Imagem de Mario + Rabbids: Kingdom Battle
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Mario + Rabbids: Kingdom Battle

Nota do Voxel
90

Mario + Rabbids é uma mistura inusitada que rende frutos muito positivos

Desenvolvido pela Ubisoft em parceria com a Nintendo, Mario + Rabbids: Kingdom Battle é o tipo de game que mostra o quanto o mascote da empresa japonesa é versátil. Após andar de kart, jogar golfe e tênis e encarar alguns RPGs próprios, o encanador bigodudo encontra os Rabbids — o equivalente dos “Minions” no mundo dos games — em uma mistura que, contra todas as possibilidades, funciona muito bem.

Confesso: fui um dos que, a princípio, encarou essa união de universos como uma “ideia errada” que parecia estar levando o Switch rumo a seu primeiro grande desastre. No entanto, basta meia hora com o jogo em seu estado final para perceber que os desenvolvedores conseguiram criar um RPG tático de alta qualidade que adiciona mais um título de peso ao primeiro ano da plataforma.

Mas vamos aos fatos: Mario + Rabbids: Kingdom Battle é um RPG com batalhas táticas que se desenrolam em uma visão isométrica e em turnos alternados — enquanto em um você movimenta sua equipe e usa ataques e poderes especiais, no próximo é a vez de os inimigos fazerem isso, até que somente um lado seja derrotado. Para resumir, é como se XCOM encontrasse o Reino dos Cogumelo com uma dose de loucura dos Rabbids como tempero.

Reino dos Cogumelos em caos

Kingdom Battle não tem exatamente uma “história”, mas sim uma premissa que serve como desculpa para você sair atirando em diversas criaturas com poderes diferenciados. Os Rabbids usam uma máquina de lavar capaz de viajar pelo tempo e espaço (estranho, eu sei) para roubar um visor que consegue unir objetos e seres com liberdade quase total — evento que desencadeia uma viagem para o Reino dos Cogumelos, que se vê envolto em caos com a chegada dos coelhos loucos.

Cabe a Mario e seus amigos botarem ordem na casa usando um arsenal bastante diversificado de armas e habilidades que foram devidamente adaptadas para seu universo. Cada personagem possui um tipo de armamento principal e secundário próprio, bem como uma seleção de habilidades que dá a eles vantagens e desvantagens em combate.

Mario, por exemplo, pode pegar impulso em outros personagens e usar isso para pular em um adversário, causando dano a ele no processo. Já Luigi não é tão versátil nesse sentido, mas é o único personagem a usar uma arma de longo alcance (cujo dano fica ainda maior quando ele está em um ponto elevado do mapa), enquanto os pulos de Peach curam os personagens ao seu redor, só para citar alguns exemplos.

O jogo estimula a troca constante de personagens

O jogo estimula a troca constante de personagens, impondo como único limite o fato de que deve haver ao menos um Rabbid em seu grupo (todos eles versões alternativas dos personagens da Nintendo). O jogador pode reiniciar batalhas a qualquer instante para trocar sua seleção de combatentes (algo que só não é possível nos confrontos contra chefes), bem como redistribuir os pontos de experiência de cada um deles para priorizar poderes mais adequados a uma situação específica.

Isso não significa que Mario + Rabbids: Kingdom Battle seja um jogo fácil. Em diversos momentos a dificuldade aumenta de forma que chega a ser até um pouco desbalanceada, forçando você a se adaptar rapidamente a cenários desfavoráveis nos quais as táticas usadas até o momento não funcionam muito bem.

Adicionado ao nível de desafio, o jogo impõe condições ideais para a finalização de cada cenário que envolvem terminá-los em uma quantidade limitada de turnos. Fácil de cumprir nas áreas iniciais, essa condição se torna bastante desafiante nos momentos finais da aventura — quanto melhor seu desempenho, mais moedas são liberadas para o investimento em equipamentos mais poderosos.

Conteúdo amplo

Caso você decida investir somente na história principal, Mario + Rabbids: Kingdom Battle pode ser considerado um game relativamente curto para seu gênero. Sem tentar pegar todos os itens secretos (que desbloqueiam uma galeria de imagens, músicas e modelos 3D) ou resolver os quebra-cabeças adicionais, você deve levar aproximadamente 20 horas para terminar o game — mas ainda há muito a fazer depois disso.

Conforme o jogador avança, são destravadas habilidades como empurrar e destruir blocos ou movimentar estátuas, o que abre novas possibilidades de exploração das áreas visitadas anteriormente. Os cenários antigos também passam a ser povoados com uma série de desafios com dificuldade variada, que vão de matar uma quantidade determinada de inimigos em turnos limitados até chegar a um local específico de um mapa em somente uma rodada, por exemplo.

