Imagem de Looney Tunes: Acme Arsenal
Imagem de Looney Tunes: Acme Arsenal

Looney Tunes: Acme Arsenal

Nota do Voxel
45

Acme Arsenal? Melhor ir assistir aos desenhos, acredite.

E aí, velhinho. Vá jogar Tiny Toons do Mega Drive que você ganha mais.Looney Tunes: Acme Arsenal é mais um daqueles casos em que um projeto de qualidade duvidosa se apóia em uma grande marca para conseguir algum espaço no mercado. Nesse caso, uma marca responsável por rechear os nossos sábados com as desventuras insanas e divertidas de alguns dos personagens mais carismáticos de todos os tempos.

A bem da verdade, a escolha infeliz começa já no título: Acme Arsenal. Quer dizer, tudo bem que se espera encontrar em Looney Tunes o tipo de violência que inclui um azarado coiote despencando inúmeras vezes de um rochedo ou mesmo falhando miseravelmente no projeto de uma bomba ou um estilingue gigante. Mas, focar uma história desse universo em armas, das quais apenas uma menor parte parece realmente associada aos desenhos? É complicado.

O dos maiores problemas, entretanto, é que Acme Arsenal foi lançado um pouco fora de época. Trata-se de um desses jogos de pancadaria e/ou tiro estilo “hack and slash”, com milhares de inimigos iguais, uma história fraca e uma jogabilidade que deixa qualquer um no comando automático após a segunda ou terceira fase. Quer dizer, há uns bons anos atrás, AA poderia ser simplesmente um título passável, que simplesmente desapareceria após alguns meses.


Entretanto, para os dias de hoje, onde história e jogabilidade se tornaram elementos vitais e extremamente aguardados em qualquer título, algo dessa natureza se tornou verdadeiramente vergonhoso. Você vai bater, atirar, bater, atirar e vai ficar esperando por algum tempero diferente em algum momento, mas ele não virá. Você apenas vai continuar a bater, atirar, bater, atirar...

Poderia ser bom


Acme Arsenal poderia ter sido um jogo bom. A desenvolvedora Red Tribe tinha nas mãos uma das fontes mais genuínas de conhecidas de humor, sem dúvida com inúmeras possibilidades dentro de um jogo bem feito. Infelizmente não foi assim, e o jogo parece realmente qualquer coisa genérica de pancadaria e tiros e uma ação de câmera sofrível.

O que sobra em carisma falta em qualidade.

E a história até começou bem: um misterioso cientista maluco realmente queria por fim em Pernalonga e Cia. Para tanto, inventou uma máquina do tempo com o intuito de enviar montes de robôs descerebrados ao passado para aniquilar os ancestrais dos personagens. É aquela coisa: “Um Boeing para atravessar a rua”. Mas até aí tudo bem, afinal, é Looney Tunes.

Ação ou loteria?

Todavia, caso você esteja jogando a versão para Wii, os problemas começam logo no início. O jogo vai colocá-lo em um tutorial, de onde, presumivelmente, deveria emergir um jogador proficiente nos vários movimentos diferentes conseguidos com o Wii Remote e também nos vários combos possíveis. O problema é que certos movimentos, como a giratória (que utiliza o Nunchuk), funcionam mais ou menos como uma loteria: você nunca sabe se vai ou não dar certo.

A loteria dos movimentos pode colocar você em várias enrascadas!

Quer um exemplo? O movimento giratório, além de servir para atacar, também ajuda a completar alguns saltos em distância, dando aquele impulso extra para alcançar a extremidade oposta de um abismo. Pois é, não se surpreenda se você tiver que experimentar boa parte dos buracos do jogo antes que o mecanismo funcione no momento certo. Terrível.


Combos incompletos, movimentos falhos e possíveis articulações com problemas após algumas centenas de inimigos (quase todos com a mesma cara). Talvez então o negócio seja utilizar parte do amplo arsenal apregoado pelo título do jogo, não? De jeito nenhum. As armas em AA são tão inúteis quanto são raras e falhas. Cada uma delas deve ser adquirida por uma quantia exorbitante de moedas em alguma eventual máquina de vendas.

Essa daí até tem a sua graça. Embora um disparador de luvas de boxe e uma arma laser garantam um pouco do clima do jogo, a maior parte das armas é absolutamente comum (lança-chamas, armas congelantes, etc.) e em nada faz lembrar o universo de Looney Tunes. Acrescente ainda a isso um péssimo sistema de mira que fará você atirar em caixas em vez dos inimigos e se teria um belo motivo para tirar o “Arsenal” do nome do jogo.

E, para fechar a ação com chave de ouro, tem ainda a ação das câmeras, que tem o péssimo hábito de girar sem prévio aviso nos piores momentos possíveis: durante os saltos, no meio das batalhas e quanto se estiver andando sobre uma superfície estreita. Portanto, não se surpreenda se a câmera, de repente, simplesmente decidir filmar algo mais interessante do que aquele seu pulo sobre o abismo.

AA ainda traz algumas fases de corrida sobre as quais nem vale a pena comentar. A própria desenvolvedora tomou ao menos a sábia decisão de torná-las opcionais. E, acredite, foi uma boa escolha.

Um ponto se salva: o modo cooperativo

Se existe alguma coisa que pelo menos salva Looney Tunes: Acme Arsenal de ser uma catástrofe completa, essa coisa é o modo cooperativo. Caso você se sinta entediado pelos inimigos genéricos e as fases todas iguais, pode chamar algum amigo para compartilhar a agonia, o que pode acabar tornando a coisa toda quase divertida em alguns momentos. Quem tiver a versão para Xbox 360 ainda vai poder juntar forças com um parceiro online.

Caso o tédio novamente apareça (após alguns poucos minutos), existe ainda um modo de batalha: são algumas arenas onde um máximo de quatro jogadores (dois na versão para PS2) podem se enfrentar utilizando o kung fu estilizado do jogo e as várias armas espalhadas pelos cenários. Por algum motivo inexplicável, nas batalhas a possibilidade online da versão para Xbox 360 ainda se restringe a apenas um modo com tela dividida.

Um pouco do típico humor Looney Tunes

Desconsiderando-se um pouco a jogabilidade ruim, o desenvolvimento tedioso e a câmera nada funcional, Acme Arsenal pelo menos traz um pouco daquele humor característico que fez parte da infância de muita gente. Contando ainda com personagens absolutamente carismáticos, como Pernalonga, o marciano Marvin, Frangolino, Taz e tantos outros.

Alguns momentos ainda trazem o clima característico dos desenhos, como o quadro negro do terrível cientista contendo uma lista de afazeres que inclui “acabar com os ancestrais dos Tunes”, “ligar para a mãe” e, simplesmente, “ser mal”. Ponto ainda para uma modificação da clássica tabela de elementos químicos que no jogo recebe o nome de “Tabela Periódica Maligna”.


Enfim, um jogo medíocre feito sobre uma das melhores séries de desenhos animados jamais produzidas. É lamentável, realmente. Um pouco menos daquele clima genérico, um pouco mais de variedade nos movimentos e controles mais decentes teriam transformado Looney Tunes: Acme Arsenal em um bom jogo.

Não foi assim, e o que se tem é um título absolutamente descartável lançado ainda na geração errada. Assim sendo, caso você não seja um fanático que compra qualquer coisa que tenha a marca “Looney Tunes” impressa, o conselho é passar bem longe de Acme Arsenal. São aproximadamente oito horas de puro tempo perdido. That’s all, foks!
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