Imagem de Killer Instinct
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Killer Instinct

Nota do Voxel
85

Simplicidade é a alma da pancadaria de qualidade

Killer Instinct é um nome que até hoje gera muita alegria no coração dos jogadores mais hardcore de games luta ao mesmo tempo em que traz péssimas lembranças. Em meados de 1994, a Rare lançou o primeiro título da série nos arcades de todo o mundo, que na sequência foi transportado para o Super Nintendo, formando um belo cartel de fãs.

Um ano mais tarde e com o apoio da Nintendo, a desenvolvedora lançou o segundo número de seu jogo mais uma vez primeiramente nos arcades. Vale dizer que, mais tarde, uma versão chamada “Gold” foi lançada para o Nintendo 64. Nesse ponto, a franquia já havia consolidado duas espécies de jogadores em relação aos seus games: aqueles que eram completamente loucos de paixão por eles e aqueles que os odiavam.

Com esse sentimento de amor e ódio tão presentes, para algumas pessoas foi realmente uma surpresa se deparar com o anúncio de uma versão remasterizada de Killer Instinct, justamente para o novíssimo console da oitava geração da Microsoft. E mais: a produção é exclusiva do Xbox One e conta com uma espécie bastante diferenciada em seu lançamento.

Gratuito, mas pago

Explicando melhor, o reboot do jogo chegou ao mercado ao mesmo tempo em que a sua plataforma e ele pode ser adquirido de forma gratuita pelos gamers. Mas, nesse formato, o game traz apenas um lutador (Jago) e uma gama praticamente mínima de desafios a serem cumpridos pelos jogadores. Os demais personagens precisam ser adquiridos por meio de microtransações.

No entanto, a nova desenvolvedora (Double Helix) está disponibilizando os novos gladiadores com muita paciência, e ela já anunciou que o modo Arcade somente será lançado depois que todos os personagens estiverem prontos. Dessa maneira, para se conseguir uma melhor experiência com o título no dia de hoje, é preciso desembolsar em torno de R$ 80, no intuito de adquirir cinco lutadores, além da primeira versão do título que rodava nos arcades há mais de 20 anos.

Depois de todo esse tempo, será que a Double Helix conseguirá manter aquilo que fazia sucesso na década de 1990 e aproveitar o fabuloso potencial mecânico da oitava geração de consoles para reerguer uma das franquias mais conhecidas do mundo dos games? Vamos conferir.

Killer Instinct é um orgulhoso reboot de um jogo nascido em 1994, que conseguiu causar sentimentos de amor e ódio em seus fãs. A Double Helix parece ter estudado a fundo os pontos positivos das produções anteriores a ponto de conseguir reproduzi-las magistralmente bem em uma obra que inaugura o gênero de lutas na oitava geração de consoles.

Quando o reboot foi anunciado, muitos temeram que o game estava sendo produzido apenas como uma forma de “apelar” aos mais nostálgicos, principalmente porque a produtora original do game, a Rare, não é mais a mesma dos dois jogos anteriores. Felizmente, a Double Helix fez um trabalho excelente e não só trouxe o espírito de Killer Instinct novamente à tona, mas criou novos recursos e desenvolveu ainda mais o sistema de jogo para criar um game que consegue agradar tanto aos mais nostálgicos quanto aos novos jogadores.

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Mesmo que Killer Instinct não use muito do potencial motor do Xbox One e que tecnicamente alguns detalhes poderiam ter sido trabalhados com mais carinho, a jogabilidade é o ponto que claramente mais se destaca durante a experiência com a obra. Combos, combos e mais combos podem (e devem) ser desferidos em seus inimigos, sendo que a estratégia entre as lutas é um requisito para quem quiser sair vencedor de cada confronto.

Para que ninguém fique por fora de como a mecânica de pancadaria funciona, o título oferece um tutorial em formato de treinamento, que explica passo a passo como se tornar um mestre em esmagar conscientemente os botões de seu controle novinho. Além disso, o as dificuldades existentes no modo de luta contra a CPU são ótimas, principalmente o modo “Kyle”, no qual os lutadores geram verdadeiros desafios até para os gamers mais experientes.

A repetitividade das batalhas, a pouca variedade de personagens e alguns momentos de desequilíbrio podem tornar sua experiência um pouquinho maçante, mas tudo isso tende a se resolver com a chegada de novos lutadores e com a adesão de mais pessoas nas modalidades online.

Portanto, podemos concluir que o reboot da nova geração é um título que conseguiu reestabelecer um padrão para sua quase esquecida franquia ao mesmo tempo que mostra o quão longe estamos de uma maior exigência do poder de processamento do Xbox One. Se você é fã de jogos de luta e gosta de uma ação frenética equilibrada — não tão frenética quanto Marvel x Capcom e mais ágil que Street Fighter —, então você certamente vai curtir Killer Instinct. Vale a pena!

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