É possível usar uma máquina do tempo para reviver cenários da campanha principal e aumentar sua pontuação

Também é possível usar uma máquina do tempo para reviver cenários da campanha principal e aumentar sua pontuação neles, mas isso não é muito atrativo por um motivo: você mantém todas as armas e habilidades destravadas nos pontos avançados da história.

Isso faz com que áreas desafiantes do passado se tornem extremamente fáceis (incluindo os encontros com chefes), transformando essa opção essencialmente em uma forma de aumentar rapidamente seu estoque de moedas.

Outra forma de prolongar sua experiência é o modo multiplayer, que pode ser acessado após você terminar o primeiro dos quatro mundos da campanha principal. Essa opção consistente em algumas missões com condições variadas que, na prática, não são exatamente desafiadores — o fator mais interessante da modalidade é que ela permite usar um total de quatro personagens, enquanto o modo para um jogador restringe você a usar somente três.

Todas essas opções fazem com que Mario + Rabbids: Kingdom Battle ganhe uma boa sobrevida após você chegar ao final de sua história principal, especialmente para quem deseja obter 100% de seus segredos. A Ubisoft promete que haverá ainda mais o que fazer no futuro caso você compre o Passe de Temporada do jogo, que deve garantir novos cenários de história e itens inéditos em um futuro próximo.

Apresentação soberba com problemas de desempenho

O novo game da Ubisoft é facilmente um dos títulos mais atraentes do Nintendo Switch até o momento, tanto do ponto de vista visual quanto sonoro. O estilo gráfico adotado pela desenvolvedora é bastante condizente com seus temas, fazendo com que o jogador fique imerso em um mundo digno de uma animação da Pixar.

Entre os elementos que chamam atenção positivamente estão as pequenas animações que acontecem em segundo plano, bem como alguns detalhes nos cenários que ajudam a transmitir a sensação de que estamos em um mundo vivo. Tudo isso é complementado por uma trilha sonora orquestrada muito boa (que pode ser ouvida em qualquer ordem na área central do jogo) — nesse caso, o destaque é sem dúvida a batalha contra um cantor de ópera fantasmagórico.

Infelizmente, nem tudo se comporta conforme o esperado. Em diversos momentos de nossa jogatina, o game simplesmente travou durante alguns segundos — não foi uma questão de slowdown, mas sim um congelamento completo — antes de voltar a se comportar normalmente, situação que se repetiu jogando tanto com o Switch acoplado a seu dock quanto usado no modo portátil.

Além disso, em um ponto avançado da história se tornou impossível entrar em certos canos até que o game fosse reiniciado. Embora esse último problema tenha sido pontual, os congelamentos aconteceram de forma constante o suficiente para provocar irritação, e torço para que a Ubisoft consiga eliminá-los em atualizações futuras.

Mais um exclusivo de destaque

Apostando em um tipo de humor que nem sempre provoca risos, mas consegue divertir com seus comentários ácidos, Mario + Rabbids: Kingdom Battle é uma união inesperada que rendeu frutos muito bons. Muito mais do que um “XCOM para novatos”, esse é um jogo de estratégia por turnos competente que apresenta uma ótima dose de desafio e mecânicas que fazem sentido em seu universo.

As tentativas da Ubisoft de prolongar o tempo de jogo nem sempre funcionam como esperado, mas há incentivo mais do que suficiente para continuar se aventurando nesse universo após finalizar a campanha. Mesmo nos momentos finais da aventura, continuei descobrindo novas combinações úteis entre as habilidades dos personagens e as maneiras inusitadas de vencer os desafios que surgem pelo caminho.

Caso você já tenha um Nintendo Switch, vale a pena dedicar sua atenção a essa parceria inesperada e adicioná-la à sua biblioteca. Em um cenário no qual a plataforma ainda carece de um apoio third party mais forte, é bom ver que, ao menos no campo dos exclusivos, a Nintendo e suas parcerias continuam a acertar em cheio.

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Pontos Positivos
  • Fases desafiantes que obrigam a pensar “fora da caixa”
  • Apresentação visual e sonora excelente
  • Personagens variados que garantem uma grande diversidade tática
  • Uma grande quantidade de conteúdos para conferir após o fim da história
  • O humor ácido e autorreferencial funciona bem, no geral
Pontos Negativos
  • O jogo trava em alguns momentos sem motivo aparente
  • Algumas fases perdem totalmente o desafio ao serem revisitadas
  • Componente multiplayer sem grandes atrativos