Entenda as diferenças entre herói, anti-herói e vilão nos filmes e séries

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A palavra “herói”, em sua origem, significa proteger e servir. Ela, geralmente, está ligada à figura de alguém que se sacrifica e que está disposto a abrir mão de suas próprias necessidades em benefício de outros ou de crescimento pessoal.

O herói é um arquétipo que reúne em si os atributos necessários para superar de forma excepcional problemas de dimensões épicas. Para a mitologia grega, ele estava na posição intermediária entre os deuses e os homens, sendo, em geral, filho de um deus com uma mortal ou vice-versa. Ou seja, um semideus.

O que é um vilão, afinal?

O vilão, por outro lado, é o antagonista da história. Ele normalmente é movido por ideologias radicais e quer mudar o mundo de acordo com elas, seja por bem (o que quase nunca é o caso) ou por mal. Ele, normalmente, enxerga sua solução como a única opção viável. É como se suas apostas para uma sociedade mais aceitável fossem verdades absolutas e nada o pudesse fazer desistir delas.

Além disso, o vilão costuma ser um anarquista e, em muitas vezes, seu objetivo principal é causar a discórdia ou o ódio. Mas mais do que tudo isso, ele, geralmente, é uma figura maligna. O que pode ser fruto do seu passado ou do meio em que vive, por exemplo. Por isso, causar o mal, sem se preocupar com as consequências, é um de seus prazeres.

Vilões podem ser monstros, seres ancestrais, deuses da destruição e até pessoas comuns, dependendo do contexto.

Como identificar um anti-herói?

Já o anti-herói está em uma área cinzenta entre o vilão e o herói. Por isso, há momentos em que ele é desagradável, mas em outros é extremamente encantador. São as suas qualidades paradoxais que fazem com que ele se assemelhe às pessoas reais — mais do que qualquer outro tipo de personagem da ficção.

Geralmente, é um personagem cheio de nuances e detalhes característicos. A nova roupagem que foi dada ao Coringa em seu último longa, lançado em 2019 e interpretado por Joaquin Phoenix, por exemplo, é uma marca e tanto!

Para identificar os anti-heróis, leve em conta o seguinte:

- Apesar de suas imperfeições, secretamente gostaríamos de nos comportar como eles

- Eles são motivados pela autopreservação e por interesses próprios, mas diferentemente dos vilões, há uma barreira que eles não ousam cruzar

- O que os motiva pode variar da vingança à honra

- O errado sempre lhes parece mais fácil

- Eles costumam jogar dos dois lados, aproveitando o que bandidos e mocinhos têm a lhes oferecer

- Eles são cheios de contradições e podem ter um arco no qual se redimem até o final da história.

Outra questão que deve ser levada em conta para identificar um anti-herói é a de que ele, geralmente, tem algo escondido em seu passado. Pode ser um trauma, que o levou a ser quem ele é, por exemplo. Isso prova que, assim como acontece na realidade, o anti-herói é fruto do seu passado, principalmente das perdas profundas que, talvez, tenha sofrido.

E é essa história de vida que costuma atrapalhar seus planos no presente. Aliás, quando o anti-herói é o protagonista do filme, ele costuma retratar como é difícil escapar do passado e das cicatrizes profundas que ele pode deixar.

Ah, e se você quiser se aprofundar um pouco mais na figura do anti-herói e analisar na prática alguns deles, a Betway Cassino Online montou um infográfico com os anti-heróis mais consagrados das telonas  para você entendê-los ainda melhor!

Por que nos identificamos com anti-heróis?

Em 1899, Sigmund Freud apresentou um mapa do Aparelho Psíquico e afirmava que nossa psique era dividida em três instâncias que interagem entre si: o ID, o ego e o superego.

O ID corresponde ao puro instinto, à impulsividade. Desconhece completamente os limites ou a lógica.

O superego representa os pensamentos éticos e morais internalizados, a recompensa social em seguir regras. Os objetivos principais são inibir impulsos, forçar comportamentos aceitos pela sociedade e nos conduzir à ideia de perfeição, ainda que ela seja inalcançável.

O ego, basicamente, é o que media essas duas instâncias, equilibrando o primitivo e o socialmente correto.

Gostar de um determinado personagem é um artifício usado pela nossa mente para trazer instintos à tona de maneira admissível. No caso dos anti-heróis, que cometem atos questionáveis e duvidosos, eles seriam o espelho do nosso ID em diferentes escalas.

Transformar impulsos rejeitados pela norma coletiva em um personagem e não ser responsável por isso é o que causa o reconhecimento imediato.

Passamos a aliviar esses desejos irracionais - destaque para irracionais - na ficção, afinal, ela está distante, não nos traz nenhum prejuízo e nem nos envergonha perante o mundo. Temos o êxtase com as ações sórdidas do anti-herói com o ID para logo entendermos que escolhas erradas podem trazer consequências pesadas no final - papel do superego.

Taxi Driver, por exemplo, é um poderosíssimo conto existencial urbano, cujo protagonista é um homem psicologicamente instável, retrato simbólico do isolamento individual nas grandes metrópoles. Travis Bickle trabalha como motorista de táxi à noite, ocupação que o coloca numa posição de observador passivo de uma dinâmica social pervertida – a decadente Nova Iorque noturna, com a sua miséria, tráfico, prostituição e demais sinais de desapego e decadência – que rapidamente aprende a desprezar.

A sua dimensão psicológica é dominada por pensamentos intrusivos acerca da sociedade corrompida que o envolve, provocando-lhe uma crescente agitação interna que determina seu comportamento durante o longa. A procura, sem sucesso, de afeto e de estímulos que permitam dar sentido à sua existência, confluem com o ímpeto de expurgar as ruas da cidade da sua imundície: essa é a metamorfose do personagem. É crível. É palpável.

Ele é a insuportabilidade do real no estado mais bruto, conduzida a uma cena final arrebatadora que marca um dos momentos mais impressionantes e bem dirigidos de todos os tempos. Travis Bickle lembra, através da direção emotiva e cheia de ansiedade de Scorsese, que uma boa dose de repulsa entre os homens sempre será um ingrediente natural da vida.

Exatamente por isso, por esses exemplos, que amamos os anti-heróis. Porque eles falham, porque eles procuram a redenção e a vingança, porque eles não pensam no melhor para o mundo, mas para si mesmos, porque eles são incompreendidos, porque eles são complexos e cheios de dúvidas e porque, finalmente, eles são como nós — frágeis e imperfeitos, sempre em busca por um lugar no mundo.

Texto via Betway.

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