Imagem de Dragon Quest Heroes: The World Tree's Woe and the Blight Below
Imagem de Dragon Quest Heroes: The World Tree's Woe and the Blight Below

Dragon Quest Heroes: The World Tree's Woe and the Blight Below

Nota do Voxel
80

O jeito certo de levar uma série de sucesso para um campo diferente

Por muito tempo, a série Dragon Quest ocupa lugar de destaque entre as franquias de RPG. Seu principal rival, Final Fantasy, vem se aventurando em outras praias há algum tempo e adquirindo relativo sucesso nessas empreitadas, portanto era uma questão de tempo até que a Square Enix decidisse fazer um pouco mais disso com uma de suas principais cartas.

O resultado dessa aposta pode ser conferido em Dragon Quest Heroes: The World Tree’s Woe and the Blight Below. Com o auxílio da Koei Tecmo, a Square Enix transportou diversos elementos de uma de suas principais séries para o campo dos jogos de ação no qual os personagens devem lidar com uma horda de inimigos da melhor forma possível ao mesmo tempo em que fazem o que está ao alcance para sobreviver.

Antes que se pergunte: sim, você já viu isso anteriormente em Dynasty Warriors, e mais recentemente a Nintendo também decidiu fazer o mesmo com The Legend of Zelda em Hyrule Warriors. Para a sorte dos fãs de Dragon Quest, a Square Enix conseguiu colocar, no mesmo game, diversos elementos que certamente vão cair no gosto do público.

Quando mundos colidem

A história de Dragon Quest Heroes: The World Tree’s Woe and the Blight Below começa quando Luceus e Aurora estão se divertindo tranquilamente em uma feira na qual humanos e monstros convivem pacificamente. Tudo corria bem até o momento em que uma nuvem se espalhou pela cidade e fez com que as criaturas passassem a se tornar agressivas e começassem um ataque contra todos que estavam no caminho – exceção feita a Healix, slime (um healslime, para ser mais exato) que acompanha a dupla e que, por algum motivo, manteve sua consciência intacta.

Temendo pelo pior, a dupla, juntamente com Healix, ruma para o castelo de Arba para ver se King Doric está bem. Chegando lá, encontram o monarca usando suas melhores habilidades para defender o palácio da ação dos invasores. Pouco tempo depois, eles descobrem que a situação é ainda pior e decidem seguir em uma jornada para descobrir o que está acontecendo antes que seja tarde demais.

E como desgraça pouca é bobagem, eles descobrem que várias cidades nos arredores de Arba estão passando por problemas. Não bastasse isso, por algum motivo misterioso habitantes de outros mundos (por mundos entenda outros guerreiros conhecidos da série Dragon Quest) dessem as caras em cidades nas quais eles nunca colocaram os pés. O seu objetivo? Descobrir o motivo de tudo isso estar acontecendo e, de quebra, botar a casa em ordem.

Novo, mas igual

A primeira coisa que vale ser mencionada é o fato de que este game está bem longe de ser algo do tipo “pega os carinhas do Dragon Quest, usa a mecânica de Dynasty Warriors e espera a máquina começar a imprimir dinheiro”. Na verdade, a Square Enix fez questão de manter o DNA da sua série, e essa foi a decisão mais acertada da companhia.

Diferente de outros títulos que tentaram seguir essa fórmula, Dragon Quest Heroes aposta em combates nos quais o jogador acompanha um grupo de quatro heróis e pode alternar entre eles sempre que quiser. Isso faz com que as coisas se tornem um pouco mais dinâmicas, especialmente quando observamos o elenco que compõe o grupo principal.

Os personagens aqui podem ser divididos em três grupos: os que são focados em ataques (como Luceus, Doric e Yangus), os que atacam de uma distância relativamente segura (como Isla e Bianca) e os mais focados no uso de magias (Jessica e Maya integram esse grupo). Ter um time com pelo menos um membro de cada “classe” vai se mostrar útil em diversos momentos, especialmente pelo fato de que você nunca sabe que tipo de inimigo vai encontrar no caminho.

Isso, aliás, é algo digno de nota: o fato de envolver o uso de magias na já conhecida mecânica de esmagar o botão de ataque (e, em raríssimas ocasiões, o de defesa) altera um pouco o ritmo das coisas, já que não serão poucas as vezes em que você vai se ver recorrendo aos encantamentos para enfraquecer os inimigos ou mesmo para auxiliar os aliados (Kiryl e Jessica, por exemplo, possuem habilidades de suporte), fazendo com que o título mantenha suas raízes bem estruturadas.

As habilidades, aliás, são as mesmas vistas em títulos da série e seguem o mesmo padrão visto em outras oportunidades. Os protagonistas Luceus e Aurora, por exemplo, são os únicos usuários de Zap e suas variações, enquanto Kiryl ficou com Kabuff e Whack. Jessica tem acesso a Crack, Bianca a Frizz e por aí vai, fazendo com que os que curtiram os RPGs consigam reconhecer os elementos principais da série neste título.

