Imagem de Lara Croft and the Temple of Osiris
Imagem de Lara Croft and the Temple of Osiris

Lara Croft and the Temple of Osiris

Nota do Voxel
80

Sem drama, Temple of Osiris é uma homenagem aos Tomb Raider do passado

Em 2013, com seu reboot da série Tomb Raider, a Crystal Dynamics mudou a maneira como encaramos a heroína Lara Croft. Embora habilidosa, a personagem surgiu de forma um tanto fragilizada e inexperiente, sendo forçada a desenvolver contra sua vontade diversas habilidades de sobrevivência.

Apesar de ser essa a imagem que Lara vai manter (e transformar) em Rise of the Tomb Raider, o mesmo não pode ser dito do que é apresentando em Lara Croft and the Temple of Osiris. Aqui, temos a protagonista de volta à sua “forma clássica”, com direito a uma postura mais confiante e à interação com figuras mitológicas como os deuses Ísis e Osiris.

Praticamente uma homenagem aos antigos games da série para o PlayStation 1, a aventura paralela deixa de lado questionamentos éticos e o desenvolvimento de personagens. Aqui, seu único objetivo é explorar ambientes em uma mistura de ação com quebra-cabeças leves que serve perfeitamente bem para preencher uma tarde vazia — embora não consiga necessariamente ir além disso.

Aventura paralela

Mais do que se inspirar no reboot da série, Temple of the Osiris segue à risca a fórmula estabelecida por The Guardian of Light, spin off lançado em 2010. Na pele da heroína que dá nome ao título ou de um de seus três companheiros, cabe a você explorar diversos cenários coletando itens, matando inimigos e resolvendo alguns desafios com complexidade crescente.

Ao contrário das aventuras principais, que adotam uma perspectiva em terceira pessoa, o game da Crystal Dynamics adota uma visão isométrica para mostrar sua ação. Com isso, se torna mais fácil observar os elementos que surgem na tela, embora essa perspectiva cobre certo preço.

Caso você esteja jogando com outras pessoas (tanto de forma local quanto online), prepare-se para ter que lidar com uma câmera que se mostra bastante distante da ação em vários momentos. Com isso, processos que envolvem pular de plataformas ou desviar de inimigos, por exemplo, se tornam mais trabalhosos que o necessário e acabam atrapalhando um pouco.

As mortes acidentais causadas por situações do tipo são um tanto frustrantes, já que acabam com seu multiplicador de pontos — e fazem você voltar a checkpoints anteriores no caso de partidas single player. Caso você esteja junto a outros jogadores, o problema permanece, mas é minimizado pelo fato de que é possível reviver seus companheiros (ou ser revivido por eles).

Felizmente, isso não se mostra suficiente para fazer você se esquecer das partes divertidas do game. Ao contrário do que acontece no reboot da série, a Lara Croft de Temple of Osiris não vê problema algum em matar seus inimigos, que incluem diversas criaturas mitológicas, insetos e mortos-vivos com características variadas.

Para tornar essa tarefa mais fácil, conforme você progride são desbloqueados novos armamentos, em uma lista que inclui metralhadoras, lança-chamas e carabinas, entre outros. Suas habilidades também podem ser aprimoradas por meio de itens especiais que, embora nem sempre fiquem escondidos no cenário, quase sempre exigem certa dose de raciocínio para serem alcançados.

Dinâmica variável

O ponto em que Temple of Osiris mais se difere de seu antecessor, Guardian of Light, é no número de jogadores simultâneos que podem tomar a tela. Enquanto no passado Lara contava com somente um companheiro, agora são três as pessoas que a acompanham em sua aventura — algo que resulta em uma dinâmica bastante variada.

Jogando de forma individual, por exemplo, o jogador tem às suas mãos todas as ferramentas de que precisa para sobreviver — incluindo o cetro responsável por ativar certas habilidades especiais e algumas plataformas. No entanto, basta que outra pessoa entre em jogo para que a protagonista perca essa ferramenta única, o que cria uma dependência maior do companheiro em tela.

A maneira como a Crystal Dynamics construiu seus personagens faz com que cada um deles tenha uma habilidade especial que atua de forma importante durante as partidas. Mesmo que seja difícil não ter uma opção favorita, fato é que nenhuma delas chega a ser mais poderosa ou completa que as demais.

Embora seja um game essencialmente cooperativo, Temple of Osiris também desafia os jogadores a competir entre si pela coleta de diversas joias que surgem pelas fases. Ao final de cada estágio, há uma espécie de “área bônus” em que diversos baús guardam dentro de si itens misteriosos — quanto maior o valor necessário para abri-los, maiores as chances de conseguir um acessório raro.

Assumindo suas raízes no gênero “arcade”, o game permite que você volte quantas vezes julgar necessário a desafios anteriores. Essa característica é especial bem-vinda àqueles que gostam de completar 100% de seus jogos e um tanto necessária visto o fato de que o jogo é um tanto curto — uma tarde em frente ao sofá é mais do que suficiente para chegar até seu final.

Para realmente aproveitar o que a aventura tem a oferecer, recomendamos chegar a seu fim pelo menos duas vezes: uma de forma individual e outra na companhia de outras pessoas. A Crystal Dynamics conseguiu criar experiências que, embora carreguem semelhanças, se mostram suficientemente diferentes para que o jogador queira experimentá-las por completo.

Vale a pena?

Mais do que apresentar sistemas totalmente novos, Temple of Osiris aprimora aquilo que a Crystal Dynamics já havia apresentado com competência em Guardian of the Light. A empresa corrigiu os problemas do capítulo anterior (como a falta de multiplayer online) ao mesmo tempo em que aprimorou mecânicas bem estabelecidas, investindo em uma dinâmica de jogo bastante variada.

No entanto, o novo game continua pecando em quesitos que seu antecessor também deixava a dever. O principal deles é o ângulo de câmera adotado, que falha em dar a distância correta de alguns pontos e torna complicado lidar com elementos que estão em diferentes campos de elevação. Infelizmente, a inclusão de dois personagens adicionais torna esse problema ainda mais agudo, visto que o distanciamento entre eles faz com que os elementos em tela se tornem pequenos e difíceis de enxergar.

No geral, Temple of Osiris é um game divertido, embora um tanto superficial. Apostando principalmente em mecânicas (acompanhadas por uma história bastante rasa), o jogo é uma opção ideal para um fim de semana com os amigos, seja discutindo para chegar à resolução de um quebra-cabeça ou competindo para descobrir quem coleta a maior quantidade de gemas possível.

Embora seja um tanto curto, o título possui um preço compatível com tal característica e conteúdos suficientes para fazer você voltar para uma segunda (ou até mesmo terceira) jogatina. Só não espere encontrar aqui a mesma qualidade ou valores de produção da série principal, cujo verdadeiro sucessor só será visto em Rise of the Tomb Raider.

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Pontos Positivos
  • Dinâmica de jogo muda conforme o número de jogadores
  • Ação simples e divertida
  • Quebra-cabeças intrigantes
Pontos Negativos
  • Câmera atrapalha em muitos momentos
  • Ação se mostra um pouco repetitiva em jogatinas prolongadas