Ore Brasil: os números do maior navio de carga de minérios do mundo

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O maior navio de transporte de minérios do mundo é de uma empresa que trabalha aqui no Brasil, a Vale. Anteriormente chamado de Vale Brasil, hoje o navio de carga se chama Ore Brasil e é considerado uma das grandes obras da engenharia mundial — e os motivos para isso você vai entender quando chegarmos aos impressionantes números do transportador.

Este navio está fazendo a rota entre Brasil e China desde 2011, sendo um dos principais equipamentos de transporte de minérios do mundo. Vale dizer que, apesar de ele ser utilizado por uma empresa brasileira, a bandeira que vemos no navio é de Singapura. Isso acontece porque a equipe de comando e a empresa responsável pelas navegações são de lá — um país com boas relações diplomáticas com a China.

Os números

Como já dissemos, o Ore Brasil é considerado o maior navio de transporte de minérios do mundo. Ele possui 362 metros de comprimento e 65 metros de largura. Quando falamos sobre a altura do navio, podemos citar que ele chega aos 56 metros — considerando também o mastro dele. Apenas para comparação, ele tem uma Torre Eiffel de comprimento e um Cristo Redentor de altura.

Com sete porões, ele é capaz de fazer um transporte de até 400 mil toneladas em cada viagem — sendo que este valor soma carga, combustível, água para a tripulação, água para balanço, mantimentos, tripulação e passageiros. Quando todo esse peso é atingido, o navio é capaz de ficar 23 metros para dentro da água sem sofrer dificuldades de estabilização.

Um navio com essas proporções não é o mais veloz do mundo, por razões de peso e também por questões de segurança. A velocidade média das grandes viagens é de 15 nós, o que significa que ele pode navegar 27,78 quilômetros por hora. Com isso, é natural que a viagem entre o Brasil e a Ásia dure mais de um mês até que seja completada.

Dificuldades das dimensões

Por causa das grandes dimensões, você pode imaginar que não é nada fácil manobrar o MS Ore Brasil. Enquanto um carro pode fazer manobras em espaços diminutos e que pouco passam do seu próprio tamanho, o navio de 362 metros de comprimento precisa de um raio com cerca de 3,7 quilômetros para conseguir ser ajustado às entradas dos portos que o suportam.

Quando o peso de 400 mil toneladas é atingido — com a utilização de até 15 mil contêineres —, não são todos os portos que conseguem recebê-lo. Por isso, atualmente são poucos os locais onde o navio gigantesco é capaz de atracar. Aqui no Brasil, por exemplo, somente os portos de Ponta da Madeira (no Maranhão) e Tubarão (Espírito Santo) são compatíveis com as cargas dele.

Mesmo assim, por causa das grandes dimensões e das enormes capacidades do navio, o transporte pode ter redução de até US$ 6 por tonelada. Ou seja: se considerarmos uma viagem com 120 mil toneladas de carga, a Vale economizaria US$ 720 mil. E isso certamente é algo que agrada os investidores mais exigentes.

Embargos na China

Como já dissemos, o navio da Vale pode transportar até 400 mil toneladas de minérios. Isso vai muito além do que suportam grandes portos de todo o mundo. E por algum tempo, nem mesmo os grandes portos chineses eram compatíveis com a embarcação — mas por razões de legislação.

O Ore Brasil foi comprado para levar as cargas do Brasil até a China — reduzindo custos e aumentando os ganhos da Vale. E para proteger os minérios da própria China, o governo do país decidiu que os navios com dimensões tão grandes não poderiam mais atracar nos portos do local. Ou seja: o navio da Vale não seria mais permitido por lá.

Por causa disso, os projetos do Ore Brasil foram modificados para deixar o limite mais baixo, em 360 mil toneladas. Depois de denúncias apontando para mudanças apenas nos projetos, mas não nas reais cargas, a China reduziu novamente o limite, e o desembarque do Ore Brasil ficou sob embargo.

Em 2014, a Vale assinou acordos para alugar navios da Cosco — o maior conglomerado para transportes marítimos na China —, o que facilitou a diplomacia entre as duas partes. Pouco depois, em 2015, a China retirou os embargos e passou a receber navios de 400 mil toneladas em seus portos — Qingdao, Dalian, Tangshan Caofeidian e Ningbo são os principais.

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