Pacote completo e um pouco mais

Enquanto estiver no campo de batalha, também será possível perceber que o título vai um pouco além da dinâmica de seguir destruindo tudo e todos que estão no mapa. Em algumas ocasiões, você também terá que trabalhar em um esquema de defesa de torres, se esforçando para livrar o mapa de ameaças ao mesmo tempo em que se preocupa com um alvo específico.

Para auxiliar nessa jornada (e também para pegar o gancho de que humanos e monstros eram amigos anteriormente), você pode coletar medalhas que estão nos mapas e permitem invocar o monstro que está gravado nela para ajudar. Eles estão divididos em dois tipos: os que permanecem no cenário atacando quem se mete a besta e aqueles que aparecem, fazem algo e somem em seguida, e também possuem um custo (medido pelo espaço que ocupam numa barra especial) – logo, quanto mais fortes as criaturas, menos auxílios simultâneos.

Por falar em medalhas, essas não são as únicas que você vai encontrar por aqui. Durante as andanças, haverá a oportunidade de coletar Mini Medals, que podem ser trocadas por brindes diversos com um NPC específico. Também é possível obtê-las ao concluir desafios como derrotar um determinado número de monstros, cumprir missões paralelas (algumas delas, aliás, melhoram outros parâmetros, como o número de itens que você pode carregar na mochila a aumento no número de slots para monstros aliados) e por aí vai.

Para aqueles que provavelmente já estão se perguntando: sim, também é possível construir itens utilizando o pote mágico, gerenciar o seu grupo ao visitar Patty e até mesmo curtir o fato de que é possível coletar diversos mapas num esquema similar ao visto em Dragon Quest IX: Sentinels of the Starring Sky: após obtê-los, basta seguir para o lugar indicado, derrotar os monstros e obter um tesouro, ampliando um pouco mais o tempo de jogo (que não é nada curto, diga-se de passagem).

Nem tudo saiu tão perfeito

Mesmo com tantos pontos a favor, Dragon Quest Heroes peca em alguns aspectos cruciais. O primeiro deles está no fato de que aqueles que estão acostumados com o ritmo da série podem estranhar o fato de que não há liberdade para andar pelos mapas do jogo. Basicamente, o seu trajeto será ir para a ação, voltar para a área de preparação para comprar equipamentos e salvar o jogo e refazer o processo. Talvez isso não seja um problema para os fãs de Dynasty Warriors, mas aqueles que curtiram Dragon Quest podem torcer um pouco o nariz.

Além disso, é preciso mencionar que alguns podem se irritar com King Doric. Nada contra ser o rei que quer bancar o boladão capaz de detonar um exército inteiro com poucos golpes, mas alguém pode explicar por que ele precisa dar risada praticamente a cada frase dita? Chega a ser estranho ver que, em alguns casos, ela até destoa um pouco do contexto apresentado, o que é uma pena quando descobrimos que ele se desenvolve de uma forma muito boa após um determinado evento do jogo.

Por fim, também é de se lamentar a ausência de uma modalidade multiplayer, pois seria extremamente divertido ver diversos fãs da série trabalhando em conjunto, cada um controlando o seu personagem favorito, para derrotar as hordas de monstros que decidirem entrar no caminho.

Vale a pena?

Mesmo com os problemas mencionados acima, Dragon Quest Heroes: The World Tree’s Woe and the Blight Below consegue, de forma competente, unir o que há de melhor nas séries Dynasty Warriors e Dragon Quest, com apelo para que ambos os públicos encontrem formas de se divertir por aqui.

Entre os pontos fortes do game podemos destacar a inclusão de magias e a possibilidade de seguir para o campo de batalha acompanhado de três outros personagens (um multiplayer faz falta aqui para deixar tudo mais divertido), além do sistema de medalhas para invocar monstros e outro elementos característicos da série, como missões paralelas e possibilidade de criar itens.

Os traços de Akira Toriyama também conferem um charme extra ao game, além de dar uma ideia daquilo que podemos esperar, ao menos no que diz respeito ao visual, de Dragon Quest XI: In Search of Departed Time. Ainda não há uma data de lançamento para o próximo episódio da série, mas tenha certeza de que, até que isso aconteça, você certamente vai se divertir com que é apresentado aqui.

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Pontos Positivos
  • Alguns dos personagens mais populares da série para montar o seu grupo
  • Possibilidade de usar golpes físicos e magias nos combates
  • Sistema de invocar monstros para ajudar nos combates
  • Vários elementos que fizeram sucesso em Dragon Quest, como coletar medalhas e criar itens
  • Cavernas de tesouro ampliam o tempo extra de jogatina
Pontos Negativos
  • Faltou uma modalidade multiplayer
  • King Doric é um personagem que irrita por algum tempo
  • Você não pode andar pelo mapa mundi, apenas nas áreas de combate e de preparação