Chernobyl (crítica): minissérie rapidamente se torna um dos dramas indispensáveis da TV

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Cinco episódios foram suficientes para que Chernobyl deixasse sua marca na história da TV americana. A minissérie da HBO pegou todos de surpresa com uma quase unanimidade de crítica, mas principalmente ao conseguir atingir um público muito mais amplo do que os tradicionais espectadores da emissora – talvez com uma ajudinha da visibilidade dos trailers e do boom de assinaturas que o canal premium conseguiu com o final de Game of Thrones.

Seja como for, o sucesso não é feito apenas de “lugar certo, na hora certa”. Chernobyl é um drama de época que impressiona em sua reconstituição histórica do desastre nuclear de 1986, que, para muitos, significou o começo do fim da União Soviética.

Stellan Skarsgård e Jared Harris são os protagonistas da minissérie Chernobyl (Imagem: Divulgação/HBO)

Baseado no livro “As Vozes de Tchernóbil: Crônica do Futuro”, da escritora vencedora do Nobel Svetlana Aleksiévitch, Chernobyl utiliza personagens secundários para representar todos os grupos afetados pela tragédia.

São alguns deles: os operadores da planta nuclear; os bombeiros, primeiros a serem pegos no olho do furacão; civis e mulheres grávidas da cidade de Pripyat que tiveram que lidar com os efeitos da radiação; e até mesmo os soldados que participaram das evacuações e da contenção do núcleo – sabendo que estavam condenados no momento em que chegaram ao local.

Robert Emms e Sam Troughton interpretam os operadores Toptunov e Akimov (Imagem: Divulgação/HBO)

No terceiro episódio, conhecemos o trabalho dos mineiros que preveniram o desastre de Chernobyl de se tornar uma tragédia ainda maior. Um sacrifício não só emocionante, mas que toma tons divertidos pelo fato desses homens (principalmente na figura de seu líder) serem retratados como pessoas tão sem nada a perder que desafiam a autoridade do ameaçador governo da URSS.

Já o horror da radioatividade é reforçado com a retratação de “bio-rôbos” e da unidade de controle de animais deixados para trás nas evacuações, nada mais do que um grupo de exterminadores.

(Imagem: Divulgação/HBO)

A série também se sustenta na força de seu elenco. Nomes consagrados do cinema como Stellan Skarsgård, Jared Harris e Emily Watson lideram uma coleção de atores afinados – e o fato de a produção ter optado pela “liberdade criativa” de seus personagens (se não todos, em sua grande maioria russos) falarem inglês, é uma escolha comercial completamente compreensível.

Stellan Skarsgård, Emily Watson e Jared Harris na minissérie Chernobyl (Imagem: Divulgação/HBO)

Aliás, vale apontar que todos os personagens principais são pessoas reais, dos políticos do alto escalão e trabalhadores da Usina de Chernobyl, ao casal Lyudmilla e Vasily Ignatenko. A exceção é a Dra. Ulana Khomyuk que representa dezenas de cientistas que investigaram o caso.

Leia também: Chernobyl: saiba quem são os personagens na vida real

Jessie Buckley vive Lyudmilla Ignatenko, figura real retratada na minissérie Chernobyl (Imagem: Divulgação/HBO)

Mas a grande mensagem da série é a frase que inicia e encerra a minissérie: “Qual é o custo de mentiras?”. Valery Legasov se faz essa pergunta mais de uma vez ao perceber que, apesar de ter sido um acidente, a explosão de Chernobyl foi uma falha possível apenas por conta da preocupação egoísta das autoridades soviéticas em esconder sua real condição perante a comunidade internacional. Segredos mantidos até mesmo de sua própria população, e que só aumentaram a extensão da tragédia.

(Imagem: Divulgação/HBO)

O último episódio de Chernobyl vai ao ar esta sexta-feira, 7 de junho, no canal HBO do Brasil, mas os quatro primeiros episódios da minissérie já estão disponíveis no HBO GO.

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