a estreia, a segunda temporada de Punho de Ferro é melhor e traz até alguns itens interessantes para o MCU, incluindo a possibilidade de uma melhor terceira temporada e narrativas derivadas/conectadas nas outras séries.

A matéria "Crítica: o que achamos da segunda temporada de Punho de Ferro" foi escrita por Claudio Yuge para o Tecmundo, um site da empresa NZN junto com o Minha Série.